A transição do Neolítico representou uma mudança na cultura humana muito mais profunda e dramática do que costumamos imaginar, com reflexos não apenas na sociedade como também na própria morfologia da espécie, cuja estatura vê-se significativamente reduzida. Esta redução de estatura também forçou o Homo sapiens a apurar a sua tecnologia. A criação dos arcos e flechas representou uma grande vantagem contra as antigas lanças na guerra e na caça. A partir dali alastram-se porém as epidemias, instalam-se as enfermidades degenerativas e criam-se castas e impérios.
Estudos sugerem que a época foi infestada por enfermidades, facilitando assim o trabalho de grupos emergentes. Eis que a própria cultura do Neolítico, criou condições para uma crise de saúde generalizada, dando margem para o surgimento de gran-des epidemias. Pragas acumulavam-se nas lavouras e nos silos de alimentos. Vírus eram desalojados de ambientes devastados, atingindo as populações. Águas eram poluídas pela concentração populacional excessiva. E corpos eram debilitados pela rotina pesada e desgastante, além de uma alimentação sempre mais empobrecida. Os sintomas de desnutrição são paradoxalmente maiores do que entre os antepassados caçadores-coletores. E a média de mortes violentas amplia-se de 1% nestes para 25% na-queles. Tudo isto criava um cenário perfeito para a difusão de enfermidades, disseminando a “Morte Negra” por onde quer que este modelo cultural estivesse implementado.
Conclui-se assim que muita coisa mudou, mas fica difícil dizer que realmente melhorou. Com efeito, muitos pesquisadores hoje se perguntam até a razão das coisas seguirem neste curso, considerando a soma de males que acarretaram. Talvez não fossem apenas as virtudes que impulsionaram estes movimentos, certamente suportados por novos mitos de evolução cultural e econômica.
E a realidade é que houve sempre muita resistência e nem todos aderiram ao conjunto das mudanças que se pretendeu por vezes, optando por avançar apenas em algumas questões. Muitos percebiam na época que as coisas estavam piorando, e ainda afetando a vida de quem preferia manter tudo mais ou menos como sempre foi. Não havia uma lógica positiva no conjunto daquele suposto progresso que alguns almejavam. Como ainda hoje se argumenta, a sua grande justificativa aparente era a ampliação da demografia e necessidade de produção para mantê-la. Como solucionar este problema? A Guerra Total poderia ser uma das últimas respostas que se chegaria então, antes das coisas voltarem a se estabilizar por certo tempo através de Pactos Territoriais.
Naquela altura, os Atlantes já haviam reunido vários exércitos de mercenários, para defender as suas riquezas e expandir os seus negócios. Porém, estes exércitos também estavam agora debilitados, e ainda muito ocupados em manter a ordem interna em meio ao caos que se implantara. Os Lemurianos viram então naquilo tudo uma oportunidade para tentar reverter a situação e controlar a expansão atlante pelo mundo.
Foi verificado que há sete mil anos atrás, um tremendo gargalo genético vitimou 90% da população masculina de toda a Europa, Ásia e África. Esta teria sido simplesmente a maior guerra mundial até hoje realizada. E não foram apenas mortes, mas execução ritual e canibalismo. Ainda assim, não podemos descartar que muitas destas mortes possam ter sido produzidas por epidemias, algo comum na cultura neolítica e que sempre se agrava nas guerras.
Durante a Era atlante acirraram-se as disputas por recursos entre os antigos grupos nômades e os novos grupos sedentários. O surgimento de cidades fortificadas (“arquitetura do medo”) foi uma proteção para as populações sedentárias. E esta também foi uma das causas pelas quais as cidades eram raras, sendo comumente atacadas. Uma das grandes vítimas deste longo conflito seria a chamada Civilização do Danúbio que florescia no período, com suas grandes inovações em metalurgia, arquitetura e até mesmo na escrita simbólica.
Tudo isto prometia porém uma forte retração na prática da magia ancestral tão arraigada na humanidade, e que contava com inúmeras linhagens poderosas de bruxos e de xamãs em toda parte, as quais não se curvariam facilmente às ameaças nascentes contra a sua imemorial visão de mundo. Não seria nada fácil e nem rápido vencer tais correntes que dominavam amplia setores da humanidade, terminando por desencadear guerras terminais em muitas regiões.
Não obstante este quadro também envolvia uma profunda guerra espiritual, que podemos definir como a cisão entre a magia antiga e a religião emergente. Estas forças centralizavam então as duas grandes visões-de-mundo que caracterizam ainda aquela transição de tempos cósmicos definidos como Pralaya e Manvantara.
Devemos porventura imaginar que a Atlântida ou o Neolítico era realmente apenas cultura de massas? Na verdade havia também uma florescente espiritualidade nova e superior de moldes que poderíamos chamar de “autenticamente humanos”, embasada em conquistas do porte da iluminação espiritual através dos esforços da Hierarquia dos Adeptos atlantes, fundamentando os conceitos modernos de religião. Este modelo transcendente de espiritualidade baseado na superação de uma grande crise pessoal dos Iniciados, seria capaz de impactar poderosamente a atmosfera psíquica do planeta através da conquista regular da verdadeira iluminação, compensando assim os avanços da cultura de massas e controlando relativamente a crescente crise materialista do Manvantara, até no final também eclodir numa iluminação coletiva sob uma grande crise planetária.
Assim, a cultura do novo Manvantara estava profundamente imbuída por um sentimento escatológico que parecia eclipsar qualquer antigo apelo à prudência. Não existe forma pois de determinar um juízo de valor absoluto em favor de nenhuma das grandes correntes em conflito, porque todas carregavam as suas sombras e as suas luzes, sob o pano-de-fundo do drama da evolução humana.
O período da grande guerra acima datada é aproximado ao do Ramayana hindu. Guerras mágicas como aquelas relatadas no épico foram uma realidade em períodos como o atlante em especial, e sobretudo até ele. Não foi apenas no episódio de Moisés enfrentando os magos do faraó, que feiticeiros com poderes semelhantes se confrontaram. O Ramayana foi a grande guerra atlante produzida por sua magia saturada, reunindo a herança mágica de eons para bem e para mal. Representou uma grande luta de poderes de luz e de trevas. A guerra de Vimanas é uma luta espiritual que emprega sofisticada tecnologia espiritual, e pode acontecer invocando o auxílio das potências sutis, quando nos aliamos firmemente aos anjos e outras forças espirituais. Eventualmente, teremos aqui uma interpolação de tecnologias áryas como carruagens no imaginário hindu, para esta época anterior.
Contudo tais situações foram levando a uma seleção cada vez mais rigorosa dos candidatos, e a ocultar as informações daqueles que não se sujeitassem a provas muito rigorosas. Ainda assim tudo isto levaria a uma situação crítica onde os enfrentamentos já não se limitariam aos planos sutis. A feitiçaria havia se tornado um conhecimento tão poderoso, acessível e sedutor, que não havia mais como ocultá-lo. Medidas mais drásticas precisaram ser então tomadas - e parece que elas seriam realmente extremas ameaçando a própria humanidade de extinção.
Sabia-se que os xamãs e feiticeiros controlavam amplamente as opiniões dos segmentos culturais. Tudo começou daí pela perseguição aos bruxos, porém estes contavam com legiões de simpatizantes. A desunião era total e definitiva. A humanidade estava dividida entre aqueles que estavam fascinados pelo poder espiritual, e aqueles que sentiam repúdio profundo por tal obsessão. Os raros que mantinham uma postura de equilíbrio terminavam sendo muitas vezes considerados como inimigos de todos, tal a polarização que criara então. O inimigo já não estava apenas na outra tribo porque a cisão havia se alojado em cada família. Esta é uma das razões pelas quais os sobreviventes desejaram depois criar a grande Família Humana na forma da Civilização.
Entre os grupos moderados estavam os antecessores dos druidas, que se consideravam herdeiros da religiosidade cósmica que erguera Gobekli Tepe na aurora do Manvantara. De modo que não muito depois começaria o período Megalítico com seus círculos de pedras e outras formas de edificações com grandes pedras e diferentes finalidades, começando especialmente pelas extremidades da Europa a partir de Portugal, sugerindo que os migrantes estavam viajando de barco -cedo ocupariam ilhas centrais do Mediterrâneo também. Citemos ademais:
“As línguas e culturas indo-europeias espalharam-se durante vários períodos. Migrações iniciais de 4200-3000 a.C. trouxeram o protoindo-europeu arcaico para o vale do Rio Danúbio, Anatólia e a região do Altai.” (IA Google)
Eram reminiscentes dos conflitos atlantes que buscavam novos cenários de atuação, uma vez que a Ásia havia sido destinada para a cultura das cidades. O surgimento das cidades no Oriente Próximo do final do período atlante ou neolítico, pode ser considerado como um sintoma do avanço da cultura-de-massas, da mesma forma como na raça árya atual o seu final tem gerado cidades monstruosas. Os Antigos queriam afastar-se destas tendências progressivamente degradantes, inclusive migrando para o Ocidente ainda intocado. Podemos dizer que esta corrente arcaica ostentava raízes pastorais mesolíticas. Não obstante, numa natureza fértil e sem maior densidade demográfica humana como a da Europa de então, o pastoreio pode ser perfeitamente dispensado, bastando deixar os animais procriarem-se na Natureza. Assim a velha cultura do Mesolítico havia finalmente reencontrado o seu paraíso perdido...
A Sibéria mesma -naqueles tempos com um clima bastante ameno- há muito havia se tornado um refúgio da cultura aldeã e xamanista, como provam as fortalezas de oito mil anos que tem sido encontradas na região, refletindo os conflitos que já existiam então. Neste período o próprio Deserto de Sahara era uma grande região verdejante, havendo perdurado assim até seis mil anos atrás. Acontece que quando o eixo do polo está no outro extremo do planeta, o Hemisfério Norte recebe mais luz do Sol. Talvez debaixo das areias do Sahara ainda se venha a encontrar os maiores vestígios sobre o passado da humanidade jamais existentes. Tal como já tem sido possível encontrar ali os maiores registros de arte rupestre, inclusive testemunhando a vida pulsante do seu antigo vergel. Provavelmente muitos elementos sobre a pré-história do Egito também serão assim desvelados, demonstrando que o súbito surgimento desta grande Civilização teve muitos preparativos prévios nos seus entornos.
a. Um novo Pacto Territorial
O certo é que teria ocorrido então uma tragédia fratricida universal, quiçá uma grande guerra civil, levando os sobreviventes a adotarem medidas para evitar novos conflitos sob pena da espécie se extinguir. Uma das grandes medidas de convívio que a humanidade tem aprendido no decurso da sua evolução chama-se Pacto Territorial, geralmente regulado por mitos territoriais. Ou seja: cada qual reúne-se ao seu próprio bando em algum lugar. Não chega a ser exatamente um convívio direto portanto, mas sim indireto, em nome da paz e do respeito mútuo
Este momento representou portanto um grande divisor de águas para a humanidade, um verdadeiro “momento-Y” onde duas grandes correntes históricas tomariam rumos distintos e deliberaram estabelecer territórios próprios para evitar conflitos futuros. De um lado estavam os lemuro-atlantes (ou mesolíticos-neolíticos) e de outro lado estavam os atlantes-aryos (ou neolíticos-metalíticos). Ainda assim, os lemuro-atlantes adotaram alguns recursos considerados estratégicos dos novos tempos e até de forma pioneira, como seria o emprego de metais, considerados então fundamentais para a sua própria defesa.
Um Pacto territorial terminaria sendo então realizado entre as duas grandes correntes do Neolítico - a tribal e a aldeã, uma semi-nômade de tendências pastoris que ocuparia a Europa, e a outra assumidamente sedentária e agrícola asiática antecipando o surgimento das cidades-Estado. No Gênesis bíblico temos um testemunho simbólico de conflito entre estas correntes nas figuras de Cain e de Abel, também situado mais ou menos no período. Este Pacto seria acordado sobretudo pelas mulheres, as quais passaram a dirigir as sociedades a partir de então por vários milênios, perdurando quase até a Era Comum atual, quando Roma vence em definitivo aos celtas -o que começaria com o massacre dos druidas na ilha sagrada de Mona e além, logo ampliando-se sob a revolta da rainha celta Boudica contra o Império Romano na Britânia, até a rendição final de Vercingetorix.
Druidismo e a cultura arcadiana
Este representou um dos maiores e mais complexos Pactos territoriais realizados pela humanidade, considerando os contrastes entre as visões de mundo envolvidas. E na verdade ele também foi reproduzido em muitas outras regiões e circunstâncias, merecendo destaque nas Américas onde as culturas urbanas ficariam limitadas às zonas andinas e mesoamericanas, permanecendo praticamente tudo o resto com padrões mais nômades e tribais.
A Guerra dos Mundos atlante reflete aquele momento em que as tensões das duas cosmovisões que surgiram no seio da Atlântida chegaram ao seu máximo, a tribal “arcadiana” que se julgava a verdadeira representante da Nova Ordem, e a aldeã de tendências urbanas que desejava avançar ainda mais. Esparta e Atenas seriam reflexos tardios destas correntes, cujas tensões Platão colocaria em seu mito atlante buscando idealizar o colapso da corrente ateniense expansionista, moderna e comercial, diante da verdadeira Grécia guerreira, arcaica e continentalista, tal como ocorreria na prática na Guerra do Peloponeso que contribuiu para a morte de Sócrates.
Neste sentido as colônias jônicas da Ásia Menor iniciadas depois da Guerra de Tróia sob vitória grega, refletiam o modelo cultural asiático que a Europa não desejava todavia importar. A própria demonização da figura de Pan representou uma forma de invalidar a antiga cultura pastoril, simbolizada pelo grande deus da Arcádia. Naturalmente através desta satanização se buscava retratar a própria cultura arcaica matizada por primitivas tradições de magia e de feitiçaria ou pelo menos a elas tolerante.
b. Desdobramentos históricos
Neste aspecto a grande Guerra Atlante tem gerado tensões por milênios e despertado grandes conflitos em muitos momentos, de certa forma perdurando até os nossos dias. Chamamos a esta Quarta Ronda de A Grande Atlântida, e o Quarto Raio também é definido como “Harmonia através do conflito.” As abordagens teosofistas das Estâncias de Dzyan antecipam em cinco mil anos o começo dos conflitos atlantes aqui mencionados, sob a manifestação da Shambhala Lemuriana, e em concordância tácita com os dados de Platão. Talvez seja correta esta interpretação, mas parte também pode encontrar-se sob a marca do mito.
Temos demonstrado já que a Atlântida representou o Supremo momento central da evolução cósmica, em função da sua natureza quaternária. Ali portanto todos os antigos carmas das humanidades começaram a ser resgatados e um grande ajuste de contas seria realizado. Acontece que nesta altura crescia em toda parte o descontentamento contra os velhos valores mágicos e tribais, da parte daqueles que desejavam formas mais refinadas, ecumênicas e universais de espiritualidade. A Civilização Árya seguinte, que começou a se organizar logo após aquela Guerra dos Mundos atlante na forma da Idade de Bronze dos registros científicos, surgiria na esteira destas novas aspirações, e contaria para isto com o amplo apoio da força feminina então dominante e que seguramente muito sofrera pela perda dos homens, e estava convicta das necessidades de uma grande renovação. Os grupos mais antigos também estavam sob o domínio da teocracia ou do poder espiritual, ao passo que os novos grupos tendiam mais à monarquia e ao poder temporal.
O ciclo Áryo já representa um avanço na direção do novo Pralaya cósmico, havendo oferecido uma convincente ideia de Idade de Ouro da Civilização nos seus albores. O sigilo sobre os Mistérios foi uma das Regras de Ouro que permitiria esta nova ascensão da luz. O afundamento da Atlântida foi na verdade um grande processo de esquecimento e de ocultação dos antigos saberes mágicos, destinado a colocar fim a eons de feitiçaria acumulada pela humanidade. As coisas foram tão longe que a humanidade decidiu lançar-se numa guerra terminal suicida contra a sua própria espécie, convencida de que a humanidade havia se transformado numa terrível maldição para si mesma...
Contudo esta nascente Idade de Bronze que ergueria em muitas partes grandes civilizações conectadas entre si, também conheceria um colapso misterioso cerca de um milênio antes de Cristo, por razões que tampouco são ainda bem compreendidas. Parece certo porém que grandes coalizações novamente se organizariam para derrubar uma ordem do mundo opressora e corrompida, de forma comparável apenas à queda do Império Romano. No caso, a Guerra de Tróia representa a grande referência mítica e histórica para tais eventos do final da Idade de Bronze científica. A simetria no caso é semelhante, porque a crise ocorreu em meados de uma raça, demandando as grandes reformas que toda a parte central dos ciclos pede.
A grande crise árya é geralmente atribuída uma vez mais a invasores, neste caso geralmente chamados de “Povos dos Mares”, ainda que vários fatores comecem a ser reunidos para explicar a situação. Tais povos vieram de ilhas e podem ter sido parte do antigo Pacto Territorial atlante. As quais provavelmente seriam exploradas por tais impérios, pagando pesados tributos e servindo como mão-de-obra na paz e na guerra.
Suas sociedades guardariam o ocorrido em seus mitos e apenas aguardavam uma oportunidade para derrubar os antigos opressores. A ideia dos “mares” preserva perfeitamente aqui o simbolismo atlante, tal como a natureza “burguesa” das novas civilizações que viriam a estabelecer. Em lugar de Micenas surgiria agora Atenas, cuja natureza “atlante” se faria patente por seu caráter expansionista e mercantil. Esta é uma das razões pela quais Blavatsky afirmou que a Atlântida jamais se extinguiu realmente, uma vez que as suas essências estão profundamente arraigadas na própria natureza humana.
Hoje vivemos o último capítulo de uma antiga saga iniciada há dez mil anos, quando o ser humano começou o seu divórcio com a natureza adotando o sedentarismo e a agricultura em escala. Dizem os cientistas que a humanidade está criando o Antropoceno, ou seja: toda uma era humanizada. Nada melhor do que isto para traduzir a ideia teosófica da natureza humana desta quarta ronda! O Neolítico representou o grande marco divisor da civilização. A agricultura começou a modificar o planeta e o próprio ser humano. Rios secaram, manadas foram dizimadas, populações migraram. O Neolítico foi porém apenas o começo, porque ali foram implementadas as bases da Civilização. A velha magia natural começou a ser combatida em nome de novos valores espirituais. Porém também sabemos que a espiritualidade deu igualmente um grande salto ali.
Havia toda uma profunda cosmovisão implicada naquele movimento que não deixaria de despertar poderosas resistências. De um lado havia uma noção liberal emergente de progresso e de prosperidade que via nas novas iniciativas as possibilidades de melhoras de qualidade de vida e de sustento para as populações crescentes. E de outro lado havia todo um arraigado atavismo preservacionista e conservador que desejava o controle populacional e a manutenção da ordem natural e das condições tradicionais de vida, preservando a cultura da caça e coleta juntamente ao nomadismo. As duas correntes pareciam ter as suas razões e os conflitos eram talvez inevitáveis antes de poderem forjar qualquer espécie de Pacto.
A grande diferença talvez seja que lá atrás o problema era apenas o começo de um processo de desequilíbrio ambiental, e agora já é o seu final, quando a ameaça do completo caos planetário recai com uma sombra sobre todos. Neste sentido podemos arriscar uma profecia da parte de um dos mais famosos ambientalistas que tem pisado sobre a Terra, e que pode estar começando a tomar forma na atualidade:
“A Guerra do Futuro será entre os que defendem a natureza e os que a destroem. E a Amazônia vai ficar no olho do furacão.” (Jacques Cousteau)
A decadência atual do mundo, quando a Era Árya chega ao final, com novas ameaças de guerras terminais, não representam uma negação desta ideia de unidade, mas apenas um contraponto e um reforço nas pressões para a humanidade se esforçar para transcender as diferenças. O antigo sigilo hoje parece não ter muita importância porque as pessoas não têm sequer vontade de investigar e de praticar os mistérios. Contudo sabe-se que ainda existem Lojas Negras que poderiam fazer uso de informações importantes para os seus propósitos nefastos. Ao mesmo tempo em que um tempo de crises também tende a levar mais gente a procurar caminhos inovadores da espiritualidade, inclusive para efeitos estratégicos sociais ou ocultistas. O ser humano está muito alienado do poder espiritual. Mas os desafios crescentes do mundo podem pode ser motivo para a sabedoria voltar a buscar se empoderar.
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A Magia antiga pode se estabelecer porque era poderosa. Ela era evidente e tida como uma conquista da cultura, sendo útil para muitos, apesar dos malefícios também existentes da parte dos maus feiticeiros. Enfim, um risco a se correr em nome da evolução da consciência e da restauração dos valores da alma.
O fogo era uma grande conquista da humanidade. Mas certamente os magos da época descobriram formas de tummo ou aquecimento interior e não queriam que o uso do fogo exterior fosse abusivo, pois sabiam que este não era o verdadeiro caminho da evolução, e temiam que a tecnologia terminasse por destruir o seu mundo natural repleto de magia e de espíritos ancestrais. Os sábios sabiam como acalmar as feras e livrar-se de perigos. Sabiam com contornar a fome e o frio. Tudo isto eram poderes que julgavam ser a essência do destino e da missão da humanidade. O ser humano não precisava muito para chegar a esta vida e cada vez menos durante a sua existência. Preservar a vida natural representava no mínimo garantir o tônus moral da humanidade, que significa assegurar a simpatia pelos esforços dos magos.
Há muito que a humanidade convive portanto com este perigoso mito do progresso, separando as sociedades e determinando quais são superiores e quais podem ser subjugadas. É natural que a revolta e a indignação seja uma constante desde então, culminando em grandes guerras cíclicas.
Todos estes dramáticos acontecimentos históricos deveriam ensinar os líderes autocratas que a segurança dos seus impérios não está assegurada para sempre. Analistas avaliam que todas as condições para as grandes crises históricas da civilização começam a se reproduzir na atualidade, como despotismo, exploração humana, degradação ambiental e insegurança alimentar.
A única solução para isto está no próprio fomento da Sabedoria, para além das crenças simplória manipuladas pelos sistemas. A sabedoria representa uma resposta universal para a humanidade. É também a única forma de avançar na civilização com segurança. A sabedoria tradicional é a única que realmente conhece com profundidade as origens das mazelas humanas e a sua natureza. Apenas o consórcio entre uma espiritualidade solidamente enraizada nos céus com uma humanidade fiel às suas orientações, é que possibilita com que a tecnologia seja empregada com segurança e sobriedade. Ou como diziam os sábios: “Ciência sem consciência é apenas opressão, alienação e decadência.” Este pode ser então um dos cenários das guerras futuras, em busca de participação, de liberdade e de segurança no emprego das poderosas tecnologias hoje emergentes.
A Ciência afirma que 95% da realidade física é inapreensível ao ser humano. Pois isto vale também para o mundo espiritual. E é por esta razão que afirmamos que a verdadeira essência da cultura humana se faz no invisível. Não há civilização possível fora dos domínios do imponderável, senão o império da força e da barbárie. Cedo ou tarde os reinos da tirania são depostos em nome de algo melhor e mais justo.
LAWS, “A Doutrina Secreta Revelada”, Volume II, “Hierarquias Espirituais”.
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