Tem sido dito que a nossa espécie necessitará atravessar sete evoluções até alcançar a sua perfeição. Sabemos contudo que a espiritualidade prevê a liberação já na quarta etapa evolutiva, que corresponde à iluminação e à conquista da eternidade da consciência, ficando todo o resto como facultativo. Isto significa dizer que a evolução necessita não sete kalpas ou ciclos completos, mas apenas sete arcos hemiclos -a fórmula 3,5 de Kundalini tem relação exatamente com isto. À metade faltante podemos de certa forma associar à aproximação das Três Hierarquias Criadoras arúpicas (sem-forma) finais.
É por esta razão que poderíamos contar a evolução das humanidades em ciclos quaternários gerais e não através de setenários. Isto tem muito a ver com a forma de registro das gerações, que muitas vezes é feita com base nas idades reprodutivas -que é quando as gerações realmente se renovam- e não nos termos da sua longevidade. Este tema também foi abordado no Capítulo 4 mais acima, sob o ângulo dos Globos de evolução da nossa espécie. Atualmente achamo-nos no final do Quarto Globo do Quarto Esquema Planetária, o que significa até ir além da fórmula 3,5, o que poderia explicar as crises que assomam sobre o planeta desde o período do Neolítico. Provavelmente não seria exagero dizer que o Projeto da Civilização que ali começou a ser implementado, represente basicamente um esforço concentrado das Hierarquias para auxiliar a humanidade atual a transcender o mundo material de uma vez por todas...
Portanto atualmente neste final de Quarto Globo avançamos já para além da metade do necessário para alcançar tal liberação, quando como dizem os ocultistas a parte mais difícil terá ficado para trás. O próximo Globo deste Esquema Planetária seria o momento final desta transição, certamente já elevando a humanidade para outras esferas de Civilização.
Outras espécies humanas teriam já atravessado este processo dentro do nosso Sistema Solar. A espécie que nos teria precedido de imediato seria a Neandertal, que conviveu mais com os humanos primitivos que são os Cro-Magnon por um período de vida semelhante ao nosso de 200 mil anos ou mais.
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A “eterna evolução”
É claro que estamos aqui afinal diante de um quadro complexo que transcende a evolução do homo sapiens. Pesquisas recentes revelam que a interação sapiens-neandertal teria começado nas Montanhas Zagros, no Irã, entre 120 e 80 mil anos atrás, influenciando a herança genética moderna. O final deste convívio ostensivo durou até o começo da Revolução Cognitiva, que foi quando a forma do humano moderno também estava definida juntamente com a sua cultura. Há 25 mil os Neandertais já estavam se extinguindo na Península Ibérica - e quando se invoca esta região extrema da Eurásia, muitas vezes se está falando realmente do último refúgio de alguma população perseguida e em extinção.
De modo que temos estado em contato com esta e outras humanidades fazia tempo. Até agora existem evidências genéticas de que o Homo sapiens cruzou com o Homo neanderthalensis e o Homo denisovensis, mas pode ter havido outras evoluções avançadas que inclusive não se cruzaram com o sapiens. Então não há porque pensar que estas outras espécies tampouco tenham contado com Hierarquias espirituais avançadas nas suas bases, da mesma forma como contamos desde o começo do nosso registro evolutivo superior. Hoje sabemos por exemplo que boa parte da nossa cultura superior foi herdada dos neandertais ou foi com eles compartilhada.
Enfim se computamos o tempo necessário para a liberação espiritual de nossa humanidade em 250 mil anos -o “ciclo maior do Zodíaco” de que fala Alice A. Bailey como vimos no Volume 1 (“Cosmosíntese”) desta “Doutrina Secreta Revelada”, Capítulo 5-, então outras espécies humanas poderiam ter atingido este montante. Talvez tais humanidades tenham se extinguido naturalmente então, meramente deixando de procriar e outras causas mais ou menos naturais como fome e culturais como guerras.
Acontece que a nossa memória esotérica não limita a evolução divina ao período do atual Manvantara menor. Cada ronda teve os seus Kumaras e certamente também uns tantos avatares regulares. E o mesmo terá sucedido também com outras espécies anteriores. Portanto a nossa Pré-história pode estar recheada de deuses verdadeiros até mesmo nas humanidades não-sapiens.
Não temos ilusões portanto quanto à Civilização deste Manvantara menor ser realmente alguma forma de existência assim tão superior a qualquer outra que o ser humano tenha experimentado. Os métodos espirituais do passado podiam ser diferentes, mas nem por isso menos eficazes. Não afirmamos que esses métodos sejam muito conhecidos hoje, pelo contrário assistiríamos hoje muito mais a sua degeneração. Tudo caminha para a ideia de que a verdadeira Civilização moderna representa a própria Revolução Cognitiva atual, e todo o resto quase não passaria de simples nuances.
Seria certo porém que nenhuma destas humanidades anteriores da Terra alcançou o grau tecnológico e de civilização da humanidade atual, tal como tampouco se tem notícias de nada semelhante ou superior fora deste planeta. Sabemos hoje que a nossa situação cultural pode ameaçar o futuro de nossa espécie. Daí se pergunta: - Será que outras humanidades não mantiveram as coisas sob maior controle e alcançaram em seguida outras evoluções ainda mais avançadas, até mesmo em outros planos? Terá tal coisa sucedido realmente de maneira harmônica, ou se inventaram outras formas cármicas de auto-superação, como guerras e esgotamento ambiental?
Não duvidemos então que os tempos ainda venham a tratar a circunstância da nossa condição sem nenhum romantismo, mas apenas como mais uma fatalidade do destino. Não podemos afinal em nenhum momento deixar de considerar que vivemos atualidade uma civilização em rota de extinção, e não apenas enquanto tal, colocando em risco a própria sobrevivência da espécie humana e mesmo da vida do planeta em geral.
É mais ou menos inevitável que o aumento da inteligência traga também problemas ao lado de soluções dentro da esfera humana de ação. O ser humano talvez nunca tenha compreendido de fato as responsabilidades e as oportunidades que vem juntamente com sua evolução, e o quanto ele próprio está destinado a criar para si caminhos que transcendem muitas vezes as suas próprias expectativas.
Não obstante, a Revolução Cognitiva que o Homo sapiens conhece é aquela do Quarto Globo, quando a espiritualidade alcança um amadurecimento. Contudo outras humanidades foram além, o que significaria que administraram as coisas de maneira diferente -ainda que devemos compreender que aquelas evoluções estavam em outro contexto dentro do quadro maior da evolução planetária. A evolução atual está numa posição mais avançada no tempo, uma vez que ocupamos o Quarto Esquema Planetário do Sistema Solar. Existe portanto o peso de mais um Quaternário escatológico em vista, o que implica naturalmente em condições mais complexas para bem e para mal.
Deste modo, mesmo que outras humanidades possam ter alcançado a liberação nirvânica em sua própria evolução, isto não significa que esta liberação não fosse relativa e que estas humanidades não devessem voltar a evoluir em futuras Esquemas Planetários. Pois aquilo que elas esgotaram era apenas a cota evolutiva disponível num dado momento evolucionário.
Presumivelmente os expoentes das antigas espécies humanas também deverão estar encarnados na humanidade atual para enfrentar as novas crises planetárias. E essa seria uma das razões para ver tamanha população nos tempos atuais.
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As energias planetárias
Provavelmente energias que associamos a estrelas e planetas, codificadas em nossas astrologias a partir da ronda atual, estejam vinculadas a tais primitivas evoluções. Não estamos dizendo que as Plêiades produziram dinastias divinas em sua própria Constelação, e sim que a Terra gerou divindades em períodos simbólica, geográfica e cronologicamente associados às Plêiades, inclusive desde períodos muito antigos. O que impede afinal de se associar uma certa fração do campo áurico da Terra com uma dada Constelação posicionada em analogia numérica com esta camada evolutiva?! E o que me levaria a realizar uma tal associação cósmica? Talvez o desejo simultâneo de informar e de ocultar as últimas Verdades...
Tudo isto envolve também Cabala e Geometria sagrada, assim como Planos de energias. Então quando a humanidade vive uma certa energia, ela também facilita o contato com certas camadas profundas e ancestrais desta mesma energia. É preciso observar que os povos primitivos tiveram um relacionamento extremamente poderoso com as energias dos Elementos. Muitas vezes acessamos algo dos primitivos poderes através da sua forte magia, porém cedo surgiram também correntes superiormente orientadas, e isto adquiriu proeminência através dos sucessivos Globos de evolução, posto que na verdade tais conquistas espirituais estavam na base das suas Revoluções Gognitivas.
Com efeito poderia ser pedir demais apenas de nossa jovem humanidade sapiens a elaboração de potências cósmicas tão avançadas como aquelas que podem existir no Universo ou no planeta mesmo, incluindo as miríades de hostes angelicais existentes. Amiúde avaliamos a natureza dos Infernos como remontando em boa parte às primitivas etapas de formação da espiritualidade das espécies, então porque não atribuir a estas também uma contraparte generosa de forças espirituais positivas?! Mais ainda estas primitivas evoluções podem ter apenas contatado e ancorado egrégoras forâneas de nosso planeta que para cá vieram, como sugerimos no Capítulo 1.
Aquele ser humano primitivo esteve muitas vezes confrontado pelo dilema da morte, seja por questões naturais ou espirituais. Aquilo que ainda hoje vemos como um cerne das antigas culturas atlantes quanto às suas preocupações em relação à morte e à sobrevivência da alma ou da consciência, representou um objetivo também muito presente em toda a pré-história da humanidade. E as respostas encontradas em relação a esse problema capital foram várias, muitas vezes equivocadas e perigosas, mas também não raramente acertadas e luminosas. O resultado de tudo isto foi um quadro muito complexo de trabalhos com energias, tanto negativo quanto positivo. Inúmeros experimentos foram então realizados e muitas conquistas alcançadas, permitindo também orientar a humanidade por caminhos seguros e impedir longamente o seu decaimento no materialismo ilusório, através de distintos recursos inclusive mágicos.
Para aqueles que tem um pouco de fé não é difícil imaginar que estes antigos iniciados ainda se encontrem por aí em alguma parte, e com algum esforço até poderíamos nos conectar a eles para receber alguma orientação ou energia especial. Com efeito o período em que a espiritualidade tem governado a humanidade é realmente insondável. Tendemos a imaginar que o chamado “progresso” -materialmente entendido- apenas não aconteceu por falta de condições ambientais, quando na verdade a espécie humana tem sido diligentemente orientada pelos caminhos da natureza e da espiritualidade por seus guias e mentores, entre eles uma complexa rede de xamãs e de Hierarcas ainda mais elevados. Admitamos o quão desconcertante é reconhecer que a espiritualidade não é sequer um atributo das espécies mais evoluídas da humanidade, sendo possível encontrar indícios até mesmo entre primitivos hominídeos. E neste caso quando falamos de indícios, muito provavelmente se trata apenas da ponta visível de um iceberg de realidades ignoradas…
Neste aspecto é natural pensar que a atual Revolução Cognitiva representa apenas o momento em que um padrão superior de comportamento alcançou as sociedades humanas como um todo; contudo este modelo já terá sido desenvolvido previamente por indivíduos e por pequenos grupos mais ou menos isolados -e o isolamento sequer era um problema naqueles tempos de rala população humana, o que se reflete na raridade dos achados arqueológicos. Com isto tampouco seria fácil discernir através destes poucos achados a que altura este padrão pode ser realmente socializado, sem o auxílio de uma Cosmologia Esotérica como aquela que apresentamos. O certo porém em tudo isto é a percepção de que quanto mais sabemos, mais descobrimos o quão pouco ainda sabemos...
Assim, talvez o verdadeiro problema que se planteia para a Ciência atualmente em termos de paleoantropologia, seja descobrir quando aconteceu a primeira Revolução Cognitiva -no padrão que reconhecemos hoje- entre as sucessivas humanidades que já existiram no planeta. Pois quando falamos de 50 mil anos (em média) estamos tratando unicamente do homo sapiens sapiens, com todos os cruzamentos que teve com outras espécies aparentadas em suas primeiras etapas de evolução. Quando refletimos nesses termos de que as evoluções da própria Terra tenham podido produzir outras Hierarquias, fica tudo mais fácil de compreender e de aceitar. Pois quando ouvimos falar das grandes hierarquias angélicas e espirituais -como os Pitris, Kumaras, Agnishwatas e outras mencionadas pela Doutrina Secreta, assim como todas aquelas de que fala a Cabala e outras Tradições-, ficamos indagando amiúde qual a verdadeira origem destes grandes Seres, inclusive se pertencem realmente a este planeta ou não. Porém, diante da possibilidade da espiritualidade local poder ser muito mais rica e antiga do que imaginamos, sentimos então um alento de respostas aos nossos anseios e indagações.
O passado remoto da humanidade representa todo um universo profundamente imbuído pela magia no seu cotidiano. Ali ninguém podia duvidar da realidade da magia porque ela estava sempre presente de um modo ou de outro, e não havia como esquecer ou ignorar o assunto. Foi neste mundo que as forças espirituais começaram a ser organizadas.
É possível até que quanto mais mergulhamos nas profundidades do tempo, mais intensa seja a onipresença da magia. Está na hora pois de valorizar o nosso passado espiritual e também a longa história das espécies humanas que nos antecederam. A sua contribuição na formação das estruturas espirituais do planeta seria provavelmente inestimável, mesmo sem contar com qualquer sombra da chamada Civilização naqueles idos.
E que dizer dos vários Planos que constitui o nosso universo de evolução, até mesmo em vários níveis cósmicos? Será que isto existe em toda parte no Universo, ou representa apenas uma dádiva dos mundos mais organizados, como fruto de suas egrégoras acumuladas e energias espirituais vivas?! As humanidades de nosso planeta já terão atravessado muitos ciclos de evolução completa e finalmente se sedimentado em patamares superiores de consciência e energias não materiais. Se as pessoas querem saber o que a humanidade produz durante os Pralayas do mundo, talvez este seja justamente o maior produto da sua cultura interna ou espiritual.
Com efeito todas essas grandes Hierarquias angelicais -Tronos, Querubins, Serafins, etc.-, possuem o aroma de serem energias oriundas das profundezas de uma espiritualidade positiva da humanidade, até porque elas têm tido tempo suficiente para se fortalecer. Sabemos ademais que os Mestres da nossa própria humanidade possuem Seis Caminhos de evolução não-planetária, voltada justamente para os mundos angélicos e logoicos. Mas por que não pensar da mesma forma que o nosso belo planeta tem servido de refúgio para espíritos livres e poderosos que navegam pelo Universo, ou que até abandonaram os seus próprios planetas depois que eles se tornaram inviáveis? Esses espíritos valorizariam o nosso planeta e teriam boa vontade de ajudar aqueles que estão interessados em evitar os erros ocorridos em seus antigos planetas.
LAWS, “A Doutrina Secreta Revelada”, Volume II, “Hierarquias Espirituais”.
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