.
A Ciência separa hoje devidamente a existência do Homo Sapiens primitivo inculto, e do Homo Sapiens evoluído ou culturalmente “constituído”, nos termos de aquisição de linguagem, sociabilidade, religião, arte, etc. Nisto, o tempo de existência física do Homo Sapiens (500 mil anos) não tem maior importância na economia das coisas, e sim o tempo de sua existência consciente e evoluída, havida a partir do fractal -ou 10% do tempo total-, dos seus 50 mil anos finais, quando o Homo Sapiens adquiriu o comportamento atual (em termos gerais ou específicos). Os fractais-de-tempo são mommentuns de ativação e síntese das coisas, que remetem as realidades para uma nova dimensão, sendo tradicionalmente empregados nas Doutrinas do Tempo para delinear as transições das eras e das idades.
Não
seria difícil imaginar a longa transição que as espécies hominídeas e o próprio
homo sapiens primitivo, passaram no
amadurecimento da consciência sob o uso do seu livre-arbítrio crescente,
cometendo erros degenerativos de toda natureza até adquirir conhecimento das
conseqüências dos seus atos, e virem assim a definir padrões culturais mais
saudáveis. Mesmo entre os animais o cruzamento consangüíneo é degenerativo
(donde a gravidade do encerramento ambiental, isto é, da limitação da área de
expansão das espécies, coisa que apenas protela a sua extinção), e seguramente
não terá sido de uma hora para outra que se criaram as regras de parentesco, que
seguramente se acham nas bases do mal chamado “tabu do incesto”, onde a própria
Natureza induz à exogamia prevenindo contra o excessivo fechamento dos clãs.
Seguramente
o ser humano foi evoluindo aos poucos, mas cada vez evoluía mais e mais
rapidamente, acumulando experiências e informações, entre erros e acertos,
elegendo urgências e prioridades dentre as suas possibilidades. De outra parte,
não podemos desconhecer que estes esforços pela cultura e pelo domínio da
Natureza e das relações sociais, devam ter resultado no crescimento das
faculdades internas do ser humano, como a mente e a imaginação, e até mesmo
certos poderes subjetivos, para não falar na sua crescente capacidade verbal.
Havia traços de religiosidade nos hominídeos primitivos, verificados pelas
formas de enterros rituais.
Tudo isto é mais ou
menos, pois, como um indivíduo que passa boa parte de sua vida na ignorância
das coisas espirituais, até que em algum momento ele por alguma razão desperta
para a Verdade. A Tradição de Sabedoria considera este despertar como um
nascimento espiritual, e sua verdadeira evolução para a luz começa a contar
somente a partir dali, tal como no tempo que demandará para alguém alcançar a
iluminação ou aprender uma profissão mais sofisticada.
A Tradição reza que “no começo
era o Verbo”, e isto vale pois também para a circunstância na qual o Homo
Sapiens começou a falar e a
manifestar os seus outros traços culturais principais, como o canto, a ordem
social e a religião. O fogo, contudo, já estava sob o domínio do próprio homo erectus há mais de dois milhões de
anos, sendo um dos elementos cruciais desta evolução.
Ora, Homo Sapiens significa
“homem que sabe”, e aquele Homo Sapiens que vivia num virtual estado de caos,
sequer pode ser realmente considerado um “homem que sabe”, apenas uma forma
potencialmente apta e dotada de um ser embrionário, sendo preparado para que,
em algum momento, houvesse este despertar superior.
Neste ínterim, o primitivo Homo
Sapiens foi simplesmente abrindo o caminho para a sua sobrevivência física,
pois através dos seus traços de caráter próprios, como sua inteligência e
cultura seminal, tratou basicamente de sobreviver disputando o seu espaço no
cenário planetário então existente, onde deveria conviver com os outros
hominídeos então existentes, e aos quais na verdade trataria de dar extinção.
Nesta luta pela sua supremacia, onde ele ainda sequer sabia de fato falar,
também terminou por desenvolver capacidades superiores de organização social,
religião definida, linguagens e símbolos culturais, resultando na cultura
nômade-xamanista original do homem.
E depois disto, coroando esta
sua nova condição, existe o atual Homo Sapiens Sapiens (12 mil anos, já no
atual Manvantara ou “quarto sistema solar” –ver adiante), que é aquele “homem
que sabe que sabe”, o ser humano consciente de si mesmo que necessita organizar
um modo de vida sedentário com uma economia mais específica para alcançar se
sustentar e não depender do meio ambiente em demasia, e que define uma religião
superior para as verdadeiras coisas da alma, apurando ademais a ciência e uma
tecnologia para atender as suas necessidades, que conhece os ciclos da natureza
e os seus próprios ciclos, e que leva uma vida familiar com regras especiais de
harmonia e saúde. Este é o “homem verdadeiro” de que a Teosofia afirma existir
a partir da raça ou cultura atlante, e que prevalece neste quarto arco da
evolução cósmica humana (ciclos de 12 mil anos, ditos Manvantaras e Pralayas),
onde o homem alcança experienciar as verdadeiras coisas do coração.
Podemos através disto, esboçar
o seguinte quadro da evolução superior do ser humano ou do Homo Sapiens, com
seu traço cultural mais avançado:
a. 50 mil à 36 mil anos (1º
Pralaya) ....... Homo Sapiens físico ou “Mineral” (necromancia)
b. 36 mil à 24 mil anos (1º
Manvantara) .... Homo Sapiens psíquico ou “Vegetal” (animismo)
c. 24 mil à 12 mil anos (2º
Pralaya) ....... Homo Sapiens mental ou “Animal” (xamanismo)
d. 12 mil à Atualidade (2º
Manvantara) .. Homo Sapiens intuitivo ou “Humano” (religiosidade)
Cada evolução cósmica é
composta, pois, por uma destas rondas de 12 (ou 13) mil anos. Com o fim da
ronda atual, ao cabo da Nova Era, se conclui a evolução do homem-humano, e
passamos a aurir de evoluções superiores, como aquelas que os mestres mesmo têm
experienciado.
Tais rondas de evolução são
chamadas simbolicamente de “sistemas solares”, porque envolvem arcos-de-tempo
com seis Eras astrológicas, contendo os completos grupos “setenários” de
regências planetárias dos signos astrológicos.
Abaixo, temos uma disposição das
quatro rondas acumuladas, sobre o símbolo do “Infinito”.
“As
Quatro Divisões da Eternidade”
Alguns poderiam querer chamar de “raças”, a isto
que a Ciência designa por “subespécies”. Todas estas divisões aportam algumas
características físicas, até mesmo as sub-raças. As raças comportam iniciações
verdadeiras da evolução humana, não obstante coletivas. Esta é uma
característica das últimas rondas.
No diagrama abaixo, usamos o símbolo do Tao para
designar a evolução da espécie Homo Sapiens. As duas subespécies originais são
os Ying e Yang extremos e periféricos, pois certamente eram ainda primitivas e
pouco desenvolvidas. Mas as duas subespécies recentes, são os Ying e Yang
equilibrados e centrais –com todos os relativismos que se possa atribuir ao
tema.
Cada tríade racial ocupa um arco mundial,
determinando um degrau na evolução da espécie. São assim como os
alinhamentos-de-consciência da Árvore Sefirótica, ou mesmo como os Quatro
Elementos, porque todas estas realidades se acham triplicemente constituídas.
Na Árvore abaixo, temos as rondas & espécies elementais, onde a Quarta
Ronda (que é a atual) se acha todavia em formação (faltando apenas dois mil anos,
da Era de Aquário), e pelo fato do Quarto Elemento (Fogo) não estar ainda
totalmente acessível ele é designado como “Mônada” (Ain, na Cabala). É claro que este símbolo vale também para a
evolução das raças-raízes e do ser humano atual.
Incluímos acima as Hierarquias espirituais
originárias de cada uma destas rondas, e que vem evoluindo deste então,
acumulando as suas iniciações e facilitando a sua evolução em cada nova
encarnação. O precursor Sanat Kumara veio na aurora da quarta ronda,
relacionada ao quarto planeta ou Vênus, razão pela qual a Teosofia Esotérica
afirma ter vindo ele daquele planeta (ou esfera astrológica).
Falamos acima do TAO, mas também a TAU e em
especial a Cruz Ansata se refere ao tema, onde a argola é a Mônada ou a
subespécie atual e os três braços as outras subespécies, sendo o pé da cruz a
subespécie anterior. Valeria também uma associação do tema com o divino tetragrammaton IHVH e seus atributos,
como se nota.
Cada ronda possui uma estrutura complexa de
tempo, porém exaltando aquela que é mais afim com o seu próprio arquétipo
matemático. A compreensão das divisões do tempo é coisa complexa que desafia
todo aquele que busque analisá-la; por isto o leigo ou o novato cometem tantos
erros ao tentar avaliar os ciclos e os sub-ciclos da evolução, e toda espécie
de confusão impera ali; ademais, e em parte por isto mesmo, as formulações
dadas não costumam ser claras e nem precisas, de forma intencional ou não.
Evolução
espiritual das subespécies
Não
podemos nos furtar ao fato, sempre entrevisto em nossas formulações, de que a
terceira ronda culminou com a terceira iniciação do centro “semi-autodidata” da
Hierarquia, compondo assim o amadurecimento das práticas xamânicas através da
iniciação solar. E que a quarta ronda culminará na Nova Era com a evolução
quaternária do centro não-autodidata da Humanidade, determinando o
amadurecimento do discipulado na conquista da iluminação grupal.
Deduz-se
desta forma, e por todos os ângulos de aproximação, que a segunda ronda
culminou com a segunda iniciação daquela subespécie, na busca de um culto que
valorizasse a socialização, a família e a natureza; e que a primeira ronda
culminou com a primeira iniciação de sua própria subespécie, pelo despertar
original para o sentido de espiritualidade, a saúde e o espírito de clã;
socializando assim no decurso destes longos ciclos, a cultura que alguns
pioneiros ousaram entrever nas suas fundações e a espiritualidade que
alcançaram despertar nas suas origens.
E a
próxima ronda, será aberta por um reino que culminará cinco iniciações,
valendo-se para isto dos ciclos de 2,5 mil anos que pautam os hemi-ciclos
raciais regidos pelos futuros dasavatares de Vishnu ou pelos Manus raciais.
Reunindo
estes dados, temos a fórmula 1-2-3-4 da Tetraktys
pitagórica, remetendo às dez (que é o número do Logos) iniciações que algumas
escolas atribuem à Hierarquia Planetária, por vezes com variantes de nove a
treze graus (ver mais detalhes em "A evolução racial nas Rondas"). Pois tal fórmula deve conviver especialmente com aquela de 3x4
graus antes entrevista, onde a solução se dá nos planos de consciência, através
dos diferentes reinos e até na chamada iniciação simbólica.
Tal coisa se reflete no número de avatares havidos em cada
ronda, razão pela qual a Quarta Ronda foi aberta pelos Quatro Kumaris. Ademais, o ritmo
crescente da evolução da cultura sugerido pela Tetraktys, reflete a aceleração das coisas que podemos observar na
evolução humana. A incipiente condição cultural dos primórdios, atesta que
naquele começo tudo era mais lento e estável. Temos hoje bem claro que a
evolução caminha numa espiral concêntrica (coisa que se reflete na questão das
iniciações, pois o ser humano conta com mais energia subjetiva), fruto da
organização da cultura humana. A Noosfera de Vernadsky é, pois, uma realidade
crescente, que demanda não obstante ser também progressivamente qualificada.
Nisto, é possível observar que as Doutrinas Hindus do Tempo, também empregam a fórmula da Tetraktys, ainda que invertida. Ocorre que o tempo das iniciações é inverso ao grau das iniciações, dada a aceleração natural das energias, nestes termos:
Nisto, é possível observar que as Doutrinas Hindus do Tempo, também empregam a fórmula da Tetraktys, ainda que invertida. Ocorre que o tempo das iniciações é inverso ao grau das iniciações, dada a aceleração natural das energias, nestes termos:
1ª iniciação: 4 “tempos”
2ª iniciação: 3 “tempos”
3ª iniciação: 2 “tempos”
4ª iniciação: 1 “tempo”
Ou seja: na
iniciação, a energia e o tempo são coisas diametralmente opostas. Por exemplo:
a primeira iniciação tarda ao menos quatro tempos (anos para os humanos, raças
para os Logos planetários, rondas para os Logos solares), e a quarta iniciação
tarda apenas um tempo. Tal coisa sugere o quanto certas formulações, podem chegar a
ser altamente simbólicas.
Tratemos então de observar as opiniões de algumas respeitadas “autoridades” ocidentais. Inicialmente, René Guenón “limpa” totalmente o quadro, quase até ao exagero, dir-se-ia, pese merecer respeito a sua visão arguta de sempre:
Blavatsky
comenta ademais a pertinência em converter esta cifra maior em
“anos lunares”. Divididos 4.320.000 por 12
(para ter um valor mais regular) ainda resulta 360.000, o que somente pode
valer para o “velho” homo sapiens primitivo. Porém, 432.000/12 = 36.000, um ciclo
interessante para a evolução moderna do homo sapiens.
Tratemos então de observar as opiniões de algumas respeitadas “autoridades” ocidentais. Inicialmente, René Guenón “limpa” totalmente o quadro, quase até ao exagero, dir-se-ia, pese merecer respeito a sua visão arguta de sempre:
“... quanto às
cifras indicadas em diversos textos para a duração do Manvantara, e como
conseqüência para a dos Yugas, deve ficar claro que de modo algum há que
considerá-las como se constituíssem uma ‘cronologia’ no sentido corrente da
palavra, querendo dizer como se expressassem números de anos de dever-se-ia
tomar ao pé da letra; por isto, ademais, certas aparentes variações nestes
dados não implicam, no fundo, nenhuma contradição real. O que de modo geral
deve-se considerar em tais cifras é somente 4320, pelo motivo que vamos
explicar na continuidade, e não os zeros mais ou menos numerosos de que vai
seguido, e que inclusive podem estar destinados a, sobretudo despistar a quem
queira entregar-se a certos cálculos.” (René Guenón, em “Formas Tradicionais y
Ciclos Cósmicos”, pgs. 19/20).
Vale notar que este número equivale à quantidade de ashramas (as etapas-de-vida da sociedade hindu) atribuídos às castas, posto que há muito os Sudras não tem tido mais direito a nenhum deles,
quando na verdade o primeiro estágio de estudante (Brahmacharya) deveria lhes ser acessível -ver nossa obra “Brahmanismo - a síntese social", Ed. Agartha.
Ao contrário de Guenón,
H.P.Blavatsky tinha certo apreço por números amplos, porém, ela também dá
testemunho de ciclos que podemos aqui trazer (432.000 anos) através dos
sistemas caldeus do tempo, porquanto 500 mil anos é a idade do homo sapiens primitivo:
“(...) todos os eruditos sabem,
sem dúvida, que os caldeus reivindicavam, para suas Dinastias Divinas, os
mesmos números dígitos (432) ou 432.000 que os hindus assinam ao seu Mahayuga,
ou seja, 4.320.00" (“A Doutrina Secreta”, tomo II, pg. 368, nota 25).
Blavatsky
comenta ademais a pertinência em converter esta cifra maior em
“anos lunares”. Divididos 4.320.000 por 12
(para ter um valor mais regular) ainda resulta 360.000, o que somente pode
valer para o “velho” homo sapiens primitivo. Porém, 432.000/12 = 36.000, um ciclo
interessante para a evolução moderna do homo sapiens.
O registro de 50 mil anos atribuído ao homo sapiens evoluído, não dista do cômputo de 43,2 mil anos (como
fractal de projeções deste valor) praticado em certas tradições astrológicas, e
analogamente com a Doutrina do Manvantara, cujas Idades estão estruturadas
sobre o decimal ou a Tetraktys. Sua
projeção em milhões de anos, serve ademais para o registro da evolução
biológica dos hominídeos. Tais coisas devem ser consideradas uma confirmação dos
nossos postulados.
Estas seriam as divisões dos Yugas
neste ciclo:
4 x 4.320 =
17.280 anos: Idade de Ouro
3 x 4.320 =
12.960 anos: Idade de Prata
2 x 4.320 =
8.640 anos: Idade de Bronze
1 x 4.320 =
4.320 anos: Idade de Ferro
Total .........
43.200 anos: o “Manvantara”
Cada
“fractal” de 4.320 anos –chamado comumente de “Eras caldaicas”- corresponde a duas Eras astrológicas (2.160 anos
cada Era), o que resulta por sua vez similar à leitura árya paralela das raças
de cinco mil anos, divididas em semi-eras raciais de 2.500 anos, reguladas por
Manus raciais, mais ou menos como ensina a Teosofia. De fato, os ciclos de 4.320 anos depreendidos
da Doutrina do Manvantara, são até mais interessantes para aferir as divisões
das raças nesta distribuição espiral do tempo, do que os ciclos de cinco mil
anos das “Eras solares” comumente relacionados às raças (ver mais em “A Evolução racial nas Rondas”). Esta espécie de ciclo também é significativo por
evocar reflexos nos ciclos maias dualistas, a exemplo do baktun de 400 anos (ver
mais sobre as “Eras caldaicas” em “A Ciência e as Raças-raízes – descerrando osvéus”).
A extensão das raças verificada nesta concepção vinculada às
Idades (que representa apenas uma das abordagens da evolução das coisas), se
reflete na idéia tradicional da longevidade humana havida nestas raças. No
Oriente se diz que nas idades originais o ser humano vivia muito mais e que,
com o avanço das coisas, isto foi decrescendo. Dir-se-ia, por analogia, que o
“humano de ouro” viveria até 173 anos, o “humano de prata” viveria até 130
anos, o “humano de bronze” viveria até 84 anos, e o “humano de ferro” viveria apenas
até 43 anos (esta parca longevidade do Ferro, tem sido verificada em sociedades
rústicas mais ou menos recentes). Na Bíblia nós encontramos uma idéia
semelhante, porquanto se atribui aos primeiros patriarcas uma excepcional
duração (em torno de todo um milênio por vezes, apesar da Queda do Homem e da
“maldição da morte”, coisa que não obstante tem sido atribuída por muitos
autores à duração de clãs inteiros), o que vai decrescendo com o passar do
tempo (já o “abençoado” Enoque teria vivido apenas 365 anos, o que representa
um ciclo astrológico conhecido e a projeção do ano solar), até que após o
Dilúvio as coisas são fixadas em 120 anos, que não deixa de ser um fractal da
ronda (12.960 anos), naquele momento que ademais corresponde à Atlântida, há
uns 12 mil anos atrás precisamente, e que confirma os potenciais da duração do
organismo humano na visão da Ciência atual.
4 x 4.320 =
17.280 anos: Idade de Ouro
3 x 4.320 =
12.960 anos: Idade de Prata
2 x 4.320 =
8.640 anos: Idade de Bronze
1 x 4.320 =
4.320 anos: Idade de Ferro
Total .........
43.200 anos: o “Manvantara”
Cada
“fractal” de 4.320 anos –chamado comumente de “Eras caldaicas”- corresponde a duas Eras astrológicas (2.160 anos
cada Era), o que resulta por sua vez similar à leitura árya paralela das raças
de cinco mil anos, divididas em semi-eras raciais de 2.500 anos, reguladas por
Manus raciais, mais ou menos como ensina a Teosofia. De fato, os ciclos de 4.320 anos depreendidos
da Doutrina do Manvantara, são até mais interessantes para aferir as divisões
das raças nesta distribuição espiral do tempo, do que os ciclos de cinco mil
anos das “Eras solares” comumente relacionados às raças (ver mais em “A Evolução racial nas Rondas”). Esta espécie de ciclo também é significativo por
evocar reflexos nos ciclos maias dualistas, a exemplo do baktun de 400 anos (ver
mais sobre as “Eras caldaicas” em “A Ciência e as Raças-raízes – descerrando osvéus”).
A extensão das raças verificada nesta concepção vinculada às
Idades (que representa apenas uma das abordagens da evolução das coisas), se
reflete na idéia tradicional da longevidade humana havida nestas raças. No
Oriente se diz que nas idades originais o ser humano vivia muito mais e que,
com o avanço das coisas, isto foi decrescendo. Dir-se-ia, por analogia, que o
“humano de ouro” viveria até 173 anos, o “humano de prata” viveria até 130
anos, o “humano de bronze” viveria até 84 anos, e o “humano de ferro” viveria apenas
até 43 anos (esta parca longevidade do Ferro, tem sido verificada em sociedades
rústicas mais ou menos recentes). Na Bíblia nós encontramos uma idéia
semelhante, porquanto se atribui aos primeiros patriarcas uma excepcional
duração (em torno de todo um milênio por vezes, apesar da Queda do Homem e da
“maldição da morte”, coisa que não obstante tem sido atribuída por muitos
autores à duração de clãs inteiros), o que vai decrescendo com o passar do
tempo (já o “abençoado” Enoque teria vivido apenas 365 anos, o que representa
um ciclo astrológico conhecido e a projeção do ano solar), até que após o
Dilúvio as coisas são fixadas em 120 anos, que não deixa de ser um fractal da
ronda (12.960 anos), naquele momento que ademais corresponde à Atlântida, há
uns 12 mil anos atrás precisamente, e que confirma os potenciais da duração do
organismo humano na visão da Ciência atual.
As diferentes
datações do Homo Sapiens, que faz algumas décadas lhe atribuíam 30 mil anos,
depois 50 mil anos e hoje até 500 mil anos, reflete seja a capacidade técnica
da Ciência em avaliar os fatos, como o avanço da percepção moderna sobre as
sutilezas relativas às transformações das culturas primitivas. A busca das
verdades finais sobre tais evoluções, será uma tarefa conjunta da lógica e da
analogia, da ciência e da filosofia.
Ademais,
muito do que vale para tais subespécies, serve também para as raças-raízes da
ronda atual. Daí a facilidade da confusão.
a. A Primeira Subespécie (52 mil anos a 36
mil anos): o Paleolítico
Pode-se
estimar assim, que a primeira subespécie teve o dom de reorganizar a vida
material da humanidade, a questão da saúde física, a disciplina social e a
ordem mental, pela racionalização da economia. E mais que tudo, a fantástica
revolução que representou a aquisição da linguagem, para cantar e nomear as
coisas, aprimorando desta forma a capacidade da memória e da visualização.
Há 50
mil anos, o ser humano despertava para a primeira e a mais elementar das
funções do Verbo: a palavra emitida. E que naturalmente nasceu imbuído de
altíssimo poder, dado inclusive o inédito da questão. Nomear algo, era invocar
e até certo ponto controlar as coisas. Conferiu-se à palavra um conteúdo
mágico, coisa que logo se estenderia à representação gráfica e à gestualística.
As
primeiras inquietações espirituais humanas, teriam já se debruçado em torno do
problema da imortalidade da alma. Entre os Homo Sapiens, tem-se o registro de
enterros com objetos a partir de 60 mil anos atrás, ainda no Paleolítico. As
primeiras respostas para os dilemas da morte, passaram então pela prática da
mediunidade e da necromancia, trazendo conforto para os familiares e outorgando
poder divinatório aos sacerdotes.
Alguns
arqueólogos também apontam ali as primeiras formas de totemismo ou culto e
adoração de animais, próprios do xamanismo.
Nisto,
o Homo Sapiens terá se beneficiado da influência cultural do Homem de
Neandertal (300 mil a 30 mil anos), uma subespécie da Família Homo (ou do
próprio Homo Sapiens primitivo) que detinha uma avançada veia cultural, apesar
das limitações de sua fisiologia para certas finalidades. Contra este, o Homo
Sapiens “verdadeiro” alcançaria melhor capacidade de verbalização, maior
mobilidade e teria buscado uma maior variedade nutricional.
A caça
terá sido, seguramente, um dos primeiros elementos basilares da economia
humana. Então o ser humano tratou de investigar e de organizar este
conhecimento, compreendendo os ritmos e os costumes dos animais, fazendo disto
uma de suas ciências originais. Trataria assim de acompanhar -literalmente- as
migrações sazonais das manadas, dos bandos e dos cardumes. Esta é uma das
grandes razões do nomadismo primitivo, quando o ser humano estava aprendendo as
suas primeiras lições vitais com a Natureza.
Este
foi um período patriarcal de organização da sociedade humana, de redefinição da
cultura do Homo Sapiens, de muitas guerras para afirmar a supremacia da espécie
e a conquista do território. No seu final, destacou-se a superstição, as
guerras intestinas e o abuso da autoridade.
É
possível que ainda existam povos que remontem a estas origens. Pesquisas
recentes provam que as etnias “San” (acima), somando hoje mais de dez mil indivíduos
divididos por todo o Continente africano, tema sua cultura data em cerca de 44
mil anos, semelhante portanto à do Homo Sapiens europeu.*** São chamados de
“bosquímanos” porque ainda hoje caçam e colhem nos bosques.
b. A Segunda Subespécie (36 mil anos a 25
mil anos): o Mesolítico ****
Esta segunda subespécie, será dotada já de uma
sensibilidade especial, para contrabalançar e contrastar com os excessos
verificados no ocaso da evolução anterior, de afirmação do poder bélico e
abusos contra os direitos da mulher e da unidade familiar. A nova subespécie
terá como tarefa pétrea desenvolver tal sensibilidade, em nome da sobrevivência
da espécie, fomentando a paz, harmonizando a família e preservando o meio
ambiente, coisa que seria naturalmente estruturado através do matriarcado e na
defesa da unidade familiar. Antecipando a cultura atlante, se ampliou o uso de
vegetais na alimentação, através de uma protoagricultura silvícola.
As
representações rupestres mais antigas conhecidas datam em cerca de 40 mil anos.
Mais exatamente, situa-se o seu começo no Período Aurignaciano, datado entre 34.000 a .C. e 23.000 a .C., o que
corresponde com exatidão à cultura desta segunda subespécie. Consta que o Homem de Neandertal, extinto em
torno de 30 mil a.C., já empregava cores e tons nas pinturas rupestres.
A estatuária que mais se destaca neste período é
o das deusas, da Grande Mãe ou da Mãe Terra, denotando o culto à fertilidade e
ao feminino resultante da cultura matriarcal dominante. A
fertilidade foi vista como um bem para a geração do poder social e a dominação
da espécie humana sobre a Terra, mais ou menos nos termos do Genesis posterior.
O valor feminino se assomou na religião e as primeiras pitonisas vieram à luz,
criando oráculos primitivos ligados aos cultos dos elementos naturais.
Organizou-se o culto à Deusa e aos Elementos da Natureza nas florestas, com
rituais de fertilidade elaborados.
Vênus de Willendorf,
Áustria, em torno a 25.000 anos
Considerada como “o primeiro registro de um sentimento
religioso ou de divindade”, esta
devoção ao feminino representaria então um símbolo de cultura, de sensibilidade
e de evolução, em contraste com os ideais guerreiros e materialistas da
subespécie anterior. Raramente se desenharam ou representaram
formas masculinas, pois a arte estava destinada ao culto ou ao controle das
coisas, senão para eventuais efeitos de guerra, coisa que não obstante parace
ter sido mais comum a partir da Idade dos Metais (ou de Bronze) ou durante a
raça árya.
Como
aquele ciclo do mundo foi um Manvantara (ou “Dia de Brahma”), onde predomina a
exteriorização da consciência, a organização da vida material pode receber um
avanço significativo. Tudo isto culminou numa cultura de domesticação da vida e
de superstição sob o poder das pitonisas, que já vinham sendo cooptadas pra
manipular as sociedades de então. Em meados deste período, o arqui-inimigo dos
Homo Sapiens, que era o Homem de Neandertal, já havia sido extinto pelos
humanos, e a espécie humana finalmente dominava soberana sobre a Terra...
Porém,
já para o final do ciclo, os recursos alimentares começaram a rarear e o culto
à fertilidade passou a ser considerada um risco para a segurança da espécie.
Também em função disto, aumentou a rivalidade entre os clãs e se começou a
disseminar uma proto-propriedade através do controle à zonas dominadas por
clãs, de modo que apenas se poderia ter acesso caso a pessoa também fosse
dedicar-se aos cultos locais e servir aos interesses dos seus detentores, na
guerra e na paz.
c. A Terceira Subespécie (25 mil anos a 13
mil anos): o Neolítico
Aqui já
nos aproximamos dos tempos modernos, conhecidos e familiares, onde o ser humano
alcançou um novo momento no uso da mente, sentindo a necessidade de racionalizar
a sua economia e repensar a sociedade.
No
campo da cultura, se determinou uma busca renovada pela espiritualidade, a fim
de refinar de uma forma mais decisiva a cultura e diversificar as atividades
sociais, levando tudo isto à primeira grande codificação do xamanismo. Por se
tratar de um Pralaya (a “Noite de Brahma”), a espiritualidade e a relação com a
Natureza se mantiveram privilegiados.
Esta é a cultura que originará a Hierarquia
espiritual dos atuais Mestres ascensos, que começaram a sua evolução naquele
período, onde também começaram as primeiras raças, das quais os maiores
expoentes são realmente estes mesmos Mestres.
Na
economia, com o controle crescente das áreas naturais pelos clãs, se voltou a
valorizar a caça, que afinal costuma migrar e ser extraterritorial. Por esta
razão, nas chamadas artes, acentuam-se as representações animais de cunho
mágico-ritualístico, seja pelo culto espiritual ou pela necessidade da caça. As
exímias pinturas de Lascaux, França, datam de 17 mil anos. Desenhar era um ato
mágico de controlar o espírito de um ser ou um animal, dos quais dependiam para
o seu alimento.
Cena de
caça, Argélia, Neolítico
Deveria
regular as suas atividades para que não faltassem na sua sobrevivência, já que
a caça começava realmente a escassear então. O ser humano dependia da caça, da
pesca e da coleta, porém era a caça que fornecia o maior número de recursos,
seja para o vestuário, os objetos úteis ou adornos.
d. A Quarta Subespécie (13 mil anos à
Atualidade): a Idade de Bronze
Alcançamos aqui o período atual,
que também é um manvantara, favorecendo assim a organização da sociedade e a
criação da civilização.
Aqui temos também a época das migrações pró-americanas, por
várias direções, conformando os povos ameríndios, pois a evolução não se dá de forma homogênea em toda parte, antes havendo certa alternância de culturas entre os hemisférios.
Com o avanço da dizimação das
espécies naturais e a volta do interesse na Natureza, o ser humano finalmente
passou a adotar a agricultura sistemática e a sedentarização, surgindo daí as
primeiras tribos e aldeias. O fomento da agricultura exigiu apurar os
conhecimentos de astronomia, estimulando a criação de técnicas de observação do
céu.
Contudo, como se trata de um ciclo
quaternário, sucedeu o fomento da religiosidade, de modo que as primeiras
manifestações espirituais serão voltadas para a edificação de templos, que se
destacam em meio à Natureza enchendo os olhos daqueles que vivem em choças
humildes. Um dos exemplos disto é o complexo de Goblekli Tepe, no Sul da
Turquia, datada em cerca de nove mil anos. Tal coisa sugere que a ritualística
teve um novo incremento neste período humano.
Gobekli Tepe
(reconstrução visual: National Geografic)
Tais atributos definem especialmente a chamada
“cultura atlante”. Consta
que o Período Magdaleniana, entre 15.000 a.C. e 9.000 a.C., marcou
o auge da arte rupestre, pela diversidade de representações, destacando agora o
simbólico e o abstrato. Esta foi uma transição para a ronda atual.
A cultura atlante volta-se para a magia e o
naturalismo, retomando certos ideais do primeiro manvantara, resultando na difusão
religiosa e depois no fomento das guerras tribais.
A partir de 5 mil a.C, que é a verdadeira Idade
dos Metais, teve início a cultura da raça árya, com a elaboração das
verdadeiras cidades, e que retoma certo ideal bélico mas determina um avanço na
civilização, especialmente no campo da ciência e da técnica, além de fomentar a
ideologia do universalismo e dos saberes abstratos como nas matemáticas.
Nos tempos atuais, de final do ciclo áryo, temos
o domínio da indústria e do capitalismo. Contudo, novos paradigmas se anunciam
para abrir um outro ciclo de civilização, de retomada de ideais femininos e
espirituais, porém ministrados com o uso da razão e da ciência.
*
Ver também “A Evolução da Vida e da Humanidade nas Escalas Maias deTempo”.
** Como veremos, a Ciência hoje
chega a falar até de 500 mil anos para o homo
sapiens, mas sob
variantes comportamentais, e raça-raiz é acima de tudo modelo cultural, pelo bem da boa ciência e filosofia. O homo
sapiens com comportamento semelhante ao atual não excede 50 mil anos, o resto
são datas especulativas dos místicos sujeitas a véus e a chaves, sem qualquer
base científica. O que buscamos hoje é “a síntese entre ciência, religião e
filosofia anunciada pela Doutrina Secreta”, todavia já sem véus realmente.
***
Cf. http://www.publico.pt/ciencia/noticia/a-cultura-moderna-nasceu-em-africa-ha-44-mil-anos-1557125
****
Estes classificações nem sempre são unânimes, e Mesolítico (divisão que nem
todos usam) costuma se “fundir” com Neolítico, razão pela qual adotamos esta
forma.
.
Conheça o grupo “TEOSOFIA CIENTÍFICA - AS SETE CHAVES DO SOL” no Facebook
.
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