As pessoas muitas vezes perguntam quem são os Mestres. Talvez elas deveriam porém começar por se perguntar O QUE SÃO os Mestres! Ou o que eles representam no final das contas para a economia espiritual do planeta e para o próprio destino da humanidade em geral.
Assim ficaria mais fácil não cometer os tantos equívocos comuns nesta área. O aspirante ocidental ainda não adquiriu uma educação adequada nesta sensível matéria. Realmente ele tem sido pouco informado ainda de tudo o que significa a maestria espiritual e de como alcançá-la. A imagem dos Mestres oferecida pelas modernas sociedades esotéricas é insuficiente para retratar a verdadeira magnitude e o alcance do trabalho das Hierarquias, mesmo aquelas consideradas mais próximas da humanidade.
Amiúde a imagem de místicos e santos tem sido confundidos com Rishis e Mestres, o que representa um equívoco inclusive semântico. Rishi signfica “vidente”, indicando o estágio de iluminação dos Adeptos com acesso ao Akasha, capacitando-os a manifestar conhecimento e sabedoria universal. Ao passo que “Mestre” também indica uma emancipação espiritual, superando amplamente a necessidade da vida contemplativa.
Os Adeptos são porta-vozes das Altas Ciências que atuam como interfaces de todos os saberes da humanidade. Eles não trabalham com informações veladas e quando o fazem deixam isto subentendido. O que o mundo precisa? Quais caminhos devem ser tomados? Qual a urgência das mudanças? Quem pode responder a tudo isto? Somente os Mestres podem realmente fazê-lo. Se as pessoas não os procuram elas não podem se queixar dos seus problemas.
Em termos ocultos, todo Mestre é um alquimista planetário porque a iluminação espiritual afeta poderosamente o subconsciente coletivo da espécie humana, permitindo que este mantenha-se minimamente equilibrado e o bom senso possa ser compartilhado pela humanidade. As pessoas precisam reaprender a acionar as forças que movem a História - para cima, trabalhando ativamente com as Hierarquias espirituais. Por Lei cósmica esta é a única forma da humanidade realmente se redimir e alcançar se renovar.
Não obstante, quando virdes um Mestre deveis compreender tudo o que está por detrás dele: escolha divina, obediência, renúncias, consagração, esforços, estudos, austeridades, sacrifícios, sabedoria, iluminação, orientação… E quando vires tudo isto também deveis saber que muito provavelmente estais diante de um Mestre. Neste sentido é importante conhecer a história do suposto Mestre, observando que tais requisitos são imprescindíveis, independentemente daquilo que possam haver realizado em outras vidas. Todos os grandes Mestres foram exemplos nestes itens entre outros
Qual a importância dos Mestres? A sua importância é simplesmente capital para a humanidade. Acontece que a espécie humana ainda está na infância da sua evolução espiritual. Ao contrário do que se imagina, o domínio da tecnologia por si só pouco significa, porque sem o autocontrole da própria pessoa todos estes conhecimentos tornam-se até perigosos.
Então os Mestres servem de consciência auxiliar enquanto a humanidade está em evolução, buscado apurar ao máximo esta evolução humana, no que depende porém muito também das próprias sociedades. A senha para que tudo isto funcione está no entendimento desta situação por parte destas, haja vista os enormes esforços que os próprios Mestres devem realizar para alcançar as suas próprias conquistas pessoais e alçar-se a um plano de serviço maior e impessoalidade a toda prova.
Idealmente os verdadeiros Mestres não se ocupam do aspirante individual, mas sim do Plano coletivo de evolução da humanidade, que é aquele no qual Eles têm as suas consciências. Os Mestres podem comunicar-se diretamente com discípulos aceitos e com iniciados, porque estes têm mais facilidade de assimilar os seus comandos e orientações, ao mesmo tempo em que estes estão mais preparados para compreender as limitações materiais da Hierarquia neste planeta. Eles sabem que a visão de um Mestre representa apenas a ponta do fio de um novelo de bençãos que se perdem nos céus em infinitas Hierarquias de Luz que acham-se por detrás dele.
Por força de ofício, o mistério dos Mestres se assemelha a um iceberg onde apenas um ínfimo é aparente, ou uma caverna de estreita entrada mas que oculta os mais insondáveis tesouros. A grandeza de um Mestre não se manifesta apenas na sua aparência mas sim na somatória das suas realizações, em sua experiência acumulada, no seu conhecimento reunido e em sua sabedoria prática.
Tratar dos Mestres muitas vezes é como falar do Sol. Podemos estudar tudo a seu respeito, receber todos os seus benefícios e até olhar para ele de soslaio, nunca por muito tempo pois isto pode nos prejudicar, pois seu poder é demasiado para a nossa débil constituição.
Os Mestres tampouco atuam por procuração de terceiros, senão de maneira publicamente autorizada ou de maneira provisória preparando as pessoas para a sua própria revelação, tal como acontece hoje com o Plano da Hierarquia de preparação da humanidade para a Nova Era.
Como os Mestres não tem praticamente interlocutores qualificados, eles posicionam-se nesta condição de Mestre ou de Instrutor. Cada um ensina aquilo que sabe, e não cabe falsear informações e nem usurpar o papel dos verdadeiros experts, se queremos um mundo realmente melhor. É uma simples questão de profissionalismo e de prerrogativas. O que define um profissional? Exemplo: desde quando, há quanto tempo e quantas horas por semana alguém se dedica a um certo assunto. Às vezes convém lembrar que um profissional sabe aquilo que os leigos conhecem, mas o contrário não é verdadeiro.
Um Mestre não ensina aquilo que as pessoas já sabem e sim o que não se conhece. Se o conhecido bastasse o mundo pouco necessitaria de orientadores e as coisas estariam razoavelmente bem.
Ninguém neste mundo tem obrigação de dedicar-se full time e de forma vitalícia à espiritualidade como fazem os Mestres, mas teriam a obrigação de honrar aqueles raros que o fazem por serem chamados por Deus, porque destes depende todos os avanços que os restantes possam necessitar.
* Aquele que é capaz de ser um bom profissional na sua própria área já faz um grande serviço pela humanidade. Até porque um bom profissional sabe reconhecer e respeitar outros profissionais. Daí a premissa básica do Bhagavad Gita no cumprimento do próprio dever, que é o único no qual a pessoa pode ser realmente eficiente.
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Sobre o Autor
Luís A. W. Salvi (LAWS) é estudioso dos Mistérios Antigos há mais de 50 anos. Especialista nas Filosofias do Tempo e no Esoterismo Prático, desenvolve trabalhos também nas áreas do Perenialismo, da Psicologia Profunda, da Antropologia Esotérica, da Sociologia Holística e outros. Tem publicado já dezenas de obras pelo Editorial Agartha, além de manter o Canal Agartha wTV.
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