É um fato científico e historicamente notável, que cada nova época do mundo é alicerçada por uma dada categoria social em ascensão. As Quatro Idades do Mundo, por exemplo, estão diretamente relacionadas às quatro castas ou classes sociais principais. O mesmo se pode dizer das próprias raças-raízes e ciclos civilizatórios da humanidade.
O ensinamento do vínculo entre classes sociais e iniciações, não deixa de ser coisa aparentemente rara na História, por ser uma idéia muito pura e elevada. Com efeito, de uma forma mais destacada, tem-se o registro do varnashramadharma do Brahmanismo, que significa “lei das classes cíclicas”, representando isto a própria essência da mobilidade social procurada pelos sociólogos. Visando isto, se tratou de organizar ambientes especiais (ashramas) para a plena experiência das classes (varnas). Infelizmente, estas classes deixaram a certa altura de ser cíclicas e viraram castas-de-nascimento (jativarna), mas este talvez tenha sido o preço para se preservar ao menos alguns traços desta soberba lei de evolução social.
Na sua origem, as castas foram estabelecidas pelo Manu, o mentor social, como parte de seu próprio corpo social, adquirindo assim conotações sagradas. Pode ser coisa pouco conhecida a profunda preocupação sociológica dos Mestres, mas isto é o que realmente acontece, conhecedores como são da natureza das coisas, e inclusive ao nível dos avatares ou da divindade, especialmente naquela categoria denominada Manus, “mentores”, e nas suas congêneres nas diversas tradições do mundo, como são os Budas Dhyani, os Avatares Surya e os Cristos Pantocratores.
Não se trata, todavia, aqui, de tomar realmente partidos classistas, porque os mestres e a divindade estão além das divisões de toda a natureza. Se trata, isto sim, de estimular a energia da renovação e da evolução espiritual, representada a certa altura através de uma dada natureza espiritual e cultural, que deve se organizar e manifestar grupal ou socialmente para alcançar promover as mudanças que o mundo necessita. A chave da evolução social, está na própria condição espiritual em evolução das sociedades.
Na fundação das religiões, tem sido possível notar uma vinculação especial entre castas e dharmas. O ensinamento do avatar Krishna teve uma marca aristocrática notória, própria à fundação de uma raça-raiz assim definida como foi a árya. Atingiu com isto, ao mesmo tempo, as classes daquele período inicial da civilização. Com isto, este avatar solar pode estimular uma difusão universal da luz em sua época.
Já Jesus e Buda, que vieram como avatares Chandra ou lunares, num momento interno desta raça, trataram de falar àqueles para quem a espiritualidade é uma realidade mais subjetiva, atingindo assim também as classes materialistas, mais dispostas a viver a vida do espírito apenas como algo mais interior, além de contarem por isto mesmo com o recurso externo da salvação através da fé e da consagração das obras propriamente materiais.
A evolução humana: o custódio da Hierarquia
Assim, existe sempre um canal de comunicação direto entre certas Hierarquias e algumas classes. Podemos, na verdade, determinar a evolução das classes através das raças, sob a coordenação espiritual das Lojas da Hierarquia manifestadas em cada raça-raiz, a partir da chegada de Shambala, como abaixo se demonstra.
Raça-raiz/Nome ............. Loja ......... Iniciação ..... Classe Humana ... Iniciação
3ª Raça-raiz/Lemuriana ... Shambala .... Terceira ........ Proletariado ......... Primeira
4ª Raça-raiz/Atlante ........ Ibez .......... Quarta .......... Burguesia ............ Segunda
5ª Raça-raiz/Ariana ......... Agartha ...... Quinta ........... Aristocracia ........ Terceira
6ª Raça-raiz/Teluriana ..... Albion ........ Sexta ............. Clero .................. Quarta
Se percebe daí, que existe um degrau de dois graus entre as iniciações das Lojas da Hierarquia e as iniciações das classes humanas. Isto se deve à vários motivos, que levaram à exclusão do registro das duas primeiras raças (que pertencem de certo modo a uma ronda anterior), tal como o fato de ali apenas a Hierarquia realmente evoluir, preparando os caminhos para a evolução cósmica humana.
Esta correlação indica uma afinidade vibracional que prepara a evolução das classes e, por conseguinte, também das raças que elas se destinam a coordenar. O fato de algumas classes sonharem com certa anarquia social, indica tão somente uma empatia vibracional com a consciência dos Mestres, alcançada ou mesmo antecipando certas iniciações (tal como São Paulo descreve a experiência fé, como uma antecipação da realização espiritual), sem indicar todavia a efetiva conquista pessoal desta condição. Todos temos a semente divina dentro de nós, de modo que não é assim tão difícil despertá-la. O verdadeiro desafio é controlar esta força, e impedir que a visão imperfeita que recebe leve a pessoa à loucura ou à alienação.
A superação das classes como experiência individual, apenas acontece realmente após a iniciação dos Quatro Elementos ou depois da quarta iniciação, ou seja, através da realização quintessencial do Adepto. Mesmo assim, os Mestres que seguem atuando na Terra trabalham socialmente, já não como humanidade aprendiz, mas como hierarquia ensinando.
Não é paradoxal então que, enquanto os humanos sonham com o supra-humano, os mestres tratem de organizar o mundo humano? Uma das razões da ação histórica dos mestres, é justamente para ajudar as pessoas a realizarem os seus sonhos e visões, porque de outra forma elas permanecerão num estado algo esquizofrênico entre o sonho utópico e a realidade pérfida, quando na verdade se deve preparar o caminho para a evolução. Foi isto que fez Krishna com o seu discípulo Arjuna. Assim, a presença Hierarquia possui, acima de tudo, uma função coletiva humana, servindo a iniciação individual basicamente para promover esta interação grupal e hierárquica.
O resultado desta interação criativa, é a consagração prática de toda uma raça à organização do universo de uma classe social, sem excluir as restantes classes (nem mesmo aquelas que ainda teriam o seu efetivo desenvolvimento em raças futuras), mas focalizando a tudo o mais desde o prisma racial vigente.
Na realidade, em cada ciclo racial, existe duas grandes Metas, uma na esfera humana e outra na esfera hierárquica, que são objetivadas conjuntamente. As imagens tradicionais da carruagem ou biga solar, traz quatro cavalos que são as próprias raças humanas, dirigidas pelo cocheiro divino. A chave do sucesso é a atividade social ou coletiva, direcionada e dirigida pela Loja, embora ao nível sempre espiritual porque o livre-arbítrio humano deve prevalecer. A humanidade necessita entender o livre-arbítrio como uma oportunidade para evoluir, e não o contrário. Todos os avatares deram total ênfase a este fato, como se nota pelo discurso do Buda.
Desta forma, a Hierarquia prepara e antecipa não somente a evolução humana, quanto a sua própria evolução, além de colocar aos alicerces para a futura evolução divina. Este é o augusto papel da Hierarquia de Luz: fazer a ponte entre o céu e a terra, ou entre a humanidade e a divindade.
Comentemos rapidamente, pois, esta estruturação da quarta ronda de evolução mundial, que é a evolução humana em si. Para mais detalhes, remetemos o estudante à nossa obra Trikosmos, Livro I.
1. Os Anagamins (iniciados “irretornados”) de Shambala, abriram um canal-de-comunicação com a humanidade através dos trabalhadores, tendo-os como servidores de suas causas, porque era a causa da própria evolução humana, dando lugar assim à condição humana como tal, apta para a evolução coletiva, ou seja: a idéia real de Humanidade. É natural que o ser humano quisesse evoluir, e para isto ele foi levado a compreender que tal coisa apenas poderia acontecer coletivamente, e tudo isto começou na Lemúria e na raça negra, berço do Carma ioga ou da consagração do trabalho e do tempo humano para a própria evolução e na inserção humana no Plano divino de evolução.
2. Na raça seguinte, os Arhats (“Veneráveis”, imortais) iluminados da Loja de Ibez, alcançaram despertar na burguesia as sementes da devoção, desenvolver a solidariedade e o amor, e expressar a filosofia através da educação e do núcleo da família, levando a se organizar assim as bases da Religião, a partir da conquista da imortalidade da alma alcançada pelos “Mestres” desta Loja, definindo e confirmando assim, a habilidade da Hierarquia para levar a humanidade até as suas metas maiores. Tal coisa foi realizada na Atlântida e na raça amarela, berço do Bakty ioga ou da consagração das emoções e desejos a servir a Deus e ao próximo.
3. Na raça subsequente, os Asekhas (“Não-Discípulos”, Mestre) ou Adeptos da Loja de Agartha, tiveram na classe dos guerreiros o seu canal-de-comunicação especial, levando-os a usar a sua sina idealista para promover a própria evolução e a do contexto social e humano, através do começo da criação da grande obra da Civilização. Com isto se implantava uma nota supra-humana na evolução terrena, colocando as bases para a ronda futura de evolução. Tal coisa foi realizada na Aryavartha e na raça branca, berço do Jnana ioga ou a consagração dos pensamentos e conhecimento a orientar o próximo.
4. Finalmente, na última raça-raiz, que começa em 2012, os Chohans (“Senhores”, em sânscrito: “Ishwaris”) ou Arcontes da Loja de Albion, encontrarão no clero o seu canal-de-comunicação privilegiado, tendo na espiritualidade dos religiosos a consumação da evolução humana e a colocação dos alicerces para a Planetarização ou Cosmificação da Terra. Tal coisa será realizada na Telúria (Américas) e na raça vermelha, berço do Deva ioga ou a consagração da alma para comungar com o próximo.
Temos procurado reiterar, pois, que os eleitos de Deus são não aqueles que pensam na sua própria salvação, mas sim na salvação de todos. Tal coisa tem uma remota relação com o voto de Bodhisatwa, o divino renunciante, mas está diretamente associado ao conceito teosófico dos “Servidores do Mundo”, tal como divulgado por Alice A. Bailey, um tema de resto naturalmente amplo capaz de abranger até as Altas Hierarquias, já que o Reino é um dileto berço para a semeadura da luz aos olhos de Deus.
Trata-se da anunciada “nação de reis e de sacerdotes” prevista nas profecias bíblicas. O Apocalipse apresente este grupo no número de 144 mil almas, ou 12 x 12 mil pessoas, advindas portanto de 12 ramificações principais, a serem combinadas entre si. Tal fórmula possui amplas implicações astrológicas, e se destina a organizar o novo varnashramadharma de evolução humana, tendo por meta geral o resgate das quatro Dádivas do Paraíso, na sua associação com os quatro planos e classes, a saber:
1. Saúde perfeita (longevidade) ..................... plano físico;
2. Harmonia matrimonial (alma-gêmea) ........ plano emocional;
3. Segurança social (entendimento) ............... plano mental;
4. Integridade espiritual (iluminação) ............ plano intuitivo.
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Da obra “Vaikutha – o Paraíso Astrológico”, LAWS.
ótimo artyigo. o melhor que encontrei na net.. e conversa com artigo que eu mesmo escrevi ano passado. sobre 144 mil e outros assuntos. veja meu site místico/ocultista www.mysteriumsoltys.blogspot.com.br
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