A Teosofia em geral tem uma forte influência nos novos ensinamentos, especialmente em suas vertentes históricas centralizadas em Helena P. Blavatsky e sua sucessora espiritual Alice A. Bailey. Porém, dentro das revelações do Plano da Hierarquia, procura-se hoje dar uma cor mais “científica” ao tema, tratando basicamente de retirar os véus remanescentes, além de apurar sínteses e agregar idéias complementares, como seria a questão social e a própria espiritualidade e iniciação. Esta é a origem da “Teosofia Científica”, uma doutrina promissora que trabalha basicamente com a Ciência dos Ciclos. Uma Teosofia Científica reuniria -nada mais e nada menos- que os dois pólos extremos do conhecimento (espiritualidade e ciência), preenchendo daí todo o leque do humano saber.

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As “Revelações Primordiais” (por O Tibetano)

Prólogo de A Doutrina Secreta Revelada”, Volume I, “Cosmosíntese”

Passado mais de um século da publicação da fabulosa Doutrina Secreta de HPB, eis que surge a inevitável pergunta: “-Como Helena P. Blavatsky teria organizado hoje esta sua Obra Maior, com todas as informações agora disponíveis em tantas disciplinas, e sob os turbulentos contextos históricos atuais?!”

Talvez as respostas a esta instigante questão estejam sendo dadas através da presente Obra, posto que seu Autor é não apenas um profundo conhecedor da Teosofia e das escolas dela derivadas, como também de todas aquelas doutrinas que acham-se por detrás dos estudos teosóficos, além de haver consagrado a sua vida à procura da Verdade através dos métodos mais tradicionais do Ocidente e do Oriente, terminando daí por cumprir certas expectativas há muito anunciadas para a solução dos mistérios todavia irresolutos da Teosofia, entre outros tantos...

A presente Série traz assim o frescor inaudito de toda uma nova revelação mundial, surgida um século após a publicação da Doutrina Secreta de Blavatsky, e trazendo as Chaves que desencadeariam a organização de dezenas de Obras que constituem a nova Página dos Mistérios da humanidade, no sentido de um corpus doctrinae organizado e coerente, com espírito de síntese e de orientação didática, como uma forma de Tradição Restaurada, sinal de uma Nova Idade de Ouro para a humanidade.

Embora alguns tópicos possam não sugerir à primeira vista um vínculo direto com os temas teosóficos correntes -não obstante devessem ser-, a sua natureza pode ser definida através de duas matrizes centrais: 

a. uma hermenêutica sistemática das Estâncias de Dzyan; 

b. uma abordagem ocultista e científica tradicional. 

Significa dizer que muita coisa desenvolvida nesta Série representa o simples aproveitamento de potenciais latentes e não raro inexplorados da própria literatura teosofista original, não necessariamente sempre reportada é verdade, mas sempre fidedignamente.

A apresentação desta Série como uma Doutrina Secreta REVELADA possui muitas e boas razões. É comum -apenas para exemplificar- ler-se na literatura teosófica sobre rondas, globos, esquemas planetários e assim por diante. Fala-se que em tal ronda certa coisa aconteceu, e que em dada cadeia planetária outra coisa também aconteceu. Raramente foram oferecidas porém datas por Blavatsky, e poucas vezes algum autor importante ligado a HPB também ofereceu alguma nova data. Basicamente ninguém até hoje quantificou (como tampouco qualificou muito) estes ciclos, e nas poucas vezes em que isto aconteceu foi de maneira vaga e aparentemente imprecisa -o que tampouco deveria surpreender dado o contexto-, resultando o quadro geral praticamente apenas como uma grande abstração. 

Tudo isto muda porém radicalmente agora com o trabalho de LAWS, e em termos que não deixarão de surpreender a muitos, embora não surpreenda ao verdadeiro ocultista para o qual afinal de contas tais informações foram endereçadas já desde o primeiro momento. Afinal enquanto o estudante insistir no seu divórcio com a razão, de pouco utilidade ele será para os Mestres. O verdadeiro Iniciado não é como um crente pré-racional (como os amanasas das Estâncias de Dzyan), e sim um indivíduo pós-racional -que são os manasaputras aptos a trabalhar com a Iniciação do Fogo dos Agnishwattas. Da mesma forma que se surpreenderão, aqueles que imaginaram que ensinamentos transmitidos por amanuenses, por mais assombrosos que pareçam, possam efetivamente substituir a verdadeira transmissão direta de um Mestre...

O edifício intelectual teosófico do Autor foi construído por etapas -todas erigidas posteriormente à colocação dos alicerces do grau da Revelação, ou seja: 1. As Revelações Primordiais; 2. A Cosmologia Particular; 3. A Cosmologia Geral. Estas últimas acham-se devidamente intermediadas pela tradicional Chave Solar da Cosmologia oriental de que trataremos adiante. Representa ademais de uma Cosmologia aplicada e não mais abstrata como ocorria até então segundo vimos. Tratemos pois de comentar estas três fases de trabalhos.

As “Revelações Primordiais” representam o núcleo original da presente Série, centralizadas por Chaves cosmogônicas de diferente natureza e finalidade para uso das gerações vindouras, contendo as Fórmulas ocultas da organização do Espaço e da evolução do Tempo, tal como das Energias da Consciência e da Matéria-raiz. Trata-se de Quatro Grupos simbólicos, com base na Geometria sagrada, na “Mecânica cósmica” e na Ciência dos Triângulos,  envolvendo as seguintes questões divididas em Chaves-de-Energias e Chaves-de-Consciência, que são realidades inextrincáveis em todos os planos do universo e das quais deve participar todo o trabalho esotérico:  

        I. CHAVES DE ENERGIA (CHAVES-TAU)

a. Quatro Elementos Metafísicos (Microcosmo) .......... Alquimia

b. Quatro Estruturas Estelares (Macrocosmo) .......... Cosmologia 

        II. CHAVES DE CONSCIÊNCIA (CHAVES-GUIMEL)

c. Três Alinhamentos Conscienciais (Microcosmo) .... Psicologia

d. Três Estágios dos Sistemas Solares (Macrocosmo)  Astrologia

Trata-se também de conhecimentos progressivos, servindo para estruturar grandezas nas esferas do Microcosmo, do Mesocosmo e do Macrocosmo. Parte destas Chaves são desdobramentos de ideias iniciais da Doutrina Secreta de Blavatsky e da Filosofia Esotérica de Bailey, especialmente no grupo “consciencial” (de matriz maiormente oriental); outra parte é absolutamente original, não obstante também tradicionais, relacionada a “energias” (com vínculos notoriamente rosacruzes). É certo que através disto novas Teses são apresentadas, à espera das maiores análises e de sínteses futuras. O mais importante aqui será “solucionar” questões anteriormente colocadas, e avançar então na direção de novos voos do pensamento.

Logo, a “Cosmologia Particular” significa aquela parte mais importante e imediata da evolução espiritual da humanidade, como são os ciclos históricos, antropológicos e paleoantropológicos mais recentes, constituindo o grande cerne não apenas de todos os Volumes da presente Série, como indo além para estruturar a maior parte da Obra do Autor, ricamente preenchida assim por informações sobre as iniciações da humanidade em todas as etapas da sua formação, evolução e transformação. 

Por fim a “Cosmologia Geral” que LAWS nos convida a conhecer, especialmente nos primeiros Volumes desta Série, representa uma viagem grandiosa e significante pela jornada humana passada, presente e futura. Grandiosa em função dos valores quantitativos envolvidos, e significante em função dos conteúdos qualitativos apresentados. Trata-se de uma autêntica revelação do panorama da evolução humana em sua rica e intrincada vida espiritual, desde os seus mais remotos primórdios até um futuro que se vê desta forma também clareado e próximo em função do próprio amadurecimento dos tempos, permitindo compreender pela primeira vez a verdadeira dimensão da atual transição planetária. Nenhum outro autor ou investigador tem explorado melhor os mistérios que a nossa Hierarquia tem transmitido através de amanuenses excepcionais como Blavatsky e Bailey.

Todos estes tópicos acham-se pois distribuídos através dos Volumes desta “Doutrina Secreta Revelada”, oferecendo uma sequência de Diagramas de grande beleza e harmonia -através dos quais se apresenta uma “explicação cabal da mecânica e das dinâmicas cósmicas”- e que podem ser definidos como proto-mandalas, na medida em que representam etapas da formação de evoluções cósmicas, até constituirem estruturas completas -tudo explicitado então em termos de forças vivas do Universo, naquilo que até hoje apenas havia sido meramente sugerido através de formas matemáticas e símbolos tradicionais mais ou menos abstratos, inclusive na própria Teosofia. Para isto, abundam também nestes estudos exemplos e citações multiculturais.

Naturalmente, o potencial científico do quadro é quase infinito, abrindo novos campos para a investigação e trazendo respostas para inúmeras questões pendentes das Ciências, algumas delas sequer ainda formuladas.

Esta “Doutrina Secreta Revelada” representa portanto a versão final de um corpo literário nascido a partir das Revelações Primordiais recebidas pelo Autor num único ano, havendo tardado depois mais de quatro décadas de experimentos e de investigações criteriosas para alcançar a forma atual, visando ajustar a linguagem e os conteúdos de forma coerente e sempre contando com a Nossa orientação.  Aquilo que realmente permitiu a reorganização daquelas abstrusas informações originais no formato atual, foi sobretudo o material didático -ou o conhecimento devidamente “digerido” e amadurecido- elaborado para divulgação em data mais recente, como uma hermenêutica “criativa” da Doutrina Secreta, representando a maior parte dos Livros iniciais da presente Série. Neste ínterim o Autor elaborou outras tantas Séries relacionadas a temas afins,  de modo que a presente pode ser considerada como o “alfa-ômega” de um trabalho verdadeiramente monumental. Assim, mesmo contendo inevitáveis imperfeições, certamente esta já não será uma obra suspeita de tratar-se de alguma “divulgação precipitada”. 

A elaboração de uma obra tradicional costuma representar um trabalho de grande complexidade. Não raro corresponde a um esforço de gerações laborando em cima de um único documento, outras vezes alguém alcança como um repositório plasmar sozinho um conhecimento acumulado da mesma forma por muitos, enfim trata-se invariavelmente de um trabalho de escola. Além disto o concurso das musas não há de ser desprezível: inspiração e alinhamento interior são fundamentais para gerar qualidade – e volume naturalmente. Tudo isto significa dizer que a preparação pessoal deve ser longa e profunda –coisas deveras estranhas aos ritmos febris do mundo moderno.

À parte oferecer uma ampla decifração da Doutrina Secreta de Blavatsky, esta nova Doutrina Secreta Revelada possibilitará à humanidade se reconectar com os mais profundos mistérios das Antigas Tradições do Oriente e do próprio Ocidente, trazendo rica documentação ecumênica e artística tradicional, em termos de saberes revelados com um grande potencial de também iluminar as Ciências do homem.

Desde as citadas Revelações Primordiais o Autor tem realizado um primoroso trabalho em torno da decifração dos símbolos tradicionais (o Volume VI desta Série está inteiramente dedicado a esta questão), algo cuja importância comumente escapa ao estudante comum que amiúde toma ligeiramente as aparências por realidades. 

Não é preciso lembrar o quão apreciado são os símbolos para as nossas Hierarquias, daí a importância que tiveram as “célebres” Estâncias de Dzyan para organização das bases da “Doutrina Secreta” de Blavatsky. A presente Série dialoga a um só tempo com a Doutrina Secreta de HPB e com as Estâncias de Dzyan, tal como toda a vasta obra de Bailey, disto resultando a seleção dos temas dos Volumes desta Série, partindo “do geral para o particular” como é de praxe na Tradição.

Todas as grandes linhas investigativas que definem a presente Série derivam diretamente destes misteriosos Tantras. Nem sempre aprovamos as tentativas de interpretação dos seus sagrados pictogramas, pois toda interpretação está condicionada à própria capacidade do intérprete. O ideal portanto é que tais esforços sejam tratados a partir de níveis de consciência semelhantes aos Daqueles que projetaram originalmente estas mesmas iconografias, como acontece agora. Na presente Série o Autor tem a oportunidade de oferecer um olhar autenticamente ocultista destes arcanos mistérios paralelo, paralelo ao de leituras excessivamente místicas ou mesmo naturalistas (perceba-se o paradoxo) anteriormente trazidas.

O Autor realizou por Nossa “expressa orientação” um novo estudo das Estâncias à luz dos seus conhecimentos acumulados, resultando num trabalho completo e detalhado, permitindo trazer à luz assim os verdadeiros conteúdos tradicionais. Tratemos pois um pouco desta questão, dada a natureza central deste ensinamento para a doutrina esotérica oriental e teosófica. A missão da presente Série é neste aspecto dupla. Por um lado ampliar a compreensão em torno da Doutrina Secreta de HPB, e de outra parte fazer o mesmo em relação às Estâncias de Dzyan -considerando que ambas as obras estão intimamente relacionadas-, ao apresentar uma leitura mais fidedigna dos seus mistérios.

1. A decifração das Estâncias de Dzyan

Após ser tida por mais um século como uma verdadeira Esfinge prostrada diante dos caminhos da humanidade, as Estâncias de Dzyan finalmente começam a revelar as suas riquezas ocultas, como um dos mais eloquentes Documentos sobre a evolução superior da humanidade através dos tempos, sob a guia segura e compassiva de seus divinos Mentores -e tudo em perfeita conformidade com as perspectivas presentes ou latentes das Ciências Modernas! Afinal não podemos dizer que a leitura dos Livros de Dzyan nos moldes dados por Blavatsky seja realmente cientifica. Na prática aquilo que HPB fez na sua Doutrina Secreta foi criar uma narrativa de teor cosmológico para um relato genérico que é basicamente ocultista e iniciático.

As Estâncias de Dzyan foram sugeridas por conterem códigos sobre a evolução espiritual humana, chaves iniciáticas fundamentais, dinâmicas sociais e ainda umas tantas profecias importantes. Contudo Blavatsky meramente começaria a levantar os véus que cobrem a misteriosa escritura, e talvez fosse para ser mesmo assim –não cabe fornecer informação demasiada que possam ameaçar os Planos da Espiritualidade. Nossos Mensageiros devem arcar amiúde com o ônus de transmitir ideias superiores, mesmo sem dar pleno acesso ao seu entendimento. Louvável será sempre o esforço no sentido de apurar a compreensão destas informações. 

Não era possível contudo que um documento tão importante como são as Estâncias de Dzyan atravessassem mais um século sem que muitos dos seus verdadeiros conteúdos permanecessem inacessíveis. Um novo esforço deveria ser portanto realizado, já contando com maior número de recursos. As novas abordagens das Estâncias de Dzyan não é exatamente inéditas, mas sim aquilo que se deveria esperar de um documento com origem tântrica, isto é: ocultista, mágica, esotérica. Vamos pois a um breve resumo da situação histórica deste precioso Documento. 

O misterioso idioma original Senzar constituído por símbolos e a respeito do qual Blavatsky informou, seria um Código-Raiz empregado para representar de forma criptográfica os mistérios como aqueles subjacentes às Estâncias de Dzyan, na forma de Sete Fólios (Saptaparna) secretos. Trata-se de uma forma primitiva de “registrar” o conhecimento, como um simples recurso mnemômico na prática, e muitas vezes ornado de um profundo significado mágico e ritual.

Tal Código-Fonte recebeu então várias camadas de interpretação ou, como são mais conhecidas, de “Comentários”. As próprias Estâncias de Dzyan representariam segmentos de um primeiro esforço de explanação deste corpo simbólico na forma dos Quatorze textos de Comentários esotéricos –os quais sabe-se hoje corresponder ao Tantra Kalachakra, cujas versões mais conhecidas tem recebido certa divulgação no Ocidente.  

Por fim haveriam Trinta e Cinco tomos de volumosos textos exotéricos e também velados destinados aos leigos,  mas que já representam um avanço em relação ao estado criptográfico original, e também quanto à linguagem oculta e alegórica do próprio Kalachakra. 

Eis portanto as três Séries orientais devidamente nomeadas:

OS TRÊS CICLOS ORIENTAIS

1. Sete Fólios secretos ou ocultos (Gupta Saptaparna)

2. Quatorze textos de Comentários esotéricos (Kalachakra Tantra)

3. Trinta e Cinco volumes de textos exotéricos (Smirti Puranas)

Muito embora tais ciclos literários estejam intimamente conectados, tampouco podem ser compreendidos sem outros comentários anexos. Toda a obra canônica é tida como sigilosa demandando os chamados “textos explicativos”, os quais constituem uma literatura paralela existente desde os primeiros Tantras. A literatura ocidental que buscamos suscitar (HPB, etc.) corresponde de certo modo a este segmento, já com uma orientação ocultista mais metódica e pragmática, não obstante costumarmos incluir da mesma forma novas propostas herméticas.

Assim é somente nos tempos mais modernos que novos esforços começaram a ser efetivamente realizados, inicialmente de maneira vaga e depois de forma cada vez mais clara e aberta através de vários autores, alguns deles orientais e tendo outros como referência, no intuito de encontrar as últimas Chaves e compor as devidas sínteses, seja com a ajuda do próprio Kalachakratantra ou documentos equivalentes. Pois também existem mundo afora “outras Teosofias” como compreendeu Blavatsky, permitindo alcançar conclusões semelhantes, ao menos numa série de pontos, e que seguramente tem contribuído para solucionar os enigmas da própria Doutrina Secreta.

Qualquer um que coloque os olhos sobre as obscuras estrofes de Kiu-te reconhece prontamente a sua densidade simbólica, de modo que poucos pretenderiam tomar as coisas ao pé da letra. A grande realidade porém é que o trabalho hermenêutico de Blavatsky, embora impreciso em alguns pontos, ainda foi importante na medida em que empregou recursos que elucidam e enriquecem o contexto das Estâncias, como é o caso dos Puranas da Índia –entre outros elementos por Nós diretamente sugeridos. Naturalmente ninguém pretenderia que os Puranas sejam uma obra científica, mas ainda assim serviriam como uma ponte para se começar a elucidar os Enigmas-raizes. 

Dificilmente outros recursos poderiam ser encontrados naquela época, porém logo começaram a ser sutilmente divulgados inclusive dentro da literatura teosófica, e então apurados mais e mais nas gerações seguintes por novos Amanuenses, até que na atualidade um redobrado esforço tem permitido que praticamente todas as suas entranhas sagradas pudessem ser expostas ao mundo. 

Os trabalhos ocidentais pertencem assim a um contexto algo distinto daqueles três grupos orientais classificados como “secretos”, “esotéricos” e exotéricos”. Estes novos trabalhos já integram uma categoria especial potencial ou plenamente “ocultista”, no sentido técnico e operacional do conhecimento, de progressiva Ciência Espiritual ou de verdadeira Revelação dos Mistérios. Neste aspecto teria mérito os títulos destas grandes obras na forma de “Doutrina Secreta” enquanto tradução livre de Gupta Vidya ou “Ciência Oculta”. Os Nossos esforços se concentram especialmente em resgatar o verdadeiro Ocultismo como a mais preciosa Joia do Conhecimento espiritual, rara e fugidia na forma e no conteúdo, mas sempre insuperável para ornar a coroa dos conhecimentos raciais. Também caberia agregar neste grupo a obra esotérica e ocultista de Alice A. Bailey –com destaque para o seu “Tratado Sobre o Fogo Cósmico”, em função do considerável aporte que traz ao assunto, incluindo uma terceira versão das Estâncias de Dzyan que também é analisada por LAWS em “Chaves Secretas dos Livros de Dzyan”. 

Alguém até poderia perguntar então: “-Acaso seria lícito buscar desvendar de tal modo estes Mistérios Arcanos?!” E a única resposta possível para isto é: “-Se alguém conseguir fazê-lo (e desejar divulgar), é porque o momento chegou!” Acontece que tal tarefa simplesmente não seria possível ser realizada sem a Nossa própria anuência e direta orientação. Conhecemos perfeitamente a gravidade da hora e dos acontecimentos que estão por vir –afinal a própria outorga das Estâncias de Dzyan sempre teve muita relação com tal momento, ontem e hoje mais ainda. O mesmo se pode dizer de outras tantas Chaves contidas na Doutrina Secreta, guardadas para aqueles que tivesse méritos suficientes para desvendar. 

Houve tempos em que as Escrituras eram registradas em Línguas Sagradas que não podiam ser traduzidas. Para ter acesso aos conteúdos era preciso conhecer tais idiomas, o que era uma das primeiras tarefas dos noviços das Ordens religiosas. Esta é uma situação que causaria estranheza em nossos dias, de modo que este tipo de hermetismo periférico deve ser abolido, em favor unicamente daquilo que realmente não pode ser exposto, e que certamente representa pouca coisa na atualidade. Longe estamos afinal dos tempos heróicos em que o verdadeiro conhecimento esotérico era procurado avidamente para quase toda e qualquer finalidade humana...

De modo que a presente Série coroa a todo este processo através de um trabalho puro de hermenêutica, como uma verdadeira quintessência de todos estes esforços seculares.  Afinal através disto revela-se a verdadeira riqueza das Estâncias de Dzyan, evidenciando-se a sua origem de Kalachakratantra, além de confluir com outras Tradições mundo afora. Tudo isto também favorece uma visão clara da natureza do “Relógio Cósmico”, tal como Salvi costuma designar.  

A beleza especial dos Nossos Ensinamentos é que estimula a integração das várias rodas-de-tempo, segundo a tradição das mandalas -o que na verdade se faz hoje necessário em função do caráter Maior desta transição planetária, servindo de referência para a restante literatura tântrica. As diferentes rodas-de-tempo existentes no Kalachakra são chamadas chakras, “círculos”, como sugere o próprio nome da doutrina: “Roda do Tempo”. Por esta razão é que o tema das rodas domina de tal forma o “discurso” das Estâncias de Dzyan. Estas seriam pois, de forma simplificada, as principais “rodas” de que tratam os slokas (estrofes) dos Livros de Dzyan: 

a. A “Grande Roda”: o Ano Cósmico

b. A “Média Roda”: a Raça-Raiz

c. A “Pequena Roda”: a Era Astrológica

Como sabemos os Tantras são afamados como uma doutrina especialmente prescrita para o Kali Yuga. Ora, quando falamos em Kali Yuga também está implícita praticamente a questão da transição planetária. E uma das grandes características desta transição é o chamado “alinhamento planetário”, o que esotericamente significa o próprio alinhamento dos ciclos ou da rodas-de-tempo que acontece no final dos Kalpas, tal como Alice A. Bailey anunciara -ver a respeito no Capítulo 6 do presente Volume. Neste sentido o Kalachakra corresponde realmente à grande doutrina da transição planetária, e os esforços dos Mestres para divulgá-lo apenas podem ser louvados.

Por tais razões é que muita informação que outrora era considerada oculta ou sigilosa atualmente é divulgada de diversas formas, inclusive como ensinamentos inspirados. Parte deste processo é realizado pelos próprios remanescentes dos Antigos Saberes a título de não se perder de todo a informação, nem que seja apenas o registro das lendas ancestrais vertidas em dialetos modernos. As Estâncias de Dzyan poderiam permanecer “eternamente veladas” não fosse esta sequência de esforços inicialmente da Nossa parte, e logo destes abnegados Servidores.

Mesmo que os antigos livros (pechas) venham a ser finalmente encontrados nas bibliotecas tibetanas e traduzidos, ninguém poderia compreender os seus conteúdos sem uma assistência especializada nos Mistérios Tradicionais -e naturalmente também disposta à divulgação, o que por si só sugere uma iniciativa culturalmente exterior, porque todo o oriental é educado de berço para não revelar os mistérios da sua própria cultura ou de preservar a sua fidelidade.  Ao mesmo tempo em que tal coisa também apenas poderia ser realizada a partir de Instâncias Superiores como acontece na atualidade, devidamente “autorizadas por sua própria Autoridade” (sic). 

Tudo isto será demonstrado através da presente Série, não tanto pela hermenêutica sistemática das próprias Estâncias -porque este trabalho ocupa outro Volume da pena do Autor,  mas em relação à própria Doutrina Secreta de HPB e mesmo para a obra esotérica de AAB.

Enfim há muitos e importantes resgates a serem realizados em torno das preciosas informações contidas nas Estâncias de Dzyan que a exegese de Blavatsky não alcançou trazer mais plenamente à tona, envolvendo entre outros Cosmologia, Iniciação, Sociologia, Teologia e Profecia. Tudo isto LAWS busca agora resgatar através desta Série em especial, entre outras complementares. Afinal um tantra do valor dos Livros de Dzyan, enriquecido pela hermenêutica de Blavataky, merece um trabalho enciclopédico para desentranhar os seus profundos mistérios. Assim, mais do que uma simples “revisão” da Doutrina Secreta de HPB –algo que seria não apenas impossível na prática de realizar, como também desnecessário- a Doutrina Secreta Revelada de LAWS representa um novo esforço de hermenêutica em torno os próprios Livros de Dzyan e da Doutrina Secreta de HPB.

Dentro desta ótica, podemos associar os relatos, estruturas e acontecimentos das Estâncias de Dzyan aos Volumes da presente Série nos seguintes termos gerais:

Volume I. Cosmologia dos Kalpas

Volume II. As Hierarquias Construtoras 

Volume III. Raças-raízes na Tradição Solar

Volume IV. Dinâmicas e Hierarquias sociais 

Volume V. Ciências Iniciáticas Agnishwattas

Volume VI. Simbolismos da Divindade Universal

Vale observar que no Volume I, o foco central é dado na análise da Cosmologia tradicional (Manvantara e Pralaya). No Volume III, “Tradição Solar” (Parampara Saurya) significa uma ênfase na divisão quíntuple (ou “mandálica”) do tempo cósmico. E no Volume V, o Adhvaryu Agnishwatta (sacerdócio do Fogo) e o varnashrama Manasaputra (evolução Mental), destinados especialmente para as raças terciárias (lemuriana e árya), mas também para certos novos ciclos maiores tratados no Volume I da Série. Cada um destes Volumes representa por si só um poderoso Manual em suas respectivas matérias -e ainda assim significam apenas uma síntese da produção do Autor nas respectivas disciplinas.

2. A Doutrina Secreta é desvelada 

O verdadeiro entendimento da “Cronologia Esotérica” da Doutrina Secreta ainda passa ao largo da quase totalidade dos estudantes da obra principal de HPB. Sequer existe o conhecimento das origens dos misteriosos ciclos tratados pela Autora em termos de Raças, Rondas, Cadeias planetárias, Globos e assim por diante. Tudo é vagamente apresentado como uma revelação misteriosa (e amiúde espantosa), atribuindo-se-a a alguma fonte desconhecida perdida no tempo. 

É também por esta razão que a Doutrina Secreta de HPB merece ser considerada “fabulosa”, posto que suas interpretações das Estâncias de Dzyan (entre outras realidades tradicionais) acham-se amiúde edificadas sobre histórias fantásticas e alegorias. Mas como em toda fábula, as narrativas teosóficas também ocultam preciosas verdades ocultas.

O mistério é grande mas não insolúvel, avolumado quiçá pelas limitações e pela “afetação” do período vitoriano. Acontece que –independentemente do trato dado a estes conteúdos- tudo deriva quase exclusivamente das antigas Tradições Orientais, como a presente Série trata de demonstrar, algumas delas secretas e esotéricas, havendo também versões externas para o vulgo -e que seriam basicamente usadas por HPB também sob Nossa orientação.

Existe sabedoria em Nossas formulações. A Chave Solar da Astrologia representa uma clavis majoris da cultura árya;  através de Blavatsky trabalhamos os ciclos purânicos e exotéricos, e com Alice A. Bailey transmitimos o seu emprego na iniciação solar. Agora através de Luís A. W. Salvi orientamos na direção de desvendar tudo isto de vez, e em decorrência a própria Doutrina Secreta também.

Esta nova Teosofia profunda é portanto plural e flexível, e já não impõe uma única verdade ao espectador, portando-se antes dentro do autêntico espírito tântrico de buscar harmonizar o Ocultismo e a Filosofia, tal como o Esotérico e o Exotérico, ou a Ciência e a Religião da mesma forma, através da interface que apresenta o real seja como espírito ou como matéria.

Para cada estado de consciência existe uma realidade para ser experienciada, um tempo para ser vivido e um lugar no universo para se estar, de acordo com as próprias capacidades espirituais e tendências íntimas. Para aqueles que estão destinados a viver muitas vidas no tempo é apresentado um plano mais vasto de evolução com maiores deleites, que até pode ressoar como onírico ou material. E aqueles que estão se aproximando da sua última existência lhes é mostrado um universo mais breve e desafiador, com maiores traços de realismo e de espiritualidade -tudo devidamente operacionalizado pela Chave Solar. 

O presente ciclo de Ensinamentos possui um compromisso especial com este último grupo –como foi antevisto por Blavatsky e por Bailey-, não por qualquer “espírito seletivo”, mas dadas as próprias condições dos tempos que convidam ao compromisso com uma Realidade Maior e a renovação das coisas -e porque muitos estão mesmo hoje preparados para dar este novo passo. E com isto estamos apenas revivificando a Grande Mensagem espiritual das Estâncias de Dzyan de transição das rondas.

Assim, as bases empregadas por HPB para realizar a sua própria hermenêutica tinham natureza mística e exotérica, porém desde então muita coisa de nível ocultista e científico já tem sido também apurada por outros autores e inclusive pela própria Ciência oportunizando releituras. A Escola na qual LAWS se orienta é de teor inclusivo e progressista, como é a ideia do Plano da Hierarquia de preparação da humanidade para a Nova Era nos termos divulgados por Alice A. Bailey -ver a obra “A Iniciação da Raça - o Plano da Hierarquia”, do mesmo Autor.

Esta é afinal uma Teosofia que busca a verdadeira interação entre Ciência, Religião e Filosofia, olhando para as verdades objetivas existentes por detrás dos mitos e das alegorias. O estudante deve estar preparado para esta transparência frente aos mistérios –traduzida como objetividade & pragmatismo-, uma vez que se tem agora plena ciência-de-causa, permitindo olhar com lupa miúda cada detalhe da Doutrina Secreta.

a. Epistemologia e Jnana Yoga

O combate ao hibridismo cultural representa uma tarefa maior, num momento em que até os próprios porta-vozes das Antigas Tradições cedem amiúde a fusões indevidas entre as disciplinas. Afinal até para ser científico no campo da Tradição, é importante preservar a Metafísica dos símbolos. Para a necessária revisão dos conceitos cabe empregar a análise epistemológica.

O presente Autor é um “especialista” nos aspectos ocultos da Teosofia, seja nos seus calendários, nos temas iniciáticos ou na filosofia,  e não apenas como um erudito mas antes de tudo como prático -e há realmente muito a fazer nesta direção. É inestimável porém a contribuição trazida por Alice A. Bailey -também Nossa mensageira de primeira linha- para chegar aos presentes resultados, seja no plano da Iniciação como na Astrologia. Ainda assim, poucos são aqueles que realmente conhecem os verdadeiros tesouros existentes nos Ensinamentos de HPB e de AAB. Digamos então numa metáfora que, se Blavatsky encontrou uma pedra bruta, Bailey a lapidou e Salvi agora a poliu, permitindo revelar toda a beleza do nosso Projeto original…

Blavatsky estabeleceu um primeiro roteiro para a interpretação das Estâncias de Dzyan. Haveria muitas formas de propor antíteses para esta tese teosófica. O Autor praticamente se limita porém a tratar de detalhes, como alguém que almeja reformar um prédio antigo, sem questionar todavia a sua arquitetura. 

Vamos pois novamente a uma visão geral do quadro. A Teosofia é uma escola eclética que estuda as diferentes religiões e filosofias, contando com uma vasta literatura e uma plêiade de autores consagrados. Costumamos destacar aqui a tripla influência literária hindu de Puranas, Tantras e Vedanta, enriquecida pela Cabala e pelo Budismo. 

A Sociedade Teosófica surgiu sob uma explícita vocação intelectual com foco na espiritualidade, em função das suas raízes esotéricas. Não obstante também tem capturado informações de fontes exotéricas, resultando daí num conhecimento híbrido. Sabemos que muitas verdades podem ser transmitidas através de fábulas. Mitos e epopeias significam mais ou menos o mesmo, e pretender dar a isto um caráter “científico” é apenas criar um novo dogma.  

O exotismo dos conteúdos pode ter contribuído para a sensação de se tratar de algo mais esotérico, e não feito para saciar certo imaginário religioso. As religiões devocionais não costumam se definir como intelectuais. Poucos conhecem os verdadeiros mistérios dos ciclos esotéricos na própria Índia, uma vez que é considerado ali como um conhecimento secreto. Para ter acesso a tal ciência é preciso penetrar numa escola especializada, porém há muito que os verdadeiros saberes tântricos estão perdidos. 

Os motivos para o sigilo podem ser vários. Para o conhecimento não virar um simples tabu, a Tradição cria os seus véus e alegorias.  Muita gente não compreende a necessidade dos véus para a Astrologia, tal como tampouco entende os vínculos entre a Astrologia e a Iniciação, seja a nível individual, coletivo ou planetário, em função da crescente laicização desta doutrina.  É fácil ver que certos temas resultam estranhos ao conhecimento teosófico, para quem os Tantras tratam basicamente com magia, ocultismo e ritualística. 

São nos Tantras -devidamente explicados e praticados- que residem os verdadeiros segredos de Guhyavidya, a Ciência Secreta de que Blavatsky tanto falou  como se fora o próprio Santo Graal procurado, sumo incomparável do conhecimento iniciático. Perguntamos então: qual o sentido de receber um Tantra, tido como literatura esotérica (ou hermética), e logo interpretá-lo empregando um registro exotérico (religioso ou mitológico) como são os Puranas, se não fosse para no devido tempo alguém “melhor capacitado e mais autorizado” também convertê-lo numa autêntica linguagem esotérica e também científica -tal como a própria HPB anunciara que deveria acontecer?!

De outra forma seria mais coerente permanecer apenas com os próprios Puranas, ao invés de mexer com uma literatura tão obscura como é a tântrica, que Blavatsky estava longe de ser capaz de elucidar maiormente. Certamente um grande avanço foi a divulgação dos próprios Livros de Dzyan. O estudo das Estâncias, realizado sob todas as luzes, serve para confirmar a opinião dos especialistas sobre a sua verdadeira origem e os conteúdos.

Com efeito os conhecimentos ocultos dos ciclos purânicos acham-se disseminados através de outras culturas -a Pérsia seria um bom exemplo. Blavatsky mesmo tratou de alguns destes saberes, sem perceber que correspondem à uma versão esotérica, e em alguns casos -como em relação aos calendários mexicanos- até suspeitou que existem “outras teosofias mundo afora”.

Tudo isto é devidamente revisado então ao longo da obra completa do Autor, de modo que neste quádruplo esforço de desvelamento, retificação, depuração e avanço do conhecimento, poucos são os segredos doravante restantes (por assim dizer) da Doutrina Secreta, ainda que novos mistérios também são ofere-cidos, buscando aprofundar os conhecimentos dos Segredos Arcanos.

Importa todavia evitar as leituras materialistas das Fontes. A Boa Tradição não está preocupada com especulações grandiloquentes, menos ainda por conceber modelos materiais, mas aceita pacificamente a Ciência como baliza universal dentro dos limites das suas habilidades. A Filosofia tampouco trata dos fatos concretos e sim dos seus conteúdos. Seu objeto precípuo é do porque das coisas acontecerem -ou a chamada raison d'être-, e não o como elas se dão objetivamente. Contudo, tampouco se trataria necessariamente das chamadas Causas Primeiras, que seriam já o objeto da religião e da Metafísica. 

O único verdadeiro objetivo da espiritualidade é a conquista de moksha, a liberação, ou do nirvana, a iluminação  -individual, coletiva e planetária. É apenas para isto que o conhe-cimento dos ciclos é outorgado, para saber quanto e como já foi caminhado nesta senda cósmica e qual deve ser o próximo passo e como fazê-lo. As abordagens desta nova “Doutrina Secreta Revelada” preservam toda a essência metafísica dos Mistérios, permitindo com que filósofos e religiosos sintam-se confortáveis, mas também os cientistas cujos parâmetros formais são respeitados.

No decurso da redação de grande parte da presente Série, o Autor (e também Amanuense) já quase não receberia influência direta da Teosofia, seja por desenvolver investigações independentes, ou por achar-se diretamente conectado às Fontes internas. Dada a necessidade de trazer um novo momento de infor-mações sobre a Doutrina Secreta, era o Nosso desejo que estes Ensinamentos não fossem excessivamente influenciados por ou-tras matrizes. Os resultados foram alvissareiros. Pois com a en-trega desta nova “Doutrina Secreta Revelada” estamos abrindo as portas de uma casa que até então estava praticamente fechada. A rigor a solene “revelação” de Blavatsky era bem mais como um luxuoso recinto cerrado, de modo que a própria “casa” era a revelação da época, mas com pouco acesso ao esplendor dos seus interiores mais recônditos...

Os conteúdos da Doutrina Secreta de Blavatsky têm se mos-trado impenetráveis aos mais dedicados estudantes. Por isto, ao verdadeiro buscador deverá soar positivo saber que, uma vez aplicadas as devidas Chaves, os Mistérios podem resultar relati-vamente simples, tal como objetivos, pragmáticos e científicos. Estas são inclusive uma das razões para o uso dos véus, a fim de dificultar o seu entendimento, não para criar um mistério gratuito (tão ao gosto de certas “escolas”), mas sim pelas implicações que tal coisa pode acarretar entre aqueles que levam realmente a  sé-rio o assunto da Iniciação. Blavatsky e Bailey foram sobretudo duas grandes Magas dos Véus -uma movida pela ousadia e outra pela perspicácia. LAWS contudo descerra amiúde os véus do Templo para colocar a nu o Santo dos Santos, como um Teseu moderno penetrando em labirintos conceituais para extrair os seus segredos. A obra do Autor extrai e atem-se à essência da Doutrina Secreta de HPB e a revolve e forma objetiva, aberta e tradicional.

Neste sentido, alguém poderia perguntar o que convém estudar primeiro, a DS de Blavatsky ou a DSR de Salvi -e porque não incluir aqui o TFC de Bailey?-, e a resposta ainda seria uma decisão íntima e pessoal. A opção pertence unicamente ao foro íntimo de cada qual. “-Para quê estaríamos preparados afinal?” É isto que a própria pessoa precisa responder para si mesma. “-Desejamos adentrar o acessível átrio do templo reservado aos noviços (HPB), ou avançar até o altar mais recolhido destinado aos discípulos (AAB), ou mesmo ousar contemplar a cruz escarpada preparada apenas para os iniciados?! (LAWS)” 

3. O Nosso trabalho com LAWS

Talvez a melhor forma de apresentar o Autor seja dizendo tratar-se de um dos raros verdadeiros profissionais da espiritualidade conhecidos, o que já não é dizer pouco. De visão aberta e ecu-mênica, esteve sempre em busca da informação de ponta, como ocorre na atuação da própria Hierarquia. O grande propósito do trabalho de Salvi é instruir sobre a evolução superior da humanidade e fornecer as ferramentas mais ágeis para tal. Há pouco espaço para teorias, crenças e especulações, consciente de que a hora urge para todos e que “a vida representa uma rara oportunidade” (Buda).

Nossas conexões espirituais com o Autor se estreitaram no período em que começava a se capacitar para assumir a sua parte no Plano da Hierarquia, posto que já vinha atuando “sob os cuidados” do Ashram de Morya há anos, inicialmente como aspirante e assíduo estudante dos conhecimentos teosóficos originais, logo mediante as nobres orientações espirituais trazidas por Helena Roerich, até que se habilitou, sob as prescrições legadas através de Alice A. Bailey –e após atravessar árduas provações-, como veículo fidedigno capaz de dar continuidade às transmissões de Conhecimentos que a Hierarquia busca oferecer nesta Transição Planetária –que é um termo cuja verdadeira estatura somente pode ser conhecida à luz das informações trazidas pela herme-nêutica do Autor.

Dentre todos os estudantes observados por Nós, Luís A. W. Salvi era aquele que vinha demonstrando o melhor aproveitamento nas práticas avançadas que vínhamos disseminando. Vários servidores têm participado deste Plano, em diferentes esferas e com suas próprias habilidades, porém merecem destaque especial Helena P. Blavatsky e Alice A. Bailey -tal como a própria Helena Roerich num de nossos Ashrams centrais-, as quais foram verdadeiras Altas Sacerdotisas dos tempos modernos, com sua refinada sensitividade e capacidade de serviço. Com efeito, por várias razões as mulheres vinham levando a palma neste serviço então, e com louvor, afinal a mulher sempre foi a grande realizadora das Pontes entre os mundos visíveis e invisíveis pela Via do Cálice (Caminho do Lótus: Padmamarga ou Padmayana) no começo da transição dos ciclos. E ainda assim nada pode se comparar a um alinhamento direto com as energias pelo caminho da verdadeira Iniciação, ou pela Via do Espada (Caminho do Raio: Vajramarga ou Vajrayana). Por isto, as informações ora legadas se destinam também a reativar a Iniciação Real e a própria iluminação entre os aspirantes, como parte ativa dos atuais trabalhos raciais. 

De sorte que neste quadro já seria possível contar com uma participação masculina mais interna, especialmente na sua fase de consumação. Pois sempre se soube que os homens possuem maior facilidade para encarar os processos de Iniciação propriamente ditos, num espírito tradicional de renúncia ou sacerdócio, com toda a carga de esforços, dedicação e privações comumente exigidos. Graças à sua precocidade e consagração completa à espiritualidade, foi possível preparar o Autor para receber também uma Revelação Maior, até em função das necessidades do atual momento histórico.

O Autor não é portanto apenas mais um novo “transmissor” de informações dos Nossos Ashrams. Para começar ativamente o trabalho com LAWS, aguardamos até que ele alcançasse a “Iniciação do Akasha” a fim de se capacitar a captar as informações no mesmo nível em que elas são produzidas, de modo a se ganhar tempo e reduzir ao mínimo o risco de distorções –salvo é claro naquilo que eventualmente seja provocado pelos próprios desafios que representa ocupar um mayavi-rupa como se demanda nestas ocasiões . 

O fato das Amanuenses evocarem a mentoria dos Mestres por detrás dos seus trabalhos, impregnou tais obras de uma autoridade nem sempre realista.  Somente agora, quando as coisas são tratadas mais diretamente “a partir de dentro”, é que muitas questões passam a tomar realmente o seu lugar. 

Por mais acurada que seja a sensibilidade de uma vidente “lunar”, isto sempre será como olhar uma paisagem através de um filtro, e ainda assim a Lua é importante para iluminar a Noite. Contudo, somente o vidente “solar” possui uma visão direta das coisas, pois tal como o Sol ele também apresenta luz própria, e que é como a luz da Razão superior –o que é sempre muito im-portante para a esfera do Ocultismo.  

É claro que a Hierarquia não está lançando com isto apenas “iscas para peixe grande”. Muita nutrição tem sido oferecida ao buscador médio, inclusive através dos “ciclos” anteriores do Plano da Hierarquia. Pois esta é desde sempre a sua forma tradicional de trabalho, semelhante sob certo aspecto a, conhecendo as leis da balística, mirar acima do alvo para poder acertar o seu centro. 

Seguramente LAWS é um Autor que atende aos melhores cri-térios almejados, dada a sua formação eclética e o rigor na construção do saber.  Conhecer a Obra do Autor é como seguir uma jornada de conhecimentos através das mais tradicionais Escolas de Mistérios, abrindo as suas portas para oferecer os mais recônditos segredos do Universo. Pois não é outro o ar que respira os Nossos verdadeiros Ensinamentos, aquele da Eterna Tradição de Sabedoria que vivificou longamente os templos antigos e, através deles, também todas as Civilizações tradicionais. O Nosso Homem é um verdadeiro “espírito renascentista”, como se diz, que domina várias disciplinas para além da simples curiosidade, antes em termos práticos e com alcance amplo.

A acumulação de conhecimentos que realiza tem permitido projetar luz sobre muitos mistérios. A aproximação das Datas anunciadas tornava imperiosa a maior precisão possível no trato com os Calendários tradicionais, e saiba-se ou não a Teosofia tem muito a ver com tudo isto. Era fundamental portanto que uma nova abordagem pudesse ser realizada com verdadeiro conhecimento de causa.

Os grandes temas contidos nas Estâncias de Dzyan que não puderam ser satisfatoriamente solucionados pelos próprios teósofos (apesar de importantes Chaves serem divulgadas em sua literatura), começaram a ser ventilados através de outros autores, próximos ou não, tal como dentro e fora da própria Índia. Tal coisa envolveu especialmente a Astrologia e a Iniciação, mas também a questão social e a espiritual.

O trabalho de LAWS conosco está longe de ser algo improvisado! Pelo contrário, incluiu uma longa preparação e até mesmo severas iniciações. Numa preparação de muitas etapas, LAWS seguiria ipsis litteris as diretrizes dadas por Nós através da Alice A. Bailey em especial, como um verdadeiro roteiro para finalmente ter acesso aos elevados Conhecimentos de Nossa Loja. O trabalho de transmissão de conhecimentos começou de forma bastante desafiadora através de Chaves abstratas, cujas pesquisas da sua parte foram pouco a pouco trazendo luz sobre os próprios “cânones teosofistas”, de teor geométrico e metafísico, em complemento às fórmulas matemáticas dadas por Bailey com propósitos semelhantes. 

Embora já houvesse estudado muito a Teosofia nos seus jovens anos, o grande foco de sua hermenêutica sistemática foi em torno da obra de Alice A. Bailey -a qual assenta-se como se sabe também sobre o trabalho de Blavatsky e de outros teosofistas. Tal coisa sobressai-se na presente Série de uma forma especial. Contudo as suas investigações seguiram igualmente em linhas paralelas, orientadas por sua própria intuição -o que significa dizer também sob a orientação dos Mestres-, merecendo talvez destaque a sua apaixonada investigação em torno da Astrologia Antiga e dos Calendários tradicionais.

A Nossa própria assistência cobre especialmente os temas diretamente relacionados à chamada “Teosofia”, porém LAWS investigou com seriedade muitas linhas tradicionais, e por esta razão também conectou-se a diferentes ramas da Loja Una; o que terminaria sendo importante para alcançar as sínteses necessárias aos próprios saberes orientais.

Em tempos mais recentes, e a partir do redirecionamento de seus trabalhos para os conhecimentos teosofistas, o Autor tornou-se também uma grande Autoridade nestes temas, revelando a verdadeira Sabedoria Oculta que subjaz à “Doutrina Secreta” de Blavatsky em especial. A Teosofia é afinal uma das doutrinas que LAWS mais estudou ao longo da vida, acompanhando nisto o próprio zeitgeist (“espírito da época”) da cultura moderna.

Pela primeira vez é aberta assim a “caixa preta” da Doutrina Secreta, e desvendadas literalmente também as próprias Estâncias de Dzyan que serviram de inspiração primeira para a obra maior de Blavatsky. A Doutrina Secreta e este seu “alter-ego” que são as Estâncias de Dzyan, são amiúde encaradas com suspeição por muita gente inclusive nos meios espirituais, e mais ainda é claro nos religiosos e nos científicos. Aqueles que ainda poderiam lançar alguma luz sobre o assunto –que são os orientais- não tem maior interesse na questão. Contudo, os esforços do Autor permitem trazer uma grande luz sobre tais conteúdos, confirmando quiçá alguns problemas mas também testemunhando em favor da base tradicional e pela coerência última destes documentos. Para o sincero buscador da Verdade o saldo certamente será sempre positivo.

De modo que sem qualquer exagero, podemos dizer que uma das grandes missões do Autor é trazer de volta à “ordem do dia” os debates em torno daqueles temas mais pungentes e esotéricos da Dourina Secreta, libertando-os do virtual ostracismo a que se encontram em função das suas dificuldades de entendimento. É preciso que a Teosofia seja alçada a um novo grau de dignidade para que se cumpram os seus nobres objetivos. Não caberá mais aos teósofos terem receios das suas crenças, em função de toda uma série de ideias mal colocadas, cabendo isto sim decifrá-las naquilo que for possível e depurá-las no que for necessário.

Com tudo isto apenas resta celebrar o sucesso do Plano, desde as previsões sumárias de HPB quanto à vinda de um sucessor um século após para dar continuidade ao seu próprio trabalho,  como aquelas outras mais detalhadas legadas por AAB -incluindo nisto a chamada “Exteriorização da Hierarquia” que coroa o Nosso Plano de ensinamentos de Nova Era para a humanidade.

4. Conclusões 

“-O presente Autor dispensa apresentações” -dizemos de alguém já muito conhecido do seu público: Contudo, notoriedade não é necessariamente sinônimo de autoridade. Uma Autor “dispensa apresentações” quando a sua obra é fruto da sua própria experiência e se torna capaz de falar por si mesma. Um hermeneuta deve ser mais do que um copista ou mesmo um tradutor fiel. O copista ainda depende da fidelidade da fonte para mostrar verdades. Porém do hermeneuta já se pede conhecimento prático da matéria com que trata. É somente isto que torna um conhecimento realmente vivo e objetivo.

Quando revelamos ao Ocidente alguns de nossos Livros mais sagrados, tampouco foi meramente para saciar a fome alheia de curiosidade sobre a Nossa sabedoria acumulada. A demanda sempre foi grande em torno dos Nossos Mistérios, apenas menor que o Nosso próprio zelo em proteger esta sabedoria do olhar profano. Sabíamos afinal do risco que se corria, e ainda assim riscos necessitam por vezes ser assumidos. Blavatsky foi uma fiel transmissora dos Nossos textos, mas por vezes apenas esforçada no restante. A arte de interpretar certos Mistérios depende de iniciações raramente adquiridas, mesmo pelos próprios tibetanos. Ainda assim ela foi admitida nos primeiros degraus, o suficiente para se tornar uma estudante. Sabemos valorizar a ousadia e a persistência como atributos do verdadeiro Buscador. Graças a isto a HPB foi dado antecipar em séculos –bem ou mal- o acesso a conhecimentos que de outra forma poderiam permanecer longamente desconhecidos -ou mesmo dormir para sempre sob as cinzas sempre tíbias da História.

Mais que isto, um conhecimento vivo é também aquele cuja hora chegou. A Nós não é dado acumular material ocioso. Menos ainda pretender transmiti-lo. Estamos habituados à mais estrita economia de gestos, de pensamentos e de ação. Cada passo Nosso deve ser meticulosamente calculado. Talvez a poucos tenha sido dado imaginar o quanto tais divulgações dizem respeito a si próprios. Quando um dos nossos grandes porta-vozes, como é o Dalai Lama, reitera que certos Ensinamentos Nossos são especialmente talhados para o Ocidente moderno (por assim dizer) -tal como afirmou justamente a respeito do Kalachakratantra-, conviria que as pessoas prestassem atenção às suas palavras. Nossos esforços zelosos (atente para o duplo-significado deste termo) são seguramente um convite para aquele que deseja conhecer mais. A este será dado na mesma medida dos seus esforços. A sabedoria do Tibet não está guardada apenas nos seus velhos templos, tantos deles hoje em ruínas. Ela está também -e para empregar uma expressão soar familiar em vossas vidas modernas- “guardada nas nuvens”, isto é: no Akasha e nos corações.

Eis que o Relógio do Dharma vem apontando para novas regiões. Isto significa que somente ali a luz da Verdade poderá voltar a realmente brilhar -por mais que ela possa renascer de início tímida e improvável: a manifestação do Milagre faz parte afinal dos Sinais. Até porque -digamo-lo logo- tudo isto é necessário para testemunhar acerca da natureza da aguardada Quarta Roda do Dharma, em consonância também com vossas profecias acerca dos ophanim -rodas ou tronos, em Ezequiel, Enoque e João.

A história da Sociedade Teosófica tem sido ainda muito embalada em lendas, mesmo havendo oferecido já importantes frutos através de seus expoentes e simpatizantes. Pouca gente acreditaria -entre céticos e devotos- que uma doutrina tão célebre seja todavia muito ainda como uma concha cerrada capaz de ocultar as mais preciosas pérolas…

A correta compreensão das coisas não representa apenas um simples requinte intelectual. Ainda quando possa parecer matéria inocente e até exótica, o conhecimento sempre tem as suas implicações para Bem ou para Mal. Ideologias e pensamentos conformam as consciências, e conhecimento moldam comportamentos. A leitura adequada dos Mistérios Tradicionais pode se revelar determinante para aqueles que lutam para ascender em meio a cenários diversionistas, considerando que os fatos revelados poderão em muitos casos ser benéficos. Certamente a luz nunca foi mostrada às tontas, e por vezes será preciso buscá-la e desentranhá-la das obscuridades.

A ideia de um conhecimento “revelado” pode ser perigosa quando afeta a vida das pessoas, e ninguém deveria imaginar que uma informação supostamente inspirada não possa ser questionada à luz das Ciências ou de novos conhecimentos. Se um teólogo é incapaz de explicar a sua própria doutrina corretamente, não poderá reclamar que correntes mais especializadas naquilo que ele expõe tomem a palma, pois a sua autoridade pode estar sendo posta em cheque.

O verdadeiro ocultista se atêm de maneira circunspecta a um objetivo de cada vez e não descansa até consumar o seu propósito. O autêntico buscador do conhecimento deve sempre fazer-se ao menos três indagações ao se deparar como uma informação, a saber:

a. Qual a sua origem

b. Como funciona

c. A que se destina

Vivemos tempos de revelação dos Mistérios. De uma forma ou de outra todos os verdadeiros arcanos contidos na Doutrina Secreta estão sendo revelados em diferentes frentes. O verdadeiro teósofo deveria deixar de ensinar hoje fábulas surradas e retomar a prancheta de investigador em busca da real Teosofia que existe por detrás de obscuros misteriosismos -afinal Blavatsky mesma declarou que a sua Doutrina Secreta tinha muitos véus que deveriam ser retirados pelas gerações seguintes. Naturalmente o estudante poderá ganhar muito investigando a Obra dos grandes Autores que já buscaram desentranhar as joias ocultas existentes nesta verdadeira “mina bruta” que é a Doutrina Secreta de HPB.

O presente Autor multiplica algumas vezes o grau de entendimento da obra de Blavatsky, e um tanto também em relação a Bailey. Para aqueles que mal sabem que tais conhecimentos podem ser compreendidos e não apenas acreditados, isto pode representar uma dádiva inestimável -caso desejem avançar no real entendimento dos Mistérios, como é importante para o uso prático.

A Cosmologia Teosófica deixou de ser uma teoria ou uma abstração em suas mãos, e sim uma profunda Ciência Aplicada à vida, como um Estruturalismo de larga escala para o entendimento da evolução integral. Alguém se surpreenderia de que, uma vez retirados os seus véus, tudo se mostrasse uma grande informação sobre a própria evolução humana?! O propósito dos Mestres sempre foi o de auxiliar a Ciência, e não de desafiá-la através de teorias exóticas e irracionais. É maravilhoso quando é possível unir assim a sabedoria com o pragmatismo da vida! Este é um dom que apenas os Mestres realmente possuem. 

A Hierarquia está definitivamente exultante portanto com a presente Obra, porque finalmente a espiritualidade está sendo tratada de uma forma técnica e científica -sem deixar de lançar novos desafios para o investigador diligente-, afinal os próprios postulados da Ciência são devidamente empregados ao modo da verdadeira Tradição Primordial, onde Ciência e Espiritualidade caminhavam de mãos dadas em prol de uma Cultura unificada e universal. Regra geral, o esoterismo em LAWS é também mais “amigável” que o das nossas Amanuenses, reflexo da experiência e de um esforço didático especial.

Pela primeira vez os Sagrados Arcanos estão sendo apresen-tados sem véus diante do leitor. Para alguns isto também servirá de véu face a sua incredulidade, já que muitos ainda preferem a fábula ao fato ou o sonho à realidade. De todo modo a responsabilidade é grande quando as coisas são mostradas às claras porque já não há muita margem para o erro: está se dialogando diretamente afinal com o próprio cientista, com o historiador e com o homem ilustrado. 

E nisto o compromisso será menos o de reinventar a Ciência que o de buscar conferir-lhe uma Alma. Ou seja: profundidade. Algo que nem seria uma tarefa tão difícil considerando a superficialidade como as coisas são dadas comumente. E ainda assim a questão é solene porque muitas vezes se estará diante dos próprios Mistérios da Iniciação. Esta é aliás a sutil diferença entre a Ciência Profana e a Ciência Sagrada que é o verdadeiro Ocultismo, ou a Ciência Espiritual. De resto é como na impagável frase de M. McLuhan: “Somente os pequenos segredos precisam ser ocultados. Os grandes se mantém secretos porque ninguém acredita.”

Perante a própria magnitude dos acontecimentos já não nos toca apresentar véus, sequer aquele que se traduz na existência vulgar ou profana. Luz é aquilo que se almeja acima de tudo. E o presente Autor tem sido um persistente divulgador do ocultismo solar. Naturalmente a realidade sempre foi destinada para aqueles que estão preparados. É apenas para os verdadeiramente despertos que pode ser dito afinal: 

“-Podeis viver um tempo extraordinário realizando coisas também extraordinárias, e tornando as coisas da mesma forma especiais para todo o mundo.”

De resto não toca a Nós falar do Autor mais do que a sua própria Obra possa dizer por si mesma. Como assinalado de início, aquilo que se pede de um verdadeiro hermeneuta é que tenha experiência prática em todo o assunto de que trate -quer dizer: buscar fazer parte ele mesmo da História que narra. Para ter direito a anunciar a décima légua se deverá ter percorrido pelo menos nove -acaso a boa arte da previsão não se estriba justamente na experiência acumulada?!

Não diremos que tudo o que investimos pela humanidade tenha frutificado como gostaríamos, de outra forma se teria quase o melhor dos mundos e os males do planeta seriam minorados em muito. Infelizmente apenas o mínimo dos nossos esforços chega a ser realmente aproveitado, e este quadro precisa mudar caso as pessoas tenham a intenção de realmente evoluir e mesmo sobreviver aos desafios dos tempos que virão. É para isto também que trabalhamos fornecendo as ferramentas necessárias para que a humanidade possa alcançar os melhores resultados em todos os campos do seu viver, neste e no outro mundo.


Leia “A Doutrina Secreta Revelada

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