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Xamã primitivo controlando a magia dos ventos |
Muito
se debate sobre quando o ser humano ou seus predecessores começaram a articular
palavras e a possuir uma linguagem verdadeira. O certo porém é que muito antes
disto acontecer ele começou a manifestar outros sons, para imitar a sonoridade
dos animais e dos próprios Elementos. Ainda hoje muitos mantras importantes
evocam a sonoridade dos animais-de-poder emulados pelos xamãs em seus rituais e
pelos guerreiros em suas caças.
Não
deveria ser surpresa saber que a criação de uma verdadeira linguagem estivesse
diretamente relacionada à elaboração dos alfabetos -e também da própria
Civilização. Acontece que a vida primitiva era simples e natural, não demandado
maior necessidade de comunicação complexa e detalhada. Um mundo sem classes ou propriedades
pode simplificar deverasmente as coisas.
Antes de tudo foram os sentimentos que seriam codificados,
quase como se fossem emitidos, antes de serem realmente nomeados. A base de
toda a linguagem era binária: “sim” e “não”, equivalendo a “com” e “sem”.
Seguida por sons únicos que reunidos a “sim” e “não” faziam alusão aos fatos
mais elementares da vida, incluindo os instintos naturalmente: nascimento e
morte, dor e prazer, fome e sacies, desejo e satisfação, amor e ódio, e por
fim, segurança e perigo. Estes eram os mais importantes. As primeiras palavras
verdadeiras foram evocativas, e acompanharam as suas representações em imagens
nas cavernas.
Para
a comunicação entre os seres humanos bastavam gestos e a emissão de sons
auxiliares, mas os primeiros “objetos” a serem nomeados foram as próprias
pessoas, ainda que não no seu nascimento e tampouco com palavras exatamente
articuladas. Os primeiros nomes tiveram mais a função de títulos, para
referir-se às autoridades naturais e sociais -pai, mãe, líderes e xamãs. As
pessoas depois passaram a receber “nomes” a título de alcunhas.
Sons cedo foram incorporados às artes da cura, para fins de
invocação de deuses e também com finalidades mântricas ou energéticas. Os
primeiros “artistas” foram os xamãs, mestres em criar símbolos, conteúdos e
significados. Com eles surgiram as primeiras histórias, relacionadas aos mitos
ancestrais.
Não é segredo nenhum que a “linguagem” dos Anjos sejam sons, símbolos e cores. Os ventos ensinaram o ser humano a cantar. As primeiras orações para invocar os Elementais dos ventos eram cantos variados imitando a sua sonoridade. Os mantras dos ventos sempre estiveram entre os mais melodiosos. Seus objetivos eram realizar curas, impingir enfermidades e até praticar a levitação. O vento era sinônimo de mobilidade e de abrir caminhos, assim como de encerramento caso ele seja negado ou apreendido. Os grandes dolmens também eram altares de ventos, que podiam ser abertos e fechados como portais enquanto o feiticeiro evocava alguma pessoa ou circunstância (geralmente através de imagens esculpidas) para manejar os seus caminhos.
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Xamã primitivo experimentado a levitação |
Foi somente depois
que o ser humano elaborou todo um repertório sonoro que a linguagem começou a
ser articulada, seguido pelo alfabeto, inicialmente monossilábico e
representativo (como hieróglifos e caracteres), e depois criando palavras
verdadeiras. Tampouco é casual que os primeiros registros alfabéticos tivessem
propósitos religiosos, ainda que motivações práticas de comércio não lhe
ficassem muito atrás. Toda a linguagem nasceu como uma expressão do
poder do espírito, e igualmente os alfabetos depois, secundados então pelos
poderes materiais - da mesma forma como os templos de Gobekli Tepe se
anteciparam ao surgimento da agricultura.
LAWS, “A Doutrina Secreta Revelada”, Volume I, “Cosmosíntese”.
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