A Teosofia em geral tem uma forte influência nos novos ensinamentos, especialmente em suas vertentes históricas centralizadas em Helena P. Blavatsky e sua sucessora espiritual Alice A. Bailey. Porém, dentro das revelações do Plano da Hierarquia, procura-se hoje dar uma cor mais “científica” ao tema, tratando basicamente de retirar os véus remanescentes, além de apurar sínteses e agregar idéias complementares, como seria a questão social e a própria espiritualidade e iniciação. Esta é a origem da “Teosofia Científica”, uma doutrina promissora que trabalha basicamente com a Ciência dos Ciclos. Uma Teosofia Científica reuniria -nada mais e nada menos- que os dois pólos extremos do conhecimento (espiritualidade e ciência), preenchendo daí todo o leque do humano saber.

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Antigos infernos e expiações

Altar pré-histórico com feiticeiros aprisionados

O despertar da consciência, e em especial da autoconsciência entre os primeiros seres humanos e seus antecessores, não foi apenas um motivo de júbilo para as espécies, mas também de preocupações. Pois a partir de então o ser humano já não alcançaria estar tão presente no seu momento porque a angústia da morte o acompanharia, e não mais daquela forma mais simples como seria para os animais, porque agora ele se preocupava ademais com a sua morte existencial, para além mesmo da forma física. Quer dizer: daquilo que as religiões chamam de Segunda Morte, que é a perda também da própria consciência. 

Naturalmente as espécies em evolução cada vez mais estavam adquirindo uma nova identidade mais subjetiva e refinada. Porém isto seria mais pronunciado em certo tipo de indivíduos, e que tratavam então de buscar formas de experimentar a expansão da consciência e a sua perpetuação de diferentes maneiras. E assim nasceram os primeiros filósofos e aspirantes espirituais.

Alguns também se preocupavam em buscar conscientizar os demais da importância de não negligenciar estes problemas e não perder a oportunidade de preservar a própria consciência, porém sabiam que seria melhor antes encontrar caminhos e respostas consistentes, para poder então oferecer àqueles que não sentiam tanta urgência por estas causas. Ainda assim sabiam ser difícil transferir a terceiros muitos dos caminhos que alcançavam então vislumbrar, senão por certa coerção e ameaças. De modo que, se naqueles tempos primitivos a espiritualidade já era precária, mais ainda seria a religião comum.

O primitivo ser humano estava também muitas vezes preocupado com a própria sobrevivência, e por esta razão a posse da sua consciência estava muito atrelada aos seus instintos de sobrevivência. Raros indivíduos alcançavam a morte natural pela velhice, porque suas vidas físicas estavam continuamente ameaçadas por diferentes fatores, e este fato causou uma certa distorção em sua percepção espiritual. 

Em função disto a primeira forma que ele associou à conquista da morte era aquela do poder. Quer dizer: sobreviver era acima de tudo uma questão de força e de potência diante dos desafios do mundo. E o mesmo valeria portanto para a sua vida espiritual. Na verdade ele sequer cogitaria muito na ideia mais abstrata da sua sobrevivência apenas como consciência, eventualmente reencarnando através de muitas e sucessivas vidas; ele desejava antes que esta consciência permanecesse desde logo neste mundo físico, mesmo que para isto devesse reduzir o alcance desta consciência agindo de forma impiedosa ou atrelando-a a outros reinos e espécies menos evoluídos. Para ele aquele que mais sobrevivesse fisicamente tinha também maior poder. 

De modo que o homem primitivo mantinha um grande medo da morte, em função do seu estado primário de consciência. Em função disto, os feiticeiros da época consideraram uma vantagem vincular-se intimamente aos reinos elementares (ver nos Capítulos seguintes sobre a magia antiga do fogo e da água), por acharem que estes reinos eram mais poderosos e longevos do que o Reino Humano. Mais tarde os xamãs antigos também imaginaram que os reinos da natureza -mineral vegetal e animal-, eram mais poderosos do que o humano e trataram de vincular-se a eles também. 

Contudo, com o tempo todos eles viram que aquilo poderia ser um erro e uma limitação, e desejaram voltar a evoluir vinculando-se com o Reino Humano através do trabalho dos Magos e dos Iniciados. A penalidade para as suas faltas foi encontrar poucas brechas para reencarnar ao longo da evolução humana, atrasando assim em muito a sua própria evolução, mas encontrando já melhores oportunidades no atual Esquema Planetário e em especial no seu Quarto Globo atual, quando muita gente tem podido encarnar nesta finalização do Mahamanvantara.

Outros porém sequer tiveram esta sorte, porque mergulharam fundo demais nas ilusões dos falsos caminhos. Vimos como o homem primitivo associou a sobrevivência ao poder, e o conhecido ditado “o poder corrompe” já valia também então. A corrupção entraria assim na existência humana de diferentes maneiras. O ser humano viu-se seduzido pela possibilidade de sobreviver atrelando-se a outros reinos e espécies, mas também descobriu formas de controlar e de usar a vida do seu semelhante em benefício próprio, inclusive apropriando-se de seus corpos através da transferência de alma ou de consciência, seja de maneira voluntária ou não, consciente ou não, já que crianças também poderiam ser usadas com esta finalidade.

Os poderes sobrehumanos que muitas vezes alcançavam através dos seus vínculos com misteriosos seres espirituais (amiúde resíduos de consciência de feiticeiros que haviam migrado para outros reinos) -e que talvez se devessem chamam melhor de poderes infra-humanos-, serviam ademais para aterrorizar mortalmente as pessoas, o que conferia então grande poder e autoridade aos feiticeiros, que eram assim servidos e temidos em igual medida.

Naturalmente eles eram também respeitados e muitas vezes até procurados. Como os feiticeiros possuíam conhecimentos de curas e dominavam muitos feitiços, eles eram amiúde buscados por causa de suas medicinas e em função dos seus sortilégios, alguns dos quais seriam voltados contra outras pessoas em detrimento de suas liberdades.

Inicialmente os feiticeiros concentravam em si todos os poderes tribais, porém vendo o quanto isto os sobrecarregava, passaram a determinar lideranças políticas para as tribos, nascendo assim as primeiras Sinarquias. A fim de preservar o seu poder espiritual, os xamãs buscavam manter as tribos pequenas e dividí-las quando cresciam, entregando as novas tribos para algum discípulo seu. Esta liberação de compromissos materiais permitiu aos feiticeiros aprofundar os seus conhecimentos, sofisticando os seus saberes, especializando-se em suas atividades e tornando-se ainda mais úteis para as sociedades. Possibilitou tanto um avanço nos caminhos espirituais como também a maior reunião de informações sobre o universo, com resultados por exemplo na organização de uma astrologia, o que permitia orientar as pessoas nas mais diferentes atividades, desde a agricultura até as guerras para mencionar apenas as principais.

Primitivo observador das estrelas

Naturalmente com o tempo eles também seriam cooptados pelos poderosos de suas tribos ou de outras que os dominaram. A prova de que as coisas estavam mudando era quando as divisões das tribos já não eram realizadas, e sim a concentração de poder, a divisão social e o surgimento de grupos dominantes. Muitos xamãs e feiticeiros ainda se rebelaram contra esta situação, porém nem todos tinham afinal um bom caráter, e assim se formavam coalizações temíveis e opressivas entre o poder material e a potência espiritual. No Capítulo 5 adiante veremos mais sobre este quadro em relação à final “Guerra dos Mundos” atlante.

Todos estes feiticeiros que atuaram mal ficaram presos nos planos inferiores aos quais eles se associaram voluntariamente. Desenvolveram grandes poderes e foram por eles aprisionados.  Alguns até permanecem vivos fisicamente através dos tempos, em função dos poderosos feitiços que dominaram. Tornaram-se especialistas em vampirismos e em fazer o mal. Outros tantos ainda se encontram nos Mundos Inferiores ou Elementais, pois o poder que acumularam lhes permite preservar as suas consciências doentias e distorcidas. Desta forma eles manipulam entidades ainda mais primitivas e seduzem os médiuns inferiores com poderes e falsos conhecimentos. Todas as almas débeis são para eles uma possibilidade de ampliar e de perpetuar o seu poder. Podem criar obsessões vinculando as hostes de espíritos angustiados de mortos aos seres vivos encarnados. Tal como podem aprisionar e cooptar espíritos débeis de desencarnados pouco evoluídos, tanto à força ou mediante seduções. 

Resulta muito difícil desfazer tais distorções da evolução, criadas pelo extremo abuso do livre-arbítrio humano, da mesma forma como também é difícil evitar que seres vivos encarnados deixem de atuar mal e em prejuízo do próximo, ou que muitos seres encarnados resignem-se à sua opressão ou aceitem os seus subornos. Tais poderes terrenos são também amplamente dirigidos pelas mesmas forças ocultas do Mal, organizando a cultura de massas para melhor poderem controlar as coisas. Daí a importância de trabalhar positivamente as coisas, criando esferas de proteção e de positividades, para que as pessoas tenham uma vida melhor neste e em outros mundos. Não existem pressupostos de alma ou de reencarnação que possam salvar um ser humano das garras destas forças malévolas, senão os próprios esforços conscientes da vida atual.  A condição humana é mais complexa que a dos animais, estando sujeita a energias inferiores, por isto ela necessita contar com forças superiores para ao menos equilibrar as coisas.

O inferno e o purgatório têm origens antigas sim, porém eles ainda são realidades atuais pela vontade e pelo carma daqueles que têm optado por atuar pela ignorância ou de maneira negativa. Assim é como as coisas são relatadas em algumas linhas de pensamento xamanista, e parece haver evidências para se crer em tais informações, mesmo correndo o risco de serem mais ou menos genéricas quanto às circunstâncias de então. 

Embora estas iniciativas sejam amiúde de se lamentar, elas também têm aberto caminhos para a evolução da espiritualidade. De certa forma muitos daqueles antigos xamãs são mártires dos desenvolvimentos da nossa espécie. Comparativamente não podemos dizer que aquela multidão de pessoas que tem sido simplesmente negligente com seus próprios destinos estariam em condições melhores, porque muito provavelmente a grande maioria não deixou nenhum rastro em parte alguma e muitas também tem sido escravizadas por feiticeiros por não terem desenvolvido uma imunidade espiritual suficiente iluminando-se ou associando-se solidamente com as forças da luz.

O homem moderno e suas novas religiões e filosofias, tende a interpretar o problema do Mal como algo meramente subjetivo e “psicológico”, o que se deve à uma simples falta de experiência e de conhecimento dos fatos. Muitos que investigam as coisas seriamente tem amplas oportunidades para observar como elas realmente acontecem. 

Mas sobretudo todos os Iniciados têm a oportunidade de comprovar por si sós a existência do Mal Antigo e dos infernos que todavia existem neste mundo, tal como registrados e devidamente informados por todas as verdadeiras Tradições de Sabedoria - ver sobre os Qliphoth da Cabala no Capítulo 6, adiante. Até porque tais experiências e conhecimentos são parte dos graus avançados da Iniciação, não para os candidatos se associarem de algum modo àquelas energias negativas mas, pelo contrário, como parte das provas a que devem sujeitar-se no sentido de dar a sua própria contribuição para enfrentar de algum modo este Mal e contribuir para atenuar a sua influência sobre o mundo, e neste caso a melhor forma de ajudar é através da própria iluminação completa, a fim de trazer novas e positivas energias espirituais ao planeta como um todo.

Há quem pense que, desta forma, e à medida em que a luz finalmente possa sobressair-se às sombras, até mesmo aqueles poderosos malfeitores espirituais antigos poderão ser redimidos, e que os espíritos penados que os servem serão finalmente liberados, nem que seja para a sua final extinção e “repouso”.

LAWS, “A Doutrina Secreta Revelada”, Volume I, “Cosmosíntese”.

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