A Teosofia em geral tem uma forte influência nos novos ensinamentos, especialmente em suas vertentes históricas centralizadas em Helena P. Blavatsky e sua sucessora espiritual Alice A. Bailey. Porém, dentro das revelações do Plano da Hierarquia, procura-se hoje dar uma cor mais “científica” ao tema, tratando basicamente de retirar os véus remanescentes, além de apurar sínteses e agregar idéias complementares, como seria a questão social e a própria espiritualidade e iniciação. Esta é a origem da “Teosofia Científica”, uma doutrina promissora que trabalha basicamente com a Ciência dos Ciclos. Uma Teosofia Científica reuniria -nada mais e nada menos- que os dois pólos extremos do conhecimento (espiritualidade e ciência), preenchendo daí todo o leque do humano saber.

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O Mistério do Mayavi-rupa

Muitas lendas se contam sobre o poder dos Mestres de desmaterializar e de rematerializar as suas formas mais ou menos a seu bem prazer, quiçá mais como uma forma aparente e sem uma substância mais real e operativa, ou mesmo em termos mais objetivos dentro dos próprios caminhos da iniciação.

O conceito que se tem hoje do Mayavi-rupa resulta de um misto de lendas mais ou menos antigas somadas às interpretações modernas de místicos ligados a correntes teosofistas e afins, entre outras não raramente de corte literário e sincretista. De modo que não deveria surpreender ao descobrir por fim que estes conceitos sutis misturam questões não exatamente iguais mas apenas paralelas, considerando a natureza das fontes ora remotas e ora mais ou menos leigas ou até literárias.

Este é o caso comum de fontes como as teosofistas, e citaremos então o verbete existente no “Glossário Teosófico”:

Mâyâvi-rûpa (Sânscrito) “Forma ilusória, o ‘duplo’, na filosofia esotérica; doppelgänger ou perispírito, em alemão e francês respectivamente. (Corpo ou forma de ilusão; o corpo do plano mental inferior. - Um veículo artificial ou envelope formado por elementos mentais e astrais por um exercício da vontade de um Adepto (isto é, através de Kriyâshakti), com o objetivo de funcionar nos referidos dois mundos ou planos. (P. Hoult) Em outros termos, como expresso pela Sra. A. Besant: Corpo mental ou corpo ilusório disposto para funcionar de forma independente no mundo mental inferior, e do qual o chela se utiliza, temporariamente liberado de seu invólucro físico. (“A Sabedoria Antiga”, pág. 150) Este corpo é capaz de ser transferido a grandes distâncias em plena consciência.)!”

Não é difícil notar aqui a existência de duas ideias paralelas principais, uma mais densa e outra mais sutil, por assim dizer, e que trataremos então de desdobrar. 

1. O Mayavi-rupa sutil

Fala-se então sobretudo de imortais que teriam alcançado tais poderes, como um instrumento de suas missões assumidas em prol da evolução da humanidade. Muitos ensinamentos e literaturas trazem no seu bojo alguma figura que cobriria este sonho ou ideal humano capaz de conquistar o tempo e ainda preservar de algum modo as formas. Podemos mencionar aqui o Sanat Kumara dos vaishnavas e dos teosofistas, o Babaji da linhagem de Kryia Yoga de Yogananda, ou o Inquilino da linhagem tolteca de Carlos Castaneda. O próprio Hinduísmo fala dos dez imortais (Chiranjivis) capazes de aparecer em diferentes momentos da evolução planetária. 

Parte destes poderes também seriam estendidos a outros iniciados por não terem atravessado aparentemente a morte do corpo físico, como ocorreria a certos profetas bíblicos e aos próprios guerreiros místicos toltecas bem-sucedidos dos relatos de Castaneda.

Alguns relativismos podem ser logo observados aqui. Grandes profetas e patriarcas até ganharam longevidade mas a dada altura teriam entregue este corpo ao solo, como Moisés, Matusalém e o Buda. Sanat Kumara se considera um imortal capaz de fazer contatos com os iniciados mais avançados desde o plano físico-etérico, e outorgar ou comunicar iniciações. A Lenda do Wesak afirma algo semelhante do Buda, quando somente os mais prepa-rados conseguiriam realmente enxergar tal epifania anual. 

Outra forma de tratar a questão seria através do chamado “corpo-de-sonho”, através do qual o iniciado realiza o seu desdobramento astral, estando relacionado também ao voo iogue, situações em que por vezes é até possível ser visto por outras pessoas, especialmente quando o iniciado realiza um bom treinamento, como demonstra a biografia de Milarepa. De todo modo são situações limitadas de teor que se poderia dizer “contemplativas”.

Portanto este tipo de Mayavi-rupa não se prestaria para uma missão mais ampla, uma vez que a sua expressão não alcançaria o plano físico denso. Isto é importante discernir porque existem crenças modernas ou new age em torno da ideia de que o Cristo poderia vir apenas num veículo Mayavi-rupa etérico, o que seria algo muito sem sentido porque os Mestres desencarnados estão todo o tempo já neste tipo de veículo.

É a crença de que Cristo voltará apenas “em Espírito” como num Pentecostes coletivo, esquecendo que a promessa do Con-solador era apenas uma ponte par a Segunda Vinda do Messias; tal Consolador serviria inclusive para compensar a falta de Deus nas sociedades da Era de Peixes. Esta ilusão é compartilhada até mesmo por seitas cristãs, e mais ainda por correntes new age de inclinação anarquista.

De Babaji tampouco se afirma haver se manifesto a todos e sim à seleta linhagem ligada aos seus próprios ensinamentos. Mesmo o Inquilino de Castaneda também apareceria apenas para aqueles a quem desejasse, em especial para a linhagem de naguais ou líderes, e este relato já carrega tintas ainda mais fantásticas ao afirmar que ele poderia assumir a forma que desejasse, quiçá aquela que julgasse mais apropriado para cumprir os seus objetivos que, no caso, era aquele de realizar um intercâmbio de energias com o nagual ou mestre encarnado na ocasião para poder seguir assim existindo.

De modo que tudo resultaria na prática de um misto de a. reconhecimento por parte do aspirante, b. esforço de auto-manifestação da parte do Mestre. Porém quando Jesus ressusci-tou ele apareceu para muita gente, todvia discípulos seus, inclu-indo alguns mais céticos como São Tomé. Jesus mostrou então as suas chagas como prova de quem era. De modo que certa materi-alidade deveria ser considerada aqui. Não era portanto apenas um “corpo de luz” perfeito e sem máculas ou chagas, na pureza da sua integridade original, e sim o mesmo veículo anterior devi-damente recuperado e acrescido de novos poderes espirituais.

Na percepção dos teósofos o Mayavi-Rupa é sempre um corpo sutil, em função da sua interpretação de “veículo de ilusão”. Citemos:

“Nada pode prejudicar o Mâyâvi-Rûpa - nenhum instrumento ou arma afiado - já que, no que diz respeito a este plano, é puramente subjetivo. Não tem conexão material com o corpo físico, nem cordão umbilical. É espiritual e etéreo, e passa por toda parte sem obstáculo. Assim, difere inteiramente do Linga-Sarîra, que, se ferido, atua por repercussão no corpo físico.” (Blavatsky, “Escritos Colecionados” vol. XII, Wheaton, IL: Editora Teosófica, 1980, 707)

Ou seja: toda ilusão seria não-física nesta acepção. No entanto um veículo físico também pode ser empregado a partir da consciência de se tratar de algo ilusório, usado como meio para que seu portador realize tarefas nobres no mundo sem se identificar com o próprio veículo. Aquele que considera o corpo físico como uma “realidade” é que pode estar incidindo em erro.

Ainda assim Blavatsky trata de distinguir entre diferentes tipos de Mayavi-Rupa, um inferior empregado inconsciente pelo homem comum através das energias de kama (desejo) e outro superior projetado exclusivamente pela Adeptos através das energias de manas (mente) e do coração.

Enfim este mayavi-rupa sutil é de longe o mais popularizado nos meios místicos, contudo é importante também observar as formas como ele costuma ser gerado, o que será tema então do item seguinte.

2. O Mayavi-rupa denso

“Um Adepto não nasce pronto mas faz-se a si mesmo”, disse Blavatsky. Faltaria contudo demostrar o quão complexa e especial pode ser a formação de um Adepto de Sabedoria. Pois a existência de um Adepto é um grande milagre que apenas se explica pela sucessão de muitos outros milagres. Inicialmente este Polo espiritual não surge em qualquer lugar ou em qualquer tempo, mas aparece em perfeita consonância com os atuais Polo Geográfico e com o Polo cósmico do mundo. Logo a sua evolução está atrelada a um calendário pessoal capaz de permitir o máximo de aproveitamento de uma vocação espiritual. Deve demonstrar dedicação integral e ser capaz de investigar a verdade sem apegos ou preconceitos, o que representa uma rara qualidade de equilíbrio.

O Mayavi-rupa físico é formado pelos Mestres no Sendeiro de Retorno ou nos seus Caminhos de Evolução Superior, especialmente na opção do Sendeiro de Serviço na Terra. Mayavi-rupa significado na prática um corpo de sobrevivência, o veículo diligentemente reconstruído pelo Adepto para poder expressar no mundo as novas faculdades a que o iniciado tem acesso através da iluminação. O Mayavi-Rupa é a vox spiritus dei, a “voz do Espírito de Deus”, atendendo pois àquelas condições especiais de energia acrescentada e de ajuste à vontade divina que permitem chegar nisto.

Uma coisa muito importante de compreender a respeito do Mayavi-rupa, é que ele está estritamente condicionado à Lei da Necessidade, e não mais ao livre-arbítrio. Em outras palavras o Iniciado que ocupa um tal veículo está destinado a realizar tarefas específicas, de outra forma ele poderia sequer nem sobreviver, segundo o Pacto que ele mesmo realizou com o seu próprio Destino sob o custódio da sua Loja espiritual.

Até mesmo o mito do nascimento virginal do avatar poderia ser incluído nesta questão do Mayavi-rupa, quiçá o próprio mito do deus auto-gerado “sem pai nem mãe”, como seria o Alto Iniciado Melquisedec segundo São Paulo. Um Mestre manifesta o seu corpo no sentido de reconstruí-lo e de resgatá-lo da morte, tornando-o uma vez mais útil e habitável, muito embora transformado, com vantagens e desvantagens em relação à sua condição natural.

Tudo isto demonstra pois certa dificuldade para a percepção do Mayavi-rupa dos Mestres –ou antes de perceber um Mestre ocupando tal veículo. O mínimo a ser exigido é a preparação de espírito daqueles a quem a visão ou o contato é destinado. Porém consideramos importante separar certas coisas aqui. Haveria por um lado situações envolvendo entidades já desencarnadas com o poder de se manifestar apenas à vista dos sensitivos, e haveria Mestres encarnados cujo reconhecimento também dependeria de certa preparação do discípulo para serem reconhecidos, mais ou menos como na máxima espiritual “quando o discípulo está preparado o Mestre aparece”. Isto significa que o Mestre sempre esteve ali, apenas o próprio aspirante é que não conseguia perceber. A percepção de um Mestre nunca é uma realidade física, e sim interior. Se alguém vestir-se com os atavios que lembra as vestes de um Mestre, ele ainda poderá ser percebido apenas como uma figura qualquer ou no máximo exótica. É apenas quando surge o sentimento interno que a percepção acontece e a conexão se realiza.

Poucos são realmente aqueles preparados para acessar o “santo dos Santos”, não apenas porque dele emana uma luz transcendental, mas também por causa da Face dolorosa que o Enviado de Deus expressa atrelada às suas limitações pessoais e à sua compaixão pelo mundo. Deus se oculta não apenas para poupar as pessoas do seu poder, mas também para ser poupado do excesso de energias humanas negativas.

Por isto é bastante comum que o aspirante seja previamente preparado para conseguir obter o contato com um Mayavi-rupa físico ou etérico, através de sonhos, visões, sinais, estudos ou informações de terceiros, de modo a ajustar a sua receptividade para este encontro. Pois do contrário ele nada encontrará ou interpretará erroneamente as coisas. Poderá considerar um contato com um Mayavi-rupa etérico como um sonho comum ou uma alucinação. E mesmo deparando-se com um Mayavi-rupa físico ele não o verá como tal e sim como um veículo ou corpo comum provavelmente pouco eficiente.

Assim - dentro desta reunião de informações do assunto- podemos até dizer que existe o Mayavi-rupa sutil (ou etérico) dos desencarnados, naquilo que seria a verdadeira condição final dos Mestres, e existe o Mayavi-rupa denso (ou físico) dos encarnados, que representa ainda uma condição de transição. Trataremos agora de encarar os desafios de compreender unicamente este último.

Ora, se a ideia de um Mayavi-rupa sutil já representa uma realidade difícil de estimar, a questão do Mayavi-rupa material resulta certamente ainda mais complexa de compreender no seu todo. Para buscar todavia avançar neste entendimento, trazemos outras informações fundamentais de Alice A. Bailey quanto aos esforços de manifestação dos Adeptos de Sabedoria. 

Bailey afirma que a Crucificação Espiritual –um nome cristão da Quarta Iniciação- compromete altamente a integridade dos veículos do iniciado. Para os budistas o Arhat –que é o nome budista desta iniciação- falece na ocasião da tomada deste grau em função da enormidade das provações. Mas quando o iniciado tem sucesso em administrar a sua quarta iniciação e sobrevive, ele logo toma também a quinta iniciação ou mesmo outras mais.

Considerando que o Mayavi-Rupa físico é um veículo recuperado à morte, leva muito tempo para o seu ocupante recuperar-se de suas sequelas. Isto não impede porém um trabalho fluente em certos níveis (podendo até estimulá-los), especialmente a produção de conhecimentos, apesar de certas restrições na capacidade da transmissão.

Bailey repete muitas vezes na sua obra que os Mestres não possuem um veículo físico muito hábil para a manifestação no planeta, em função de se tratar de um veículo retornado, recupe-rado dos próprios umbrais da morte e sustentado básica e um tanto precariamente pelas próprias energias espirituais em expan-são. Daí um dos símbolos tradicionais dos avatares ser a criança divina na sua fragilidade; ainda que tal simbolismo tenha também outras implicações. Qualquer corpo ressuscitado será necessariamente frágil e limitado, sobretudo em termos de expressão material. Tais condições restritivas induzem naturalmente a uma vida oculta que integra a ideia do Governo Espiritual ou do Governo Interno do mundo, selecionando as pessoas realmente capazes de se relacionar produtivamente com tais Hierarquias.

Apesar de ser impulsionado por uma alta energia, um Mayavi-rupa físico de modo algum é plenamente funcional, podendo guardar os traumas e restrições próprios de um organismo praticamente recuperado da morte. A própria energia superior fluiria através deste organismo com certa dificuldade, atravessando obstáculos, vez por outra removendo-os pouco a pouco, outras vezes enfrentando novos problemas. A administração de um Mayavi-rupa demanda um esforço contínuo de compensação das energias comprometidas no esforço de manter o veículo hábil, para além daquela energia superior que o alimenta mas que demanda ser sempre sintonizada e mesmo incrementada. Blavatsky também escreveu algo pertinente:

“A melhor posse do homem de barro é a saúde, a mais alta virtude do homem de espírito é a Verdade.” 

Os iniciados geralmente não contam com uma boa saúde, mas estão sempre avançados na sua buca pela Verdade. Contudo o aspirante tem o dever de trabalhar a sua saúde para ter um instrumento forte e aperfeiçoado diante das demandas da iniciação, de outra forma ele não poderia fazer frente a uma série de desafios que lhe serão exigidos na Senda.

Pode ser importante esclarecer porém que as crises que o iniciado projeta sobretudo na sua quarta iniciação nunca são carma próprio, e sim ação do próprio carma planetário liberado pelo estágio evolutivo do iniciado, ou mais exatamente, permitido pelas forças superiores que o assistem para provar a sua força. Todo um conjunto de elementos conflitantes podem participar deste complexo estágio que envolve o definitivo despertar do coração espiritual –considerando especialmente se tratar de uma via de auto-iluminação-, como seria o amor perfeito e a maior intimidade com os Mestres, tal como experiências envolvendo embates contra forças trevosas, com o reconhecimento da real estatura das hierarquias das trevas e a compreensão do verdadeiro plano de batalhas da espiritualidade. Este quarto grau também representa uma condição de isolamento dentro do contexto das iniciações humanas; de provações e de privações, enfim, a ponto dos budistas dizerem que os Arhats costumam morrer durante essa iniciação como vimos -será preciso dizer algo mais a respeito? 

O fato do iniciado conseguir enfrentar tais crises e eventualmente sobreviver a ela, deve-se unicamente a robustez do seu próprio corpo, alma e espírito devidamente integrados e preparados através das suas iniciações prévias. A Árvore Bodhi (ou o Plano Búdico) da Voz do Silêncio, que é a mesma Cruz espiritual, é o grau da iluminação sob o florescer do coração. Se o iniciado alcança sobreviver, logo alcança a quinta iniciação, que é aquela da mente superior, Akasha ou Revelação no dizer de Bailey, e é o grau dos Mestres aryos. A natureza sacrificial do quinto grau de revelação está atestada pela figura de Odin quando cria as Runas desde a sua posição dependurada na Árvore Iggdrasil. Na “Voz do Silêncio” de Helena P. Blavatsky a Árvore Bodhi também se confunde com o “conhecimento perfeito”.

Bailey não afirmou que a Hierarquia era imaterial –a própria Ascensão espiritual é apresentada como uma iniciação-, e sim que sua manifestação era materialmente frágil em função das precariedades da sobrevida pós-crucificação, embora espiritual-mente potente e eficaz, especialmente dentro daquilo que diga respeito à propria espiritualidade. Existe neste caso uma vez mais a necessidade de uma educação espiritual da parte do público e sobretudo dos sinceros discípulos da luz, para que toda esta influência positiva possa beneficiar o mundo como cabe.

Considerando que a Loja Branca não possui um veículo notório de expressão no mundo físico, e que a tendência humana é de valorizar apenas aquilo que se destaca em termos de aparências, a única solução existente é efetivamente aquela anunciada por Alice A. Bailey para a conclusão do Plano da Hierarquia, ou seja: a “reabertura das verdadeiras Escolas de Iniciação e a restauração dos Mistérios Antigos”, para que as pessoas voltem a conhecer a realidade sobre a Iniciação e seus mistérios.

3. Conexões entre ambos os Mayavi-rupas

Acaso ambos os Mayavi-rupas, o etérico e o denso poderiam ter conexões?! Certamente possuem. Podemos dizer perfeitamente que o Mayavi-rupa denso seja uma base e um treinamento para a obtenção do Mayavi-rupa etérico pós-encarnação. Além disto, também pode acontecer de um Mayavi-rupa denso acoplar um Mayavi-rupa etérico, dentro de uma colaboração de entidades como teria ocorrido entre Jesus e Cristo, estando um encarnado e outro não.

Aqui é importante compreender então que os Mestres não estão para o falar e sim para o fazer. Sua missão, vocação e capacidade não estão para fazer discursos ou entretenimento ocioso, e sim para dirigir ações e comandar trabalhos, especialmente espirituais naturalmente, mas nisto muita coisa pode entrar por ser realizada dentro da própria espiritualidade, até mesmo criar cidades inteiras e novas Civilizações…

Costumamos comparar um Hierarca a um iceberg, onde o principal sempre estará oculto aos olhos. Outra comparação tradicional é a da caverna. Desde fora uma caverna pode mostrar bem pouca coisa, não raro a sua abertura pode estar até mais ou menos oculta. Porém o seu interior é capaz de velar coisas inimagináveis, em termos de tesouros ou de belezas entre outras tantas possíveis informações. As cavernas mais notáveis no seu interior são também as mais discretas. Todo especialista em cavernas, ou espeleólogo, sabe que as cavernas mais espetaculares possuem bocas pequenas e discretas. Cavernas visivelmente ostentosas com grandes aberturas muitas vezes são até rasas e sem grandes atrativos, porque afinal elas não estão assim tão bem protegidas.

O mundo só começa a mudar quando a humanidade compreende que os Mestres não são filósofos ou conferencistas, e sim guias e comandantes. Moisés era um péssimo orador e um grande condutor. A humanidade precisa reconhecer as autoridades espirituais ao lado da sua própria necessidade vital destas forças especializadas pelo Bem do todo. A humanidade não pode dizer que Deus a abandona se ela mesma não se prontifica a seguir as Suas regras.

Nunca iremos conhecer os Mestres apenas através de palavras ou ideias, e sim ao acatar os seus comandos sussurrados e orientações pontuais, pois é somente nisto que a realidade espiritual e a transformação das coisas se manifestam. Até porque a existência dos Mestres é bastante incompatível com o mundo material, uma vez que eles têm pouco contato com este mundo. Eles vivem inclusive num outro tempo ou dimensão, e tampouco podem ser conhecidos através do fator quantitativo e sim qualitativo -claro que esta é apenas uma forma de expressar as coisas, uma vez que passando por este funil grandes novos universos podem se revelar. Mestres não frequentam salões de filosofia, mas podem se fazer presentes numa arena de grandes decisões. Mestres são acima de tudo generais e comandantes da luz, e para eles é sem-pre melhor uma prática imperfeita do que uma perfeita teoria.

Nós conhecemos a verdadeira idade da madurez mínima da espécie humana: 100 mil anos -temos por ora somente a metade disto enquanto cultura organizada desde a Revolução Cognitiva, que são as Quatro Rondas de que fala o esoterismo. E sabemos que os Mestres sempre assumem pesadas cruzes para antecipar esta condição dentro do primitivo carma planetário atual visando auxiliar a humanidade, da mesma forma como pais e mães se esforçam incondicionalmente por seus filhos.

 “Os Mestres (da Loja Branca) não possuem um veículo perfeitamente hábil para atuar no mundo material” (Alice A. Bailey) Em função de uma série de sacrifícios realizados, a condição mayavi-rupa dos Mestres é como uma pirâmide invertida ou iceberg celeste (ou vórtice) que mostra apenas a sua ponta na Terra. Somente os humildes e de boa vontade podem reconhecer um verdadeiro Mestre e receber a sua generosa luz, ao investigar a grandeza de suas realizações e toda a riqueza oculta que trazem ao Mundo. “Que venham a mim os pequeninos” disse Jesus (Mt 19:14). Por isto se diz que os Mestres são apenas os pés de Deus: para conseguir enxergar tudo o que eles podem representar, é preciso se agachar e olhar para cima. Descer de nosso pedestal e buscar conhecer tudo aquilo que os Mestres tem realizado e tudo o que representam para o futuro da humanidade.

Abaixo temos uma imagem simbólica da configuração físico-energética do homem comum, do iniciado e do Iluminado, onde o primeiro tem grande peso apenas na matéria, o segundo na alma e o terceiro no espírito.

Estrutura Físico-Energética dos Humanos 

Aspirante/Homem comum    Discípulo/Iniciado   Adepto/Iluminado

 sempre estiveram aqui cumprindo o seu compromisso perpétuo de nutrir a humanidade. Os discípulos é que nem sempre estão preparados. É por esta razão que a presença dos Mestres é simplesmente ignorada em boa parte da história humana, por falta de virtude para acolher a mensagem da espiritualidade prática e elevada que eles trazem, envolvendo as sabedorias da Alma e as ciências do Espírito.

Esta é a única diferença entre a Idade de Ouro e a Idade de Ferro. Um mestre sempre tem todas as respostas importantes, que nem sempre são aquelas que as pessoas querem ouvir. Então ele diz: “pratique e saberá.”

LAWS, “A Teosofia Científica”, Editorial Agartha.

Leia também “A Doutrina Secreta Revelada

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