A Teosofia em geral tem uma forte influência nos novos ensinamentos, especialmente em suas vertentes históricas centralizadas em Helena P. Blavatsky e sua sucessora espiritual Alice A. Bailey. Porém, dentro das revelações do Plano da Hierarquia, procura-se hoje dar uma cor mais “científica” ao tema, tratando basicamente de retirar os véus remanescentes, além de apurar sínteses e agregar idéias complementares, como seria a questão social e a própria espiritualidade e iniciação. Esta é a origem da “Teosofia Científica”, uma doutrina promissora que trabalha basicamente com a Ciência dos Ciclos. Uma Teosofia Científica reuniria -nada mais e nada menos- que os dois pólos extremos do conhecimento (espiritualidade e ciência), preenchendo daí todo o leque do humano saber.

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As Raças-Raízes


Uma Raça-raiz é, por definição, u’a humanidade governada ao nível de alma, e já não de personalidade, na medida em que está diretamente consorciada com a Hierarquia. Seus interesses são amplos e universais, não limitando-se às necessidades físicas ou pessoais. Sua prioridade é, positivamente, a cultura e a evolução superior.

Estas Raças surgem, portanto, após todo um período de preparação humana em que se formam os vários componentes da Alma –esta entidade sempre de algum modo grupal. Num dado momento, a síntese torna-se possível, inicialmente através da matéria (miscigenação), e depois da consciência (iniciação). Mas isto não decorre automaticamente, e sim sob uma influência especial ou uma assistência espiritual continuada, sobre bases organizadas de forma orientada.

Em tese, existem sete Raças-raízes em cada Ronda planetária, e cada Raça se divide em sete Sub-raças. Na presente Ronda, que é a Quarta, as duas primeiras raças não são registradas no plano evolutivo porque não dispõe de acompanhamento da hierarquia. Correspondem simbolicamente aos dois filhos de Adão, ambos perdidos de algum modo.
As três primeiras Raças são consideradas preparatórias para a quarta, que é aquela que caracteriza a essência do ciclo mundial desde o ponto de vista racial. Por esta razão, na presente ronda existirão apenas seis Raças-raízes –na realidade, a Sexta raça sequer completará o seu curso ainda dentro desta ronda. Da mesma forma como as duas primeiras foram especiais, as duas últimas também serão. Spencer Levi, fazendo certo eco a Alice A. Bailey e talvez a Blavatsky, chega a declarar que antes da Terceira Raça-raiz não se pode emitir autorizadamente o conceito racial. O mesmo seria válido a partir de parte da sexta Raça-raiz, quiçá pelas razões opostas todavia, ainda que possa haver igualmente uma superposição de ambas as realidades, como sugere o estudo do Relógio Cósmico...

Uma analogia aqui é possível entre o microcosmo individual e o mesocosmo racial. Assim, tal como as duas primeiras iniciações são meramente preparatórias, as duas primeiras Raças são especiais no sentido de não caracterizarem humanidades no sentido corrente do termo. Os anais esotéricos lhes atribuem características etéreas. Sucede que existe muita confusão entre os conceitos de Raça e de Ashram. Como se viu no Capítulo anterior, um ashram é a manifestação da Hierarquia que acompanha as raças, ou as dinastias espirituais que dirigem os rumos das civilizações. Adiante voltaremos ao assunto
As raças correspondem comumente ao domínio dos Continentes do globo, de modo que a sua estruturação toca realmente à cultura árya, na qual se implantou o conceito de império. Esta é uma base para a nova Ordem Mundial, na medida em que a unificação planetária atualmente em vista, passa necessariamente pela integração dos Continentes, tal como esta passou no ciclo áryo pela integração das nações e estas nações, por sua vez, foram formadas no ciclo atlante pela unidade das classes sociais, até então fragmentadas em estado de conflito permanente.

Ora, o mundo não é formado por “nações” -esta quase abstração de díspares origens-, mas sim pelos Continentes. Entende-se que, se um país se demonstra capaz de “acertar as arestas” com os seus próprios vizinhos, ele terá maiores condições de se ajustar a uma ordem globalizada. Do contrário, mesmo uma nação poderosa não será confiável, por não poder oferecer estabilidade. Note-se como mesmo países fortes suscitam a inveja e a concorrência de vizinhos às suas pretensões internacionais, temendo quiçá um desequilíbrio de forças ainda mais pronunciado na região. Melhor, pois, é que as regiões se apresentem unidas nas suas aspirações mundiais.
Para isto, a Hierarquia irá suscitar doravante Adeptos em todos os Continentes, manifestando assim ashrams espirituais menores em todo o mundo.

A. Raça-raiz e Ashram

Muitas informações existentes nos compêndios ocultistas, relativas às duas primeiras raças em especial, devem ser aplicadas aos processos preliminares de formação dos ashrams, que sequer existiam nestas épocas, ainda que certos grupos foram ali se formando para dar origem à futura hierarquia de luz. De resto, eles também podem ser estendidos aos ashrams das raças terceira e quarta.

Ashrams são aquelas Dinastias Espirituais do reino da Hierarquia, que ocupam o mesmo tempo-e-espaço das raças e regem a sua evolução, acompanhando-as e subsidiando-as, pois, culturalmente.
Sem a influência depuradora e orientadora dos ashrams hierárquicos, as expressões culturais dos povos adquiririam inevitavelmente um aspecto menor, perderiam o seu afã criativo e, especialmente, a sua tônica civilizatória; o homem andaria como que “às tontas” pela Terra, e sua evolução tardaria infinitamente mais tempo (360 vezes mais, para usar o recurso simbólico hindu), praticamente estacionando no tempo, inclusive em sua evolução espiritual.
Empregamos por vezes o termo raça sagrada, um conceito-síntese entre raça e ashram, para referir-nos às “raças verdadeiras” ou ashrâmicas. Isto é inevitável face à fusão existente entre as duas esferas, a da humanidade e a da hierarquia, que chega ao ponto de uma determinar o grau das iniciações da outra. É assim que, no caso atual, a Quarta Dinastia de Shambala tem seis graus, e a sexta Raça-raiz tem quatro graus. Nota-se assim o entrelaçamento dos números (no caso, a fórmula 4:6), posto que as duas evoluções têm sempre caminhado junto (para maiores detalhes, ver Capítulo sobre a Quarta Ronda Planetária, neste Volume).

Esta sexta Raça-raiz emergente pode ser então denominada como a Quarta Raça Sagrada. A sacralização das raças, que teve início com as iniciações raciais, começou na Lemúria através da manifestação do primeiro ashram, ou da chegada da primeira dinastia espiritual no mundo. Desde lá se passaram quatro raças, regidas por seus respectivos ashrams espirituais.

1. Castas e ashramas

Tampouco se deve confundir ashram com ashrama, que são as quatro etapas existenciais do brahmanismo (e que também podem ser associadas à evolução racial através das castas), porquanto o sistema representa realmente uma estrutura iniciática-social. Os quatro ashramas consistem em:

a. Brahmacharya (Estudante);
b. Grihastha (Doméstico);
c. Vanaprastha (Instrutor); e
d. Sannyasin (Renunciante).

Estas etapas iniciáticas, que são coroadas pela condição de “mestre” ou Asekha (“não-discípulo”, representante do avatar Manu, em oposição a Lanu, “discípulo”), podem ser inicialmente associadas aos ashrams das primeiras quatro raças-raízes através da evolução da própria Hierarquia, e depois às raças sagradas quando da manifestação hierárquica junto à humanidade.
Os ashramas representam o aspecto espiritual-dinâmico da ordem social, semelhante à correlação existente entre raça e ashram.

casta <–> ashrama
raça <–> ashram

Assim como são os ashrams espirituais que possibilitam a iniciação racial, são os ashramas que determinam a evolução nas castas -ou varna, palavra que significa “cor” em sânscrito. As cores atribuídas às raças são genéricas, pois existem variações internas importantes; mas tanto o trabalho de seleção racial, como os momentos de mescla e sínteses raciais, têm sido comuns no decurso da evolução dos povos. Como em relação às “cores” das castas, apresentariam originalmente um significado meramente simbólico, como o usado em Alquimia.

Assim como a hierarquia se vale do reino humano como base, ela empresta a sua dinâmica em favor da evolução humana, concedendo os ashramas sociais. Não se trata de um simples comércio entre reinos. Cada uma necessita desta unidade porque é o seu real destino, e não há outra forma de avançar. Não se pode, mesmo, separar os reinos. De resto, sem a hierarquia a humanidade ficaria sujeita a outros poderes de um tipo inferior de espiritualidade, que se chama comumente de Loja Negra. O fato é que o mundo é dotado de forças supra-humanas e a melhor coisa a fazer é contar com forças protetoras e respeitosas, interessadas na evolução e na libertação.

a. Cronologia racial

Com relação a datas, certas cronologias vastíssimas encontradas na literatura esotérica (como as formulações hindus que os estudantes adotam comumente de forma literal) são meramente simbólicas, requerendo a aplicação de determinadas chaves relativamente acessíveis para a sua compreensão. Ainda assim, os critérios podem variar, e para todos os efeitos empregaremos o período de cinco mil anos para u’a humanidade completa, tal como faziam os pré-colom­bianos e certas correntes hindus. Esta cronologias seria válida tanto para a raça como para o ashram espiritual a ela associado.

As narrações sobre a evolução das raças que seguem, serão ilustradas através do Discurso da Terra do Buda Maitreya, que demonstra sumariamente -e em termos sobretudo sociais- o desenvolvimento das “visões” que o homem têm tido da vida através das raças e das eras.

B. A Raça Hiperbórea

Esta primeira Raça-raiz teria ocupado o território da Pangea, ou seja, o mundo inteiro, no momento em que os seus continentes estavam espiritualmente unificados. Esta é uma forma de dizer que esta Raça se estendeu sobre toda a superfície do planeta. Costuma-se denominá-la Hyperbórea, seja porque se desenvolveu mais nas terras superiores do planeta, como pelo fato d’aquelas terras se acharem realmente mais no Hemisfério setentrional (como ainda hoje), assim como em função do caráter primordial e patriarcal que, em muitos sentidos, apresenta esta Raça-raiz.

Alguns compêndios teosóficos relacionam esta raça ao “Pólo Norte”, deixando claro que não se trata, porém, do Pólo geográfico, mas do Pólo espiritual da Terra, chamado Monte Meru ou Su-Meru (como demonstramos em outra parte, esta expressão indica a Suméria, contemporânea da Civilização do Indus e importante fonte de irradiações culturais), na região relacionada ao Deserto de Gobi. Cabe notar que se trata este também cientificamente de um Pólo magnético, posto que o ponto de maior magnetismo da Terra se acha nesta região do hemisfério Norte, assim como o ponto de menor magnetismo está hoje naquele lugar da América do Sul relacionado ao foco central do último ciclo racial.
É dito esotericamente que os homens desta raça possuíam formas imensas e etéreas, eram assexuados ou andróginos, e sua multiplicação era feita por fissão ou por brotos, e uma sugestão daquilo que isto simbolicamente representa estaria na relação que existe entre esta raça e o reino mineral.

Diz-se que tais seres pareciam fantasmas gigantescos. Mas “as mônadas refletiam sobre (estas) formas seus raios e as aqueciam, pondo-as em atividade e modelando-as em órgãos de comunicação com o mundo exterior. Daí que, em virtude da elevada consciência que entrou em contato com elas, sejam às vezes chamadas de Raça dos Deuses; e também de filhos de Yoga, porque os Barhishads expediram seus chhayas (sombras, sementes de vida) quando imersos em meditação yogue. Também lhes chamaram nascidas de si mesmas, porque não nasceram de pais humanos. São o segundo Adão das escrituras judias.” (Arthur E. Powell, O Sistema Solar).
O planeta relacionado a esta primeira raça é o Sol. Significa um sentido de síntese e unidade. Praticamente, o conceito de humanidade estava restringido ao Mais Alto e não se expressava na Terra. Esotericamente, esta raça estava regida por Saturno e Urano, e nisto existe uma importante chave para a compreensão da natureza desta primeira Raça-raiz, apolínia e olímpica. Tampouco é possível falar de sub-raças definidas nesta Raça-raiz, embora se diga que foram em número de sete suas etapas de crescimento. O sentido desenvolvido por esta primeira raça foi o da audição, como também nos bebês é o primeiro a se firmar.

A humanidade era primitiva nestes primeiros tempos. Eis o que diz o Discurso da Terra do Buda Maitreya sobre este momento:
“Houve um tempo em que os homens viviam sós; amavam apenas as suas próprias vidas e lutavam e trabalhavam meramente pela sobrevivência pessoal. Esta foi a sua primeira visão.”
O homem da primeira raça era, pois, o homem solitário. Errático, andava só ou em pequenos bandos, atrás de caça e proteção. Como a vida era muito rude e difícil, manter uma família era impossível. Por isto também se insinua que este homem original era um andrógino. Além disto, como o ser humano apenas conhecia o desejo elementar, não tinha motivações profundas para desenvolver um espírito gregário. Pelo contrário, associar-se em nome do desejo era considerado uma fraqueza, de modo que a religião original cultuava a virilidade espiritual, a coragem e a unicidade, simbolizados pelo sol.

Em contrapartida, foi também a época das Amazonas, pois mais ainda que os homens, as mulheres sentiam a necessidade de se unir para se proteger e auxiliar mutuamente.
Naturalmente, este não era o quadro mais propício para a reprodução humana. As esdrúxulas descrições esotéricas das formas de reprodução sexual derivam em parte das formas-pensamento geradas no coito violento então existente, ou mesmo das auras disformes daquelas criaturas primitivas. A discriminação entre os sexos era absoluta e a escravidão e separação era mútua. Os bebês nascidos dentro dos grupos homogêneos de homens ou mulheres apenas tinham realmente chances de sobrevida se eram do mesmo sexo do grupo. Este foi o momento da afirmação do eu primitivo na humanidade. Havia pelo que se diz, contudo, um pacto de entregar o bebe de sexo oposto ao grupo de gênero afim.

Mas as necessidades físicas de então desenvolveram no homem a habilidade material e organizaram a sua estrutura básica. E assim, num sentido superior, começou a se formar nesta época um grupo de indivíduos com consciências polarizadas no plano etérico. Ainda que tivessem corpos físicos, eles não se identificavam com a materialidade em si. Daí a Bíblia afirmar que Adão e Eva andavam nus, simbolizando iniciados de ambos os sexos que, ainda que se mantivessem assim apartados, deram início à evolução espiritual. E por isto o primeiro Adão (Adi Aham, o “Primeiro Eu Sou”) não tinha mulher.

Também seria útil equiparar este estágio à primeira etapa espiritual do brâmane, o estágio de brahmacharya, no qual o homem se mantém casto e se dedica ao estudo das coisas do céu e da terra.

C. A Raça Antípoda

Esta segunda Raça-raiz se desenvolveu durante a primeira grande divisão dos blocos geológicos do planeta, no grande Continente de Mu. Esta vasta região se estendia sobretudo ao sul do Equador, razão pela qual sua população denominou-se de Antípodas, quer dizer: os “contrários” à raça original, no geral, e habitantes do hemisfério oposto.

Estes seres lunares formaram os Pitris (Antepassados) originais responsáveis pela manifestação da forma e da substância corpórea gerada. Foi assim que a primeira raça se desvaneceu e se fundiu na segunda, sacrificando-se em seu favor, como sempre acontece na eterna transmutação da Natureza. Como os seres da segunda Ronda, sua forma era a de “sacos de mingau”. Com o tempo, esta nova raça desenvolveu uma forma de reprodução do tipo “gotas de suor” (possível símbolo do sêmen). Isto deve ser entendido simbolicamente, relacionado, por exemplo, ao reino vegetal e suas formas de reprodução.
Esta raça acrescentou o sentido do tato à humanidade, que é também o segundo sentido a desenvolverem os bebês. Está relacionada à Lua, significando sua natureza dual de espírito-matéria. Esotericamente, associa-se a Júpiter. Essa raça chamou-se de Kimpurushas, filhos do Sol e da Lua, ou do “Pai amarelo e a Mãe Branca” (A Doutrina Secreta). Nestas cores existem, é claro, insinuações raciais evidentes.

Diz o Discurso da Terra de Maitreya a respeito desta etapa:
“Nesta época, os homens compreenderam que, unindo-se às suas mulheres, sentiam menos solidão. E então os homens passaram a lutar e a trabalhar por suas famílias. Esta foi a sua segunda visão.”
O homem da segunda raça era o homem doméstico por excelência. Com o tempo alguns homens culminaram o ideal solar-masculino e começaram a desenvolver naturalmente certa sensibilidade. Com a organização das bases materiais humanas, os homens e as mulheres começaram a dar-se maior abertura e teve início a aproximação mútua. A partir disto o padrão dos relacionamentos conjugais deu um salto. O desejo deu lugar a uma atração mais profunda e gerou a paixão. Isto foi logo visto como uma ampliação do poder masculino, dando origem a uma nova filosofia onde a força masculina era refletida no elemento feminino. Este foi o momento em que os seres humanos receberam o decreto de “crescer e se multiplicar”. Tudo isto suscitou a “Segunda Criação”, onde homem e mulher são criados juntos e fisicamente estão separados, já em androgenia.

Através desta religião lunar de sensibilidade e afeto, a humanidade desenvolveu a noção do tu, vendo o próximo como um complemento pessoal verdadeiro. O nomadismo deu lugar à agricultura e à pecuária.

Ao mesmo tempo, o aparecimento desta nova sensibilidade deu abertura para o desenvolvimento do plano emocional. O mito do surgimento da mulher desde as costelas de Adão, significa que a mulher foi integrada ao homem através da evolução psíquica da humanidade, cujo centro se encontra na região baixa das costelas, exatamente onde “falta” uma costela ao homem. Por esta razão, também no sistema brahmânico de ashramas, a segunda etapa, grihastha, corresponde ao matrimônio do brâhmane.

D. A Raça Lemuriana

Esta é a primeira Raça-raiz considerada propriamente manifestada, e os homens desta Raça ocuparam o continente da Lemúria, uma formação norte-oriental mais ou menos na região onde hoje se encontra o deserto de Gobi, que na época era ainda um grande Oceano. Foi durante esta raça que o Senhor do Mundo e seus assessores vieram ao planeta, desde Vênus -entenda-se, porém: desde a cadeia venusiana do esquema planetário terrestre, pois não se trata de astronomia, mas de astrologia esotérica.

A cor desta raça é a negra, e o planeta regente Mercúrio. Esta é uma das razões pela qual os grandes Avatares se chamam “Budas”, pois Shamballa se manifestou na Raça-raiz relacionada ao planeta Buddha (Mercúrio em sânscrito).
É, portanto, num certo sentido, a verdadeira “Raça dos Deuses” (ou antes dos gigantes, os Cíclopes), dos espíritos etéreos que habitavam a região que a mitologia associou ao Olimpo. Ocorre, porém, que estes Mestres vindos “de Vênus” não chegaram a constituir uma Hierarquia manifestada ou integrada à humanidade; razão pela qual apenas relativamente esta humanidade pode ser caracterizada como “racial”. Antes, os mestres trataram de meramente influenciar a humanidade com sua energia, guiando de forma indireta os passos daquela humanidade infante mas que já estava apta para realizar suas primeiras sínteses mediante serviços físicos à Hierarquia.

Cabe lembrar que Sanat Kumara, o Senhor do Mundo, é descrito como um yogue em eterna meditação. Seu nome significa “o virgem Eterno” (e não “jovem eterno” como mal se traduz geralmente). Esta “virgindade” significa que ele se mantém em estado casto de forma permanente, ao longo de sua existência atemportal. E sua juventude eterna é também simbólica, conforme o tradicional mito do deus-menino que diz respeito ao padrão universal de evolução dos Avatares, os quais devem se iluminar muito jovens e segundo fórmulas cronológicas fixas que configuram a idéia do Microcosmo feito à imagem do Macrocosmo.

Sobre as transformações que deram origem a esta raça, diz a Doutrina Secreta: “O eixo da roda inclinou-se. O Sol e a Lua deixaram de brilhar sobre as cabeças dessa porção de nascidos do suor, que conheceram a neve, o gelo, a geada; e o crescimento dos homens, plantas e animais mermou (diminuiu).”
Uma vez mais trata-se de símbolos. Este foi o momento de desenvolvimento da energia do terceiro reino, o animal, relacionado à terceira Ronda. A raça humana adquiriu mobilidade e uma inteligência prática rudimentar, resultando na elaboração de ritos primários e de uma forma de arte muito dinâmica, da qual a arte africana é um exemplo. Houve a separação dos sexos (segundo alguns, relacionado à criação da mulher a partir do homem, descrito no Genesis). A raça desenvolveu uma estrutura óssea e tornou-se “ovípara”, e mais tarde incorporou este ovo na forma do óvulo feminino. Segundo os anais teosóficos, o sentido desenvolvido nesta raça-raiz foi o da visão, inicialmente um olho único central, registrado nas lendas dos cíclopes, e depois as duas vistas normais.

Na realidade, esta “vista única” se refere antes a um grupo seleto que já vinha evoluindo e que recebeu a idéia da hierarquia, integrando os seus quadros, permitindo o descendo de Shambala neste momento planetário. Este grupo organizou assim o primeiro Ashram espiritual do mundo, quando atingiu a Terceira Iniciação, associada ao Terceiro Olho e à visão espiritual (clarividência).

Com relação à humanidade em geral, diz Discurso da Terra:
“Neste momento os homens aprenderam que, unindo-se aos outros, adquiriam maior segurança. E então os passaram a lutar e a trabalhar por suas tribos. Esta foi a sua terceira visão.”
O homem da terceira raça era o verdadeiro homem tribal. Isto teve início com o desenvolvimento das famílias, sobre a base afetiva da raça anterior. Obviamente, o filho personifica a valorização do pronome pessoal ele, incluindo um terceiro elemento ao par original. O ideal doméstico gerou a idéia do clã, que foi a base da existência tribal. Nesta etapa as relações de parentesco foram concebidas, aprimoradas e codificadas. O planeta cultuado nesta raça foi Mercúrio, símbolo do filho, do comércio e do conhecimento. Foi o momento da geração da indústria elementar, especialmente a manufatura, e o nascimento “pelo suor” parece ter relação com o trabalho. Com o advento do ternário uma síntese tinha lugar, originando a primeira cosmologia. A religião adquiriu contornos intelectuais, dando lugar às tradições, aos mitos e às escrituras. Este estágio racial corresponde ao 3° ashrama do Brahmanismo, o estágio de vanaprastha, no qual o brâmane assume um cargo de instrutor num ashram.

E. A Raça Atlante

Ocupou o grande território da Atlântida, uma formação Sul-ocidental, incluindo o norte do Brasil que, na época, era um grande Oceano interior. Esta Raça foi a mais característica desta Ronda e o seu centro, daí sua força e influência geral. Foi a primeira raça realmente humana, relacionada ao Quarto Reino, o Humano. Desenvolveu o sentido do gosto, sendo suas cores vermelha e amarela, pois tantos os mongóis como os “peles-vermelhas” são seus representantes.

Regida por Vênus, esta humanidade alcançou grande desenvolvimento psíquico e emocional, como é comum nos indivíduos pertencentes às cores mencionadas. Foi também o palco do primeiro grande encontro entre a humanidade e a Hierarquia. Se diz que o Manu ou Protótipo racial desta raça foi um dos Seres que “vieram” de Vênus com Sanat Kumara.
Esta foi realmente a humanidade que viveu sob o Jardim do Éden, palavra que corresponde a Adam, que significa “vermelho” em hebraico. Éden era, pois, o nome do Templo desta Raça, identificado como IBEZ no esoterismo himalayo.

Boa parte do Livro do Genesis descreve a criação da Raça e do Ashram espiritual atlantes, com seus desígnios e percalços particulares. É característica a criação da mulher desde a costela (ou “lado”) de Adão e especialmente a sua importância no episódio da Queda do Homem, tendo entre as “pragas” disto resultantes a desarmonia entre o homem e a mulher. A questão do relacionamento conjugal e da sexualidade, antes uma benção quando sob a orientação divina, torna-se na Queda uma verdadeira maldição, tendo também como conseqüência a mortalidade dos homens, o trabalho suado e o parto com dor. Mas o fato da Bíblia afirmar que Eva “conheceu” Adão apenas mais tarde, na ocasião de gerar seus filhos, não significa que não houvesse relacionamento conjugal “completo” no Paraíso, posto que, ao ser criada a mulher, foi dada ao primeiro casal a tarefa de “encher a Terrar, crescer e multiplicar-se”. E esta era, de fato, uma das grandes missões da Raça atlante: povoar o planeta.

Constituiu ainda esta raça os Gigantes (Nefilin) originais de que o Genesis registra, os mesmos Titãs da mitologia grega. Porém, como diz o mesmo Genesis, não se tratavam meramente de seres de alto porte físico, mas, sobretudo, de “heróis” e homens destacados. Eram, na verdade, seres que vinham sendo contatados por Shamballa para formar na Terra uma primeira organização física da Hierarquia, pois neste momento a humanidade já pode ser organizada como grupo espiritual, mas que por seu primarismo identificavam-se muito ainda com a energia material da raça em sua tendência emocional e sensível.

O episódio marca então um determinado momento da evolução planetária em que os Mestres passaram a desposar as “filhas dos homens” –mas, não apenas isto, porque também fala que tal coisa passou a ser feita indiscriminadamente, face, inclusive, ao aumento populacional, e também como abuso de poder. Tudo isto se deveria à poderosa influência da Lua e de Vênus sobre esta raça. Eis o texto para análise, segundo a moderna Bíblia de Jerusalém:

“Quando os homens começaram a ser numerosos sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram belas e tomaram como mulheres todas as que lhes agradaram. Iahweh disse: ‘Meu espírito não se responsabilizará indefinidamente pelo homem, pois ele é carne; não viverá mais que cento e vinte anos.’ Ora, naquele tempo (e também depois), quando os filhos de Deus se uniam às filhas dos homens e estas lhes davam filhos, os Nefilim habitavam sobre a terra; estes homens famosos foram os heróis dos tempos antigos” (Genesis 6, 1-4).

Claro está o processo atlante de degradação sexual e conjugal, através da criação de haréns, atingindo senão a Hierarquia espiritual ou os Filhos de Deus, certamente aqueles que estavam destinados a servir-lhe de ponte com a humanidade. As versões antigas os chamam “Anjos” e “gigantes”. O fato descreve a época de meados da raça atlante, quando começaria a sua decadência. Cabe observar que a descrição surge logo após a apresentação da genealogia de Adão, todos vivendo muitos séculos. Por outro lado, está seguida pelo episódio do Dilúvio, que purificaria a humanidade (a ciência acredita que a Baía de Yucatan foi causada por um grande meteoro que mudou a face da Terra). Estas águas são também um símbolo do próprio psiquismo da raça, que a fez submergir no caos, maya, ou da massa humana em si, conforme a formulação de São João no Apocalipse. Noé e seus três filhos Sem, Can e Jafé, representam, entre outras coisas, Shamballa e seus três Ashrams manifestados através das Raças-raízes (ao passo que os dois filhos de Adão teriam relação com as raças ocultas). Por seu serviço o Plano divino seria completado na culminação dos tempos, permitindo um novo pacto entre Deus e os homens, simbolizado pelo arco-íris, ou seja: o papel intermediário da Hierarquia entre Shambhala e a Humanidade.

Após o Dilúvio Deus decreta que o homem viveria “no máximo” 120 anos, o que é um padrão de vida física que a Ciência moderna aceita para o ser humano. Corresponde à proporção existente na natureza onde cada organismo vive cinco vezes mais do que o seu período de crescimento e maturação. No entanto, esta existência física passou a marcar o final absoluto da existência do ser humano: nem ele geraria dinastias (como os Patriarcas que viveram comumente mil anos, através de seu ciclo dinástico), nem sobreviveria como alma tão facilmente.

Sob o efeito das influências de seu Ashram solar, esta raça desenvolveu a religiosidade, ainda que altamente matizada pelo dogmatismo e o fanatismo, posto que, por ser a Quarta, se achava ainda sob o carma humano. Tendo a cruz por símbolo, necessitou também conhecer grandemente o sofrimento.

O Discurso da Terra do Buda Maitreya reza o seguinte sobre a quarta humanidade:
“Nesta época os homens descobriram que, reunindo as tribos, tinham mais liberdade. E então os homens passaram a lutar e a trabalhar por suas nações. Esta foi a sua quarta visão.”
Assim, o homem da quarta raça era o verdadeiro homem nacional, e teve lugar o conceito de nação, ainda que de forma algo errática. Alcançou isto pela harmonização das classes sociais, que tendiam então a formar guetos culturais, do qual a setorização das profissões por bairros na Índia e em outros países da Ásia ainda é uma herança tradicional.

Percebeu que havia problemas de várias ordens na forma de organização tribal e clânica, sobretudo de origem genética. Viu-se que, assim como o relacionamento verdadeiro apenas teve início com a inclusão da mulher como um complemento transpessoal, também as relações de parentesco apenas poderiam ser coroadas pela combinação entre clãs de origens distintas. Este momento gerou a inclusão do essencialmente diferente, ou do outro numa escala mais ampla, desenvolvendo assim o conceito de nós. A esfera ali cultuada foi Vênus, o planeta do amor e das artes, assim como do sacrifício e da imortalidade.

O aperfeiçoamento das relações de parentesco permitiu o desenvolvimento dos sentimentos, gerando o verdadeiro romantismo. Além disto, percebia-se que a esfera material deixava de ser o limite humano, de modo que neste momento a humanidade também teve acesso à verdadeira religião, através do sacerdócio superior, e ainda encontrou a sua identidade essencial enquanto espécie dotada de consciência e livre-arbítrio e destinada, portanto, à transcendência. Todavia, este novo momento, ao revalorizar o espiritual, gerou um novo conflito com a materialidade, de modo que a ciência teve um redirecionamento para as coisas do além.

Nesta raça a humanidade teve os seus primeiros iluminados -isto é, dentro do ashram da Hierarquia- trazendo novas e imensas perspectivas espirituais, e o ideal lunar ou físico de nação teve nascimento. Esta revelação trouxe ao mundo mais próximo a um modelo humano completo e acabado, através destes Hierarcas, daí haver surgido ali o “Adão verdadeiro” (o Adam Kadmon) e se dizer ser esta raça a origem da verdadeira humanidade. O nosso representava também que se devia olhar para o centro, para a origem sagrada da vida superior que tinha se revelado à humanidade.

Em termos de grupo seleto, este estágio racial corresponde também ao quarto ashrama do Brahmanismo o estágio de sannyasin, no qual o brâmane abandona todo o vínculo social para se dedicar apenas à mais alta transcendência. Com isto, o quadro social estava completo e podia ser aplicado a todo um grupo racial, através deste esplêndido sistema que é o varnashramadharma ou sistema-de-castas-cíclicas (depois cristalizadas pelo nascimento sob a força do atavismo ou a fim de tentar preservar alguma imagem da perfeição das origens), herança dos drávidas que os áryas mais tarde adotaram e aperfeiçoaram.
São as seguintes as sub-raças desta Raça-raiz, segundo C. Jinarajadasa em Fundamentos de Teosofia (a sub-raça destacada em negrito é aquela que basicamente originará a Raça-raiz seguinte mediante identidade numérica):

1ª Sub-Raça: Ramoahal (gigantes, vermelhos, caoba).
2ª Sub-Raça: Tlavatli (montanheses, vermelhos, castanhos).
3ª Sub-Raça: Toltecas (administradores, vermelhos, cobre).
4ª Sub-Raça: Turânios/Chineses originais (colonizadores, amarelos).
5ª Sub-Raça: Semitas originais (guerreiros, brancos).
6ª Sub-Raça: Acadianos (navegantes, comerciantes, brancos).
7ª Sub-Raça: Mongólicos (lavradores, amarelos).

F. A Raça Ariana

Desenvolveu-se na região Norte-Oriental, foi do Cáucaso aos Himalayas, logo ao Egito e mais tarde à Europa, espalhando-se daí para o resto do mundo, inclusive para as Américas. Mas seu grande território foi a chamada Aryavartha, o norte da Índia.
A cor desta raça é branca. Sua natureza expansionista e belicosa é característica da influência que recebe de Marte. O sentido desenvolvido é o da mente concreta, gerado pela síntese intelectual alcançada.

Histórica e esotericamente, sabe-se muito sobre esta Raça, por ser aquela que representou a última civilização mundial. O nome hindu do seu Manu ou Protótipo Racial é Vaivasvata.
Diz o Discurso da Terra do Buda Maitreya sobre esta raça:

“Daí perceberam que, unificando as nações eles adquiriam uma nova noção de unidade. E então os homens passaram a lutar e a trabalhar por seus continentes. Esta foi a sua quinta visão.”
O homem da quinta raça foi assim o homem continental, desenvolvendo assim o conceito político do império solar, capaz de abarcar e harmonizar uma ampla região através das nações harmonizadas entre si. Apesar das conquistas nacionais e espirituais, o ideal de civilização ainda era precário. As classes não estavam bem coordenadas dentro das nações e estas se deparavam com os contrastes existentes entre as várias origens étnicas. No geral, persistiam os conflitos entre o material e o espiritual. Uma nova síntese era necessária, e esta se deu através da ampliação e do aperfeiçoamento da noção de Estado através da criação dos Impérios, fundamentado em duas vertentes: a interior através dos reis-iluminados e sábios, e a exterior através das guerras de conquista, porquanto a esfera envolvida no físico é Marte, o planeta das conquistas e da energia dinâmica. Como síntese, havia também a doutrinação, uma vez que quin­ta raça ascendeu a um novo patamar intelectual. E foi este o momento da valorização do pronome pessoal vós, porquanto a sabedoria irradiava para todos, sentido último da prática imperial coroando o ideal civilizatório.
Graças à influência “mercurial” de seu Ashram (Meru, Agartha, As­gard), esta Raça alcançou codificar as Ciências superiores e o mundo em geral num grau elevadíssimo. A Religião se tornou com isto altamente organizada e as artes extremamente requintadas, conforme se observaria na Índia e no Egito. O conhecimento das leis essenciais foram aprofundadas, e o resultado seria a expansão das religiões solares e monoteístas.

As ciências em geral foram beneficiadas e organizadas em diversas seções e faculdades. Como esta raça estava começando a se liberar do carma humano, a ordem social recebeu um grande impulso através do sentido de harmonia e de universalismo gerado por seus governantes divinos, os Adeptos que, nesta Raça, também alcançaram um grau ótimo de evolução. Esta raça-raiz trouxe assim à perfeição a imagem da humanidade e da hierarquia, e o pentagrama que a simboliza representa também o Homem perfeito, a síntese e a quintessência.
Neste ponto, através de sistemas como o do Brahmanismo inspirado nas Leis do Manu, a sociedade hindu passou a integrar um esquema sagrado que no começo permitia a ascensão universal às castas segundo as capacidades individuais, exatamente como proposto por Platão mais tarde. O pivô deste sistema era o conceito de Manu, o deus do qual emanavam as castas, e que possuía representantes regulares na Terra através dos Adeptos Asekhas (Mestres de 5ª Iniciação). Porém, em algum momento se perdeu esta Regra hierárquica, histórica e manifestada, e com isto sua base permanente de emanação, unidade e transcendência, de modo que a sociedade começou a se dividir, sobretudo através da disputas de poder entre brahmanes (sacerdotes) e kshatryas (militares). Com isto também se perdeu a pureza das castas, que passaram inicialmente a ser hereditárias e, logo, a se misturar entre si, terminando por esvaziar totalmente o seu conteúdo espiritual. Se passou a associar os ashramas de forma fixa a certas castas e até à raças, ao invés de representarem os ideais do brahmanismo aquelas propostas abertas a todos, como fora de início sob as bençãos diretas do Manu e de suas dinastias, onde cada um tinha a oportunidade de provar qual a sua capacidade, de forma independente de sua origem ou condição física. Quando as castas tomaram o poder, elas obrigatoriamente reordenaram as instituições em seu favor (isto é, em favor da casta dominante, é claro). Apenas enquanto os Mestres regiam é que houve verdadeira liberdade, pureza e justiça (“Idade de Ouro”), porque sendo figuras únicas, eles estavam fora da ordem social enquanto grupo coletivo ou partido, não constituindo portanto qualquer poder materialmente organizado.

Caberia observar igualmente a arte grega como um modelo muito característico de expressão árya, com sua busca de exatidão e idealização das formas externas. Tão poderosa foi, quando chegou Alexandre próximo aos Indus levando a influência grega que deu origem à belíssima arte de Gandhara, que mudou o mandato original de Buda no sentido de não representá-lo sob a forma humana.
Finalmente, deve ser mencionado que, recentemente, nos extertores da raça Árya, ao mesmo tempo em que a Loja Trans-Himalaya fazia esforços para trazer o dharma de volta ao Ocidente e ao Extremo-Ocidente, alguns membros da Loja Negra, radicados, sobretudo, no Tibet, tentaram apoderar-se do mundo através do Nazi-Fascismo, a partir do próprio foco principal da raça árya européia, na Alemanha (as religiões sempre estiveram atentas ao movimento do poder como forma de expandir seu território). Mas as forças da nova raça, representadas, sobretudo, pelos Estados Unidos e a Inglaterra, foram mais poderosas. De qualquer forma, esta foi uma das razões pelas quais o Tibet seria logo invadido pela China, posto que, se foi o abrigo seguro da Grande Fraternidade Branca por tantos séculos, é também até hoje é refúgio cativo da Loja Negra.
Neste seu ocaso, a raça Árya tem desenvolvido intensamente a ciência material e penetrado em segredos perigosos do universo. Necessita agora receber a influência da nova Raça-raiz para libertar-se do materialismo racional e conferir um sentido superior às suas conquistas. Isto está teve início na sexta sub-raça e será coroado na sétima, que lhe trará as grandes Chaves liberadoras.

As sete sub-raças desta Quinta Raça-raiz são:

1ª Sub-Raça: Hindus (filosóficos) e egípcios (práticos).
2ª Sub-Raça: Árabes (tribais).
3ª Sub-Raça: Iranianos (mercantis).
4ª Sub-Raça: Celtas (emotivos).
5ª Sub-Raça: Teutônicos (comerciantes, cientistas, individualistas).
6ª Sub-Raça: Norte-Americanos (intuitivos, cooperativos, fraternais)
7ª Sub-Raça: Sul-Americanos (ecléticos, universalistas).

G. A Raça Americana

Esta Raça-raiz, atualmente em implantação, ocupa toda a extensão das Américas. O fato de a semente desta Raça –a sexta Sub-raça árya, chamadas por alguns Ayam– estar se desenvolvendo sobretudo nos Estados Unidos, aliada ao fato de os “estadunidenses” ou “norte americanos” terem se “apropriado” do termo “América” e ainda outras questões, têm causado certa confusão nos meios ocultistas, levando alguns a julgar que a nova Raça se limita ao Norte, quando na realidade ela se difunde por todo o “Novo Mundo”. Na verdade, o materialismo setentrional também tem inspirado certas escolas a “prescrever” o direito do Norte de sediar uma raça-raiz nas Américas, e a isto se deve acrescentar que a completa renovação da face do mundo passa efetivamente pela iniciativa meridional.

Segundo o Tibetano (através de Bailey, em Tratado Sobre Fogo Cósmico), tanto a sexta como a sétima sub-raças sétima são “sintetizadoras”. Assim, existem mesmo aspectos primordiais igualmente importantes ao Sul, como no que diz respeito à fundação de seu Ashram racial, na sétima Sub-raça árya ou Crioula (Brasil), que de certa forma é também a Primeira Sub-raça americana (numa outra visão, esta já seria a Segunda Sub-raça).

Seu planeta exotérico é Júpiter, prometendo grande idealismo e sentido religioso. O nome de seu Manu é Savarni, que significa “aquele que é como os outros”, expressão, que lembra o conteúdo de “Tathagata”, e faz também uma referência de índole social. Cabe lembrar, neste sentido, que o nome Maitreya vem de maitri, que significa “amizade”. O novo Buda é, portanto, “o Amigo”. Tal é a sua transcendência, que a nova Hierarquia dispensará maiores formalidades na sua relação com a Humanidade, elevando, pelo contrário, esta a uma sublime condição, posto que toda a presente Ronda e o novo Ashram estão especialmente dedicados ao Reino humano em seu próprio nível. Assim, os novos Mestres saberão se aproximar e se identificar de u’a humanidade mais elevada e o mundo está destinado a ser uma esfera de felicidade e harmonia, depois das crises iniciais que ora se preparam.

A Nova Raça-raiz, com seu sentido natural de síntese, destina-se a explorar o sexto sentido da intuição, e seu campo de experiência será mais do que tudo o universo da consciência e os recônditos da alma humana. A educação será codificada e aplicada com tamanha perfeição, que será permitido ao homem gozar de todas as suas altas potencialidades. Mais do que nunca, os Guias desta raça estarão voltados para servir, guiar e elevar a humanidade, como está simbolizado no cântaro vertente do Aguador da Nova Era. Pois, assim como nos primórdios da manifestação ashrâmica na Quarta raça-raiz os Mestres necessitaram polarizar em sí excessivamente a atenção da sociedade, e na Quinta Raça conseguiram um equilíbrio perfeito, nesta Sexta Raça-raiz, já amplamente ascendidos do carma humano, eles também, com seu grau espiritual elevadíssimo e completa liberação cármica até no próprio nível hierárquico, poderão dar uma grande atenção aos anseios mais profundos da humanidade e permitir que seus desejos mais nobres sejam realizados, ao mesmo tempo em que esta se inspirará no exemplo de unidade e cosmificação da Hierarquia, alcançando cada vez menos fazer uso da materialidade. Será esta, pois, a verdadeira liberação racial, na conclusão do Propósito de Shamballa para esta Ronda planetária, que é o da verdadeira expressão e perfeição do amor, sob as benesses da consciência cósmica que a hierarquia manifestará em toda a sua envergadura. Diz o Discurso da Terra sobre esta nova etapa da humanidade:

“Finalmente, suas visões atravessaram os horizontes e viram a Terra como um todo, e eles amaram esta perspectiva divina. E então os homens passaram a lutar e a trabalhar por seu planeta. Esta foi a sua sexta visão.”

Unificados os continentes e irradiando a sabedoria, faltava apenas a coroação cósmica através da plenificação planetária. Os impérios descobriram que tinham ainda o que crescer, da mesma forma como o homem um dia descobriu a mulher e à tribo foi revelada a nação. A percepção planetária da Terra única e de seus limites ou contornos, inicialmente através das navegações, e mais tarde pela astronáutica, confirmou aquilo que os sábios antigos já diziam: a Terra é um organismo só e unificado, uma parte de algo maior e devia ser internamente articulada para cumprir suas funções básicas, além de ser a base para novas conquistas cósmicas, sejam materiais ou espirituais. A missão do homem apenas recomeça nesta etapa, tratando-se de um renascimento para uma consciência cósmica. É, pois, o momento em que a humanidade desperta para o pronome pessoal eles, referente tanto aos mundos distantes, sejam sutis ou densos, originando a busca de outros planetas habitados. Desta forma também o Plano do quarto reino, o da Humanidade, será coroado e estará cumprida a tarefa deste Reino na criação do cosmos, podendo o mundo evoluir para mais além, em direção a esferas espirituais de verdadeira transcendência e de superiores poderes da alma.

A humanidade poderá chegar nesta Quarta Raça-raiz à 4ª Iniciação, que é a primeira Iluminação, capaz de conceder uma “imortalidade científica” à alma, naquilo que é meta racial para a presente Ronda. E isto fundamenta-se na presente implantação do Quarto Ashram solar da Hierarquia no seu seio, simbolizado pelo advento do quarto Rei-Mago.

A humanidade herdará o Plano original da hierarquia atlante e cada homem será, finalmente, um “rei”, além de ser um mago. O quê significa exatamente a palavra “rei-mago”? A expressão “rei” deriva de “real”, “realidade”, ou verdade, no sentido de manifestar a face verdadeira de algo, no caso, a própria “imagem humana”. Por isto nada pode ser mais benéfico que um rei verdadeiro, da mesma forma que nada ser mais prejudicial que um falso rei. A idéia relaciona-se, portanto, em si mesma à questão do Dharma ou Lei universal. Já a palavra “mago” significa aproximadamente “iluminado”. Vem do persa meg que significa luz. Daí deriva “magista” ou “magistério”, que no esoterismo é o epíteto de Hermes, o Trismegisto ou três-vezes mago (iluminado). Hermes ou Mercúrio é o regente da Raça Árya, na qual foi fundado o Terceiro ashram solar da humanidade. Corresponde ao terceiro ciclo de luz no planeta. Por isto já foi dito que Hermes Trismegisto foi na verdade não apenas um indivíduo, mas uma Escola de iniciados, ou mesmo a reunião de três escolas, que podem ser “os Colégios reunidos da Grécia, Egito e Hebreu” (S.R. de la Ferrière, As Grandes Mensagens), mas, muito mais do que isto, é o acúmulo da sabedoria, da ciência e da organização geradas pelas três raças ashrâmicas anteriores da humanidade.*

A simbologia dos três Reis-Magos já tem sido difundida ao nível racial. Representa as três raças-raízes da humanidade dotadas de virtudes espirituais (ou as raças “ashrâmicas”)*: Baltazar é a raça negra (3ª Raça-Raiz), Gaspar é a raça amarela/vermelha (4ª Raça-Raiz), e Melchior é a raça branca (5ª Raça-Raiz). Neste aspecto, os objetos que estes Reis ofertam ao Deus-menino que nasce, alude às grandes virtudes espirituais desenvolvidas por cada uma destas raças-raízes. Os Reis-Magos simbolizam, portanto, os distintos Dharmas raciais, e também as linhagens de Mestres que devem conduzir a humanidade através da História por meio destas leis espirituais. Ou seja: a raça negra e a riqueza da matéria (ouro), a raça ama­rela/vermelha e o desenvolvimento da sensibilidade (mirra), e a raça branca é a conquista da ciência (incenso).
Tudo isto foi ofertado a Jesus e à religião cristã. Agora chega o momento de, após ser absorvido o recebido e gerado a sua própria síntese no final do ciclo áryo, oferecer ao mundo o produto de uma nova etapa racial, simbolizada na forma de um Quarto Rei Mago, no surgimento da 6ª Raça-raiz, e que de certa forma corresponde também à raça vermelha por se tratar do continente americano (os atlantes teriam sido antes amarelos).

Voltaremos ao tema do “Quarto Rei Mago” no Capítulo 15, ao final desta Seção.

1. A Nova Raça (meditação)

Devemos tratar de afirmar a verdadeira natureza humana através do dom da consciência, cuja grande virtude é o amor e o discernimento. Os budistas geraram uma síntese entre mente-coração através do conceito de bodhicita, e esta concepção não deixa de expressar o ideal do homem moderno nesta nova raça “pós-racional”.
A nova humanidade está destinada a conhecer a fundo os mistérios do coração, também denominados “mistérios ctônicos” por serem comumente cultuados em cavernas ou criptas obscuras, simbolizando o coração e envolvendo a simbologia da morte e da ressurreição, processo característico deste grau, sendo estes também os típicos mistérios atlantes.
Ao mesmo tempo, a nova hierarquia determinará uma cultura cósmica e parte desta energia irisada será herdada pela humanidade.

Por esta razão conclui o Discurso da Terra do Buda Maitreya:
“...os homens de hoje são os filhos do Sol, o Povo do Arco-Íris. E esta é a visão que tendes hoje da Terra, na ótica da sexta Ra­ça-Raiz: a de um planeta único. Por isto, todas as coisas devem ser redimensionadas por esta visão cósmica. Por isto, tudo o que existe pode adquirir esta perspectiva superior, contanto que seja trabalhado a partir desta visão única de Totalidade. Em verdade, tudo o que existe deve apresentar esta dimensão para adquirir verdade na nova Era. Detende-vos, portanto, a imaginar que vós, como indivíduos, como famílias, como tribos, como nações e como continentes, tendes todos hoje uma dimensão cósmica...

“Não percais esta idéia de vista para que não percais a verdadeira consciência atual. Consciência planetária é consciência cósmica. É inadmissível que o homem se esqueça de sua nova dimensão, sob pena de perda da realidade. É imprescindível que todo o ser humano honre a nova perspectiva histórica e racial, para ser considerado um homem verdadeiro ou um expoente da nova humanidade.

“Nada que seja feito sem esta perspectiva única pode ter valor e importância própria. Por isto é possível dar a outra face. Por isto é possível entregar o seu manto.”
É assim, pois, no crescente despojamento da matéria e no desejo de paz que o homem cresce e se ilumina, alcançando aquilo que para ele está destinado. Ainda que o “Discurso da Terra” de Maitreya traga o enfoque da Hierarquia, isto deve inspirar os homens a olhar para o Mais Alto e, inspirando-se assim, tratar das suas próprias coisas com a leveza e o desprendimento necessários.
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* Insistimos na identificação prática, pois, entre os ashrams raciais e os ashramas sociais, na medida em que cada raça representa a adoção de uma nova iniciação e na organização do seu ambiente ideal para isto.

Da obra "Trikosmos", LAWS.

7 comentários:

  1. Para mim este texto foi de uma ajuda maravilhosa.
    Parabéns.
    Namastê.

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  2. vermes cade a raça negra

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  4. Muito bom!

    O que confunde é o fato de muitos Site afirmarem que a 6ª raça já esta entre nós, assim com iniciando a 7ª.

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  5. Muito bom!

    O que confunde é o fato de muitos Site afirmarem que a 6ª raça já esta entre nós, assim com iniciando a 7ª.

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  6. Muito bom! Obrigada por difundir tão poderoso conhecimento!

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