A etapa atual humana porém é aquela de trabalhar os Elementos espirituais que, de certa forma, representam um processo de concentração da energia com perfeita analogia em relação aos mecanismos de formação estelar. Nas Estâncias de Dzyan da “Doutrina Secreta” existem passagens importantes sobre a dinamização da energia com o emprego de Fohat ainda no contexto lemuriano segundo a interpretação de Blavatsky, uma vez que se trata da própria energia criadora que tem dinamizado a evolução espiritual de toda a presente ronda planetária, a partir da orientação original dos Grandes Kumaras e dos Agnishwatas ou “Senhores da Chama”.
Citemos pois um dos slokas (versos) mais eloquentes nesta direção:
“Então Svabhâvat (substância-raiz) envia Fohat para endurecer os Átomos. Cada qual é uma parte da Teia. Refletindo o ‘Senhor Existente por Si Mesmo’ como um Espelho, cada um vem a ser, por sua vez, um Mundo.” (Livro I, Estância III.12)
Assim é a Mente superior que age para dinamizar a “energia cósmica”, tendo como base (“espelho”) a Imagem divina para a formação de um novo Micosocosmo. É claro que aqui estamos em terreno instável onde a tradução facilmente encontra os seus famosos limites. O “endurecimento” de algo espiritual deve ser entendido como um esforço de concentração e dinamização das energias originalmente dispersas, visando produzir os seus efeitos de fortalecimento na aura do próprio praticante. Trata-se assim de um processo de meditação com foco direto nas energias através da ciência, da técnica e da própria vontade, e não tanto da fé, do desejo ou da sabedoria, embora estes também devam estar implícitos.
Nas Estâncias de Dzyan existe ademais uma descrição dos mecanismos dos Fogos dentro do contexto de Fohat que são exatamente fieis àquilo que aqui se apresenta -à diferença de estarmos associando o tema à Iniciação como cabe. Ali a “energia” Fohat é tomado genericamente ou de maneira abrangente para todo os estágios das energias, posto que o termo se aplica melhor à fase da energia elétrica segundo todas as definições, também neste Capítulo. Acontece que, de uma certa forma, os símbolos dos Elementos possuem a forma triangular porque se relacionam ao Plano Mental; o próprio termo “Elemento” denota tais essências como instrumentos da mente. Vejamos pois:
“Ele as constrói à semelhança das Rodas mais antigas, colocando-as nos Centros Imperecíveis. Como as constrói Fohat? Ele junta a Poeira de Fogo. Forma Esferas de Fogo, corre através delas e em seu derredor, insuflando-lhes a vida; e em seguida as põe em movimento; umas nesta direção, outras naquela. Elas estão frias, ele as aquece. Estão secas, ele as umedece. Brilham, ele as ventila e refresca. Assim procede Fohat, de um a outro Crepúsculo, durante Sete Eternidades.” (Livro I, Estância VI:4)
Enumeremos pois:
a. “Ele junta a Poeira de Fogo” = Prana
b. “Forma Esferas de Fogo” = Shakty
c. “corre através delas e em seu derredor” = Fohat
d. “insuflando-lhes a vida” = Agni
e. “umas nesta direção, outras naquela.” = Akasha
Os itens “a” e “b” soam-nos então perfeitamente auto-explicativos. Em “c”, “correr através delas e em seu derredor” pode ser visto como irradiar a partir de todas as bases de energias existentes. Em “d”, “insuflando-lhes a vida”, a energia plasma tem com efeito característica regenerativa e onipresente vital. E em “e”, “umas nesta direção, outras naquela.”, podemos entrever a natureza sintética e integradora do Akasha.
O texto segue então tratando da “manutenção das energias”: “Elas estão frias, ele as aquece”, etc., tal como é realizado através da meditação, em atividades vibratórias e criadoras ou iluminativas coordenadas pelas Hierarquias durante todas as evoluções do mundo ou “durante Sete Eternidades.”
A narrativa das Estâncias de Dzyan demonstra portanto uma preocupação especial da parte dos Pitris/Construtores com a preparação mental da humanidade para a meditação. Era aquela a terceira ronda e o ser humano estava sendo preparado para isto. Finalmente na terceira raça (3:3) naturalmente aconteceu.
O tema é explorado em nossa obra Chaves Secretas dos Livros de Dzyan. Porém existem algumas palavras-chave nos textos das Estâncias (Livro II) que são bem conhecidas pelos comentários de Blavatsky. Abaixo citamos elas com nosso comentário entre parêntese:
a. Primeira raça: iogues, castos, amanasa (ascetas, brahmacharyas, não-mental)
b. Segunda Raça: suor, reprodução, amanasa (bakty ioga, psiquismo, grihasthas, não-mental)
c. Terceira raça: ovo, hansa, manasaputra (alma, iniciado/vanaprastha, meditante)
De modo que as Estâncias de Dzyan fornecem informações avançadas sobre a meditação ocultista centrado no tema de Fohat, mas que ninguém compreendeu nem mesmo a Blavatsky. Depois Alice A. Bailey detalhou as técnicas e novamente ninguém se interessou. Por isto achamos que a mensagem das Estâncias é para o mundo amanasa de agora!
Lamentavelmente a leitura dada ao assunto na Doutrina Secreta foi feita na direção da geração dos átomos físicos ou da matéria, privando assim um raro texto esotérico do seu sentido prático -apesar dos comentários na Doutrina Secreta em favor do “turbilhão ígneo” e do “pensamento divino” que poderiam dar um bom direcionamento à questão. Aparentemente não seria chegada a hora para tal revelação, ainda que a rigor tal conhecimento já fosse um patrimônio da raça atual, atualmente altamente esquecido não obstante.
O tema da progressiva constituição da Mônada espiritual tem resultado misterioso em demasia para os aspirantes modernos que ignoram praticamente o trabalho ativo, direcionado ou criador da luz ou com a energia sutil, o qual corresponde naturalmente à base das verdadeiras iniciações espirituais. O cultivo de consciência tampouco basta no final das contas, ação também é fundamental –esta é a primeira grande mensagem do Bhagavad Gita. Porém esta “ação” pode ser simbólica ou subjetiva, no sentido da atitude interior criativa.
As energias se organizam portanto na Natureza numa relação de concentração & transformação, o mesmo valendo para os planos espirituais. Com efeito, muito da formação das estrelas resulta muito instrutivo para o mundo espiritual em função das analogias ou similitudes das leis cósmicas em todos os planos, razão pela qual o inverso também costuma ser didático.
No tópico "As Dinâmicas dos Cinco Fogos" buscaremos pois aprofundar todo este assunto, fornecendo maiores dados técnicos e operacionais.
LAWS, “A Doutrina Secreta Revelada”, Volume II, “Antroposíntese”.
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