A Teosofia em geral tem uma forte influência nos novos ensinamentos, especialmente em suas vertentes históricas centralizadas em Helena P. Blavatsky e sua sucessora espiritual Alice A. Bailey. Porém, dentro das revelações do Plano da Hierarquia, procura-se hoje dar uma cor mais “científica” ao tema, tratando basicamente de retirar os véus remanescentes, além de apurar sínteses e agregar idéias complementares, como seria a questão social e a própria espiritualidade e iniciação. Esta é a origem da “Teosofia Científica”, uma doutrina promissora que trabalha basicamente com a Ciência dos Ciclos. Uma Teosofia Científica reuniria -nada mais e nada menos- que os dois pólos extremos do conhecimento (espiritualidade e ciência), preenchendo daí todo o leque do humano saber.

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A Teosofia Esotérica – os ciclos coletivos da humanidade desvendados


Os "gigantes" míticos e bíblicos inspiram comumente o esoterismo mais popular
O conhecimento humano cede muitas vezes espaço para a crença, quando o ser humano ainda não está preparado para a Ciência. É o caso das crianças, para quem a fábula se torna uma forma de percepção preliminar da realidade, envolvendo a emoção e a fantasia.
Aparentemente a sabedoria oriental agrega esta tolerância também para os estados-de-consciência humana, não deixando de oferecer informações avançadas para o povo, porém numa forma “suavizada”, simbólica e mítica. Tal coisa representaria um Exoterismo, ou o Esoterismo popular, porém aqui iremos conhecer também a verdadeira questão Esotérica relativa à evolução espiritual da humanidade.

Uma das coisas mais importantes em termos de Ciência seriam sobre os ciclos espirituais da vida, que inclui aqueles da humanidade, e cuja percepção pode depender de uma apurada capacidade de observação e de um conjunto de práticas avançadas.
O ciclo que o Hinduísmo parece mais divulgar é aquele do Manvantara, reunindo textualmente a ampla soma de 4.320.000 anos, divididos através das “Idades Metálicas” nestes termos:

1) Krita Yuga (Idade de Ouro)         1.728.000 anos
2) Tretâ Yuga (Idade de Prata)        1.296.000 anos
3) Dwâpara Yuga (Idade de Bronze) 864.000 anos
4) Kali Yuga (Idade de Ferro)           432.000 anos
              Total ………………................. 4.320.000 anos

Sabemos que na espiritualidade o Ocultismo e o Esoterismo são como amadurecimentos e procedimentos científicos das práticas espirituais, em relação às crenças exteriores e geralmente dependentes a que se submetem as massas humanas. Tal coisa também serve para a sabedoria dos ciclos. Como a criança que vive uma realidade atemporal, o crente e o noviço também preferem a fábula mística para realizar a transição entre as trevas da ignorância a que antes se sujeitavam e a sabedoria plena dos maiorais que existe nos horizontes futuros mais iluminados.

Esta maioridade da sabedoria não é a simples “Ciência”, como esta pretende comumente ser. Ainda que a Ciência realmente aporte um dos princípios a se ter em conta. O outro é a própria espiritualidade ou a “mística” se se quer, e da síntese entre ambos é que teremos por fim a Verdade cultural e antropológica - aquela Verdade que a Teosofia moderna adotou como princípio acima das crenças e das religiões.
É possível que a Sabedoria Tradicional realmente seja tolerante em relação a estas três visões-de-mundo dominantes: a linear/materialista/temporal, a circular/mística/atemporal e a espiral/ocultista/cíclica. A “mística” Índia se caracteriza por haver Seis Escolas Tradicionais (Dharsanas ou pontos-de-vista), entre as quais se incluem as materialistas. De fato as Sociedades Tradicionais não podem ser chamadas de místicas ou religiosas, porque elas são na verdade holísticas e ecumênicas. Na mesma Índia também se chama “crianças” às pessoas não-espiritualizadas, mas provavelmente tampouco se inclui nesta maturidade as crenças populares em geral meramente éticas, e sim as práticas espirituais mais avançadas das quais aquela cultura é tão rica e proeminente. Importante compreender é que a síntese da visão cíclica não altera os conteúdos dos restantes apenas os reúne e requalifica.

Voltemos então aos ciclos citados (que chamaremos de “genéricos”), focalizando-os à luz da Ciência.
O menor deles,  de 432.000 anos, possui praticamente a idade do Homo Sapiens. E o conjunto deles, com 4.320.000 anos, remonta praticamente também aos primeiros hominídeos. A conclusão óbvia seria que esta Idade de Ouro estaria algo próxima de nossas origens... algo simiescas. O que não deixaria de soar absurdo. Mas convém notar que esta é apenas a metade ativa do ciclo, o Manvantara, uma vez que a outra metade toca à sua contraparte formativa ou Pralaya, ditos “Dia e Noite de Brahma” respectivamente.

Porém, como Blavatsky considera que os primatas superiores seriam antigas raças humanas que se degeneraram, então ela realmente veria os hominídeos como “raças”! Na “Doutrina Secreta” também existem indicações de ciclos raciais, mensurados de maneira não muito distinta em termos gerais aos do Manvantara, quiçá superando-os até.

Pela seguinte afirmação, Blavatsky sugere que a atual raça árya (e provavelmente também as restantes) deve somar ao seu final uns 1,5 milhões de anos, totalizando assim as sete raças-mães 10,5 milhões de anos:
 “Das sete Raças, cinco já apareceram e tem quase concluído a cadeia terrestre, e ainda duas devem aparecer nesta Ronda. Nossa Quinta Raça-mãe já existe como raça sui generis totalmente independente do seu tronco-pai, faz um milhão de anos, o que pode-se inferir que cada uma de suas quatro sub-raças anteriores viveram cerca de 210 mil anos, de modo que cada raça-família tem uma existência média de cerca de 30 mil anos, e assim a raça-família européia possui ainda muitos milhares de anos de vida, ainda quando as nações, que são como os muitos espinhos que há nela, variem de acordo com cada ‘estação’ sucessiva de três ou quatro mil anos.” (“A Doutrina Secreta”, III, 453, 454)

Claro que, para a Ciência, tudo isto traz uma série de problemas. Tais investidas idealizadas num passado tão remoto poderia soar facilmente a embuste, já que a lógica aponta noutra direção. Também resulta difícil conhecer a natureza dos ciclos a que Blavatsky se refere, os ciclos de 30 mil das “raça-famílias” anos por exemplo, apenas se aproximam do Ano cósmico de 26 mil anos. Blavatsky afirma que as raças-raízes contém dentro de si as quatro Idades Metálicas.
Por fim, mesmo considerando que a evolução caminhe a par com a degradação ambiental, resulta num esforço demasiado imaginar que os Australopitecos fossem aquele Humano perfeito idealizado pelas idades. De modo que não resta saída senão ver em tais formulações mais uma metáfora pseudo-científica sobre a evolução espiritual humana –quem sabe como recriação de uma mitologia destinada para o vulgo ou para mentes menos afortunadas da Modernidade?

Felizmente, o sistema Manvantara oferece uma “alterativa” - e sem a necessidade de “cortar os seus zeros” como propõe René Guenón; ainda que este corte seja efetivamente útil para certas finalidades. Os grandes números acima dados, integram nesta tradição um padrão dito “humano” (ou dos “mortais”), ao passo que existe uma formula-de-conversão por 360 que fornece o “tempo divino” (ver “Glossário Teosófico” de H. P. Blavatsky, verbete “Yugas”; um dos tantos verbetes acrescidos após a morte da autora).
Este modelo resulta já em dados “modestos” que no conjunto concordam com padrões extremamente tradicionais. Vejamos, pois:

1) Krita Yuga (Idade de Ouro)         4.800 anos
2) Tretâ Yuga (Idade de Prata)        3.600 anos
3) Dwâpara Yuga (Idade de Bronze) 2.400 anos
4) Kali Yuga (Idade de Ferro)           1.200 anos
              Total ………………................. 12.000 anos

A rigor, os valores são de 4, 3 2 a 1 (como na Tetraktys pitagórica, símbolo piramidal matemático que remete à espiral iniciática) mil anos, destinando o “excedente” para períodos-de-transição distribuídos no começo (sandya) e no final (sandyana) do ciclo (esta soma de 10 remeteria simbolicamente ao montante de 10,5 milhões de anos das raças em Blavatsky?).
Tais anos “imortais” dizem um período muito conhecido (usado pelos persas e muitos outros), sendo a metade positiva do Grande Ano de Platão, havendo como vimos outra metade negativa ou Pralaya. Representa isto também um resgate das abordagens originais de Fabre d’Olivet acerca das “raças humanas” sob o ângulo “histórico-sociológico”. A razão de ser um tempo eterno, se relacionaria à sua coordenação pelas forças espirituais, como adiante veremos melhor sobre Shambala.

Claro que podemos tentar aplicar este Manvantara menor às raças, pese a sua inerente desproporcionalidade (ou 4-3-2-1). Existe porém outro sistema-de-tempo na própria Índia, talvez mais conhecido no universo maia-nahua de Meso-América (onde se acredita que estes ciclos sempre terminam em catástrofes naturais), de trabalhar com ciclos solares de 5 mil anos, ou mesmo os períodos caldeus de 4.320 anos que se assemelham mais aos valores do Manvantara e se encaixam exatamente no Ano Cósmico.
Tais “prazos” de evolução permitem já coadunar melhor certos dados da Ciência, tais como:

Revolução Neolítica: 10/12 mil anos atrás ........... Raça Atlante
Revolução Metálica: 5 mil anos atrás ................... Raça Árya

Atualmente o ciclo desta última raça estaria extinto (desde o 2.012), talvez juntamente a um ciclo maior que em breve também findará, daí a grande crise que se anuncia, incluindo novas glaciações...
Anteriormente, a chegada do Neolítico remete a um momento assinalado por Platão sobre a Atlântida, pese haver certas conotações fantasiosas...
E já sobre o Paleolítico (que a rigor integra o Pralaya), pese o pouco que sabemos dele, não é difícil imaginar que os milênios anteriores ao neolítico tenham sido objeto de outras revoluções culturais/econômicas mais sutis, espirituais e preservacionistas, assim como sociais e comportamentais.
A famosa chegada de Shambala (e dos divinos Kumaras, os “Filhos de Brahma”) em “meados da raça Lemuriana” insidiria neste cômputo há “somente” uns 15 mil anos, o que tem relação com o período da migração para as Américas, papel que costuma ser atribuído aos Manus ou Mentores-de-civilizações, os quais abrem as raças e, mais ainda, abrem os Manvantaras, termo que significa “entre dois Manus”. Tal coisa anuncia mudanças definitivas na evolução humana, abrindo uma nova “ronda” e inaugurando uma outra subespécie humana, que é a atual.


Não iremos nos estender mais sobre isto, porque temos vários trabalhos no âmbito da Teosofia Científica voltados para estas duas formas de ver a questão, seja a ampla da “evolução da espécie” (ou paleontológica) como a reduzida da “evolução cultural” (ou antropológica).

Participe do facegrupo TEOSOFIA CIENTÍFICA - AS SETE CHAVES DO SOL

3 comentários:

  1. Quem tiver interesse em entrar num grupo de whatsapp para conversar sobre espiritualidade sob um ótica universalista (sem se prender a uma religião em específico) me chame pelo whatsapp no 7581063479

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