A Teosofia em geral tem uma forte influência nos novos ensinamentos, especialmente em suas vertentes históricas centralizadas em Helena P. Blavatsky e sua sucessora espiritual Alice A. Bailey. Porém, dentro das revelações do Plano da Hierarquia, procura-se hoje dar uma cor mais “científica” ao tema, tratando basicamente de retirar os véus remanescentes, além de apurar sínteses e agregar idéias complementares, como seria a questão social e a própria espiritualidade e iniciação. Esta é a origem da “Teosofia Científica”, uma doutrina promissora que trabalha basicamente com a Ciência dos Ciclos. Uma Teosofia Científica reuniria -nada mais e nada menos- que os dois pólos extremos do conhecimento (espiritualidade e ciência), preenchendo daí todo o leque do humano saber.

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Ketub – o eixo espiritual do Mundo


A Tradição do axis mundi espiritual é quase imemorial, e se apresenta com nitidez desde os primórdios da Civilização. De fato, não é coisa difícil de perceber, que a própria síntese que a Civilização buscava realizar, tinha por base esta figura sagrada, com sua forma particular de tratar dinamicamente o conjunto da cultura universal.
E é assim que vamos reencontrar alusões a esta realidade central, em todas as grandes Tradições, ora de forma mais espiritual, ora de maneira mais integrada às instituições temporais.

Em certas tradições, o termo “pólo” indica um centro ou eixo espiritual, tema tratado ostensivamente pelo perenialista René Guenón. Denota a permanência de uma situação única ou de coroação, de transcendência sobre a média ou mesmo sobre a própria condição humana. Como um verdadeiro eixo espiritual, fixado por um firme sentido de dever e sujeito às leis e à vontade de Deus, o Adepto deve se manter firme quando tudo o mais soçobra à sua volta, e se porventura por qualquer razão ele cai ou encerra o seu ciclo de atuação, então deve vir outro para ocupar o seu lugar.
A princípio se estabeleceu uma situação de organização da própria sociedade humana, e depois se implantou um quadro de preparação para a própria superação da condição humana, através da revelação da energia da Quintessência.

Esta possibilidade teve início com o ciclo áryo, há 5 mil anos atrás, quando a Loja Branca adquiriu o grau do Adeptado, a 5ª iniciação, na condição de Asekha (“não-discípulo”) ou Mestre. A visão superior e a alta intelectualidade dos Adeptos, revelou novos conhecimentos à humanidade, e na verdade trouxe um dom superior de coordenação e de superação dos contrários, resolvidos em novas harmonias, como foram os casos das chaves outorgadas através das Ciências da Alquimia e da Astrologia. A Civilização nasceu em função destes esforços coordenados, de congregar e de harmonizar as coisas, inspirados nos elevados Ensinamentos nos Adeptos, configurando o staff maior do Governo Paralelo do Mundo.
Esta idéia de eixo espiritual, perpassa muitas das lendas axiais, amiúde tratando da translado do pólo espiritual para outra região, denotando com isto a mudança do foco evolutivo racial. Pois este “eixo” fixa-se sempre por certo tempo em cada área do planeta, a fim de organizar ali uma etapa da revelação divina, através de uma sociedade ou civilização conectada ao Sagrado –aquilo que se chama de “raça-raiz”.

Aparentemente, tal coisa suscita todo um fervilhar na espiritualidade local, e quando esta situação se organiza, se diz que a Hierarquia está manifestada. Para o sábio francês Serge R. de la Ferrière, esta assembléia de Altos Iniciados é a própria Agartha, centralizada pela atuação do avatar, a encarnação divina. Aparentemente, o mito de Shambala teria mais relação com o berço de nascimento dos avatares, enquanto Agartha estaria associada ao seu foco central de missão.
A tarefa da Hierarquia é aquela de organizar o Mesocosmo, a esfera social perfeita, tal como a tarefa de Shambala (ou da Divindade) é a de organizar o Macrocosmo planetário, e a tarefa da Humanidade é organizar o seu Microcosmo doméstico.

Esta instituição é, com efeito, a origem remota da “moderna” teocracia, no sentido lato do termo, onde Deus mesmo -ou a luz da transcendência-, se faz presente regularmente na Terra para iluminar e orientar a humanidade, o que não deixa de se afigurar um aspecto do Paracleto “consolador”, o Espírito santo prometido por Jesus para iluminar o povo da sua Igreja. Dado o seu universalismo, a verdadeira Teocracia detém uma feição algo imperial e solar (como no Império incaico), mas quando os sacerdotes organizam uma ordem ou uma sociedade, com maior ou menor influencia do Pólo espiritual, isto já deve ser considerado uma Hagiocracia ou uma Clerocracia.
Também se fala muito nos meios esotéricos, da Sinarquia ou “Governo conjunto”, coordenada por representantes sociais ligados às castas ou classes naturais. Este sistema estaria diretamente ligado à forma de organização interna do GOM – o Governo Oculto do Mundo, a Loja Branca. Adiante voltaremos a este assunto.

O Eixo espiritual do mundo nas Tradições Sagradas

Iniciamos a nossa referência à tradição axial pelo Islamismo ou, mais exatamente, pelo Sufismo. A obra “Os Mestres de Sabedoria” de J. Bennet, traz um enfoque tradicional à questão da Hierarquia de Luz, levando-a a confluir com a idéia da Unificação vicária. Nesta obra, o autor revela os meandros das linhagens sufis, demonstrando a presença e a busca do Ketub ou “pólo”, o eixo espiritual que coroa cada geração de buscadores da luz. Colocamos em destaque o Sufismo, também porque ali a idéia do Pólo espiritual se manteve na sua “pureza”, sem a tentativa de “institucionalizar” a idéia, como teria ocorrido, ao menos de forma hipotética e simbolicamente, com outras culturas e tradições.
Na China, por exemplo, o conceito de “homem universal”, wang, expressava a síntese da inextrincável unidade Homem-Terra-Céu. Representava, pois, a função do Imperador, quem devia cumprir a união do céu e da terra. Na mitologia chinesa, se dá ênfase ao símbolo do dragão, pondo-se em destaque a constelação central assim nomeada, atribuindo-lhe o valor 5. O Dragão é a própria imagem da quintessência, formado como está pelos quatro Elementos representados por suas asas, escamas, garras e o fogo.

No Médio Oriente e no Egito, o mesmo tema ressurge na forma da esfinge e do globo-alado-serpentino, por vezes personificado na figura do rei, como no símbolo persa do Farohar. O Nome divino IHVH, especialmente como IHSVW ou Jeoshua (Jesus), detém o mesmo significado.
Na Índia, o preceito unificador esteve sugerido de várias maneiras, cabendo porém destacar aqui a figura do Manu, como fonte da escala social. A palavra Manu (pensador, mentor) contém muitos significados e pode ser aplicada a diferentes hierarquias. É assim que vemos o seu uso ao nível do ciclo cósmico do Manvantara (significa “entre dois Manus”), e também na abertura das raças e sub-raças, geralmente realizando uma missão de organizar as sementes de uma nova sociedade. Contudo, a acepção social do termo também é imediata e permanente. Nas “Leis de Manu”, este personagem é a origem das castas, de tal modo se oferece a imagem das castas emanando de partes de seu corpo, ou mesmo constituindo o seu corpo social (algo à imagem da Igreja cristã, portanto). Ao próprio Manu (“mentor”), tocaria o papel de mente ou cérebro deste organismo, não necessariamente como governo formal, mas fonte de harmonia e orientação universal para a evolução harmônica da sociedade e para a legitimação das castas. As Ciências dos Manus envolveria uma sabedoria precisa sobre a evolução social e a forma mais adequada de integrar a sociedade. Daí que, entre as instituições mais importantes, se manifestou o varnashramadharma, que é o sistema de classes cíclicas, na sábia integração entre casta e iniciação, e que mais tarde se cristalizaria porém na forma das castas de nascimento (jativarna).
Também na tradição atlante, se encontraram estes expoentes, notáveis pelas características dos seus reis. Uma versão mística teria se perpetuado, através do xamanismo tolteca divulgado por Carlos Castañeda, que na sua “obra de memórias” intitulada “O Lado Ativo do Infinito”, afirma: “...o nagual é um xamã específico de cada geração, a quem os outros xamãs podiam ver, não como uma só bola luminosa, senão como uma unidade de duas esferas de luminosidade fundidas uma sobre a outra.” Assim, esta tradição de “videntes” mostra algumas características destes seres únicos, sendo eles mesmos os videntes principais, responsáveis pela coordenação dos grupos de guerreiros, onde cada guerreiro-viajante tinha uma função específica, na sua busca da “liberdade total”, ou da ascensão espiritual, geralmente procurada em grupos de oito guerreiros (ou seus múltiplos). Não por acaso, o manu Noé reuniu oito pessoas na sua arca, símbolo da escola iniciática atlante.

A expressão “vidente” designa duas outras tradições associadas: a dos Rishis da cultura indiana, e a dos Nabis (ou profetas) da cultura hebraica. Esta duas tradições se mostraram, neste aspecto, com muitos pontos em comum. Na Índia, se afirma que os Rishis surgem em grupos de sete (ou seus múltiplos), ao modo da Assembléia Agarthina –e foi numa destas que teve início o Quinto Mundo, em Teotihuakan, a “cidade dos deuses”, assim chamada por causa deste capital acontecimento. Os Rishis também aparecem na época de um Avatar, Budha ou Manu, que são como a cabeça ou o oitavo elemento do grupo.

Em Roma, o Imperador tinha sempre ao seu lado um filósofo, para dar conselhos e lhe recordar sobre a sua própria humanidade e mortalidade -muitos imperadores que abandonaram este preceito, enlouqueceram sob a carga de um tal poder supra-humano, especialmente depois que conquistaram o Egito e assimilaram a sua mitologia. Os romanos também forjaram o conceito do Pontifex, o “fazedor de pontes”, identificado ao papel do imperador. A idéia de fazer pontes é muito interessante, pois denota o caráter unificador de coisas habitualmente separadas, no caso, a própria condição humana, cuja pluralidade o Ser universal trata de coordenar como o maestro faz numa orquestra. Mais tarde o Cristianismo adotou a expressão Pontífice sob uma conotação mais espiritual, para designar especificamente a função do Papa.

Para os católicos, Jesus instituiu o Papado a partir de São Pedro através de palavras como: “Sobre a tua fé erigirei o meu reino e te darei as chaves do céu e da terra, e aquilo que desligares ou ligares no céu ou na terra, assim o farei também.” O tema faz alusão à terra e à unidade sinárquica dos poderes, conhecida como a Dupla Chave de São Pedro, mas não significa poder temporal, e sim orientação social e espiritual unidas.
A tradição Céltica-cristã, difundiu a necessidade dos esforços universais pela restauração da virtude central, através das lendas do Santo Graal. O poder simbolizado pela espada Excalibur, é cíclico e está outorgado pelo povo, simbolizado pela “Dama do Lago” que é a Democracia. Quando a sociedade se corrompe –porque nenhum poder se corrompe sozinho-, é preciso lançar então a Demanda pelo Graal, sinalizando os esforços dos melhores espíritos da busca pela iluminação e o contato renovado com a alma. O Graal pode ser, neste caso, pedra, livro ou cálice, numa alusão à completa tríade espiritual que contempla o universo da Alma, e cuja integração leva à iluminação final. Certamente estas lendas nasceram do gênio dos druidas, as escolas de Mistérios solares das florestas do Norte, que seguramente contaram entre eles com representantes do Pólo espiritual, até porque o Eixo Polar da Terra esteve simbolicamente estacionado durante a Era de Peixes naquelas regiões. Por isto nas lendas celtas, esta Ordem está presente através da figura do sábio Merlin, que educa o seu pupilo Arthur para ser um rei esclarecido. Mais tarde, nas Monarquias européias, ainda haverá a figura do bobo-da-corte, que não deixa de ser um sábio travestido de palhaço.

O termo jainista tirtankara também possui a conotação do “fazedor de pontes”, e ali parece fazer parte de uma hierarquia ainda mais elevada, o que não obstante pode ser apenas uma impressão, como sugere a métrica das suas linhagens (ver adiante).

O Budismo, que nasceu junto a esta religião, também empregou o mito da vadeação para explicar a função transitória do dharma, a lei espiritual. Ali tivemos, não obstante, a institucionalização do preceito unificador já nas próprias raízes do Budismo tibetano, sendo esta uma das razões secretas para a valorização do “País das Neves” no mundo. Tal coisa foi realizada por Padma Sambhava, o fundador do Budismo no Tibet, também chamado de “o segundo Buda”, que instituiu a tradição dos tertons, os buscadores de tesouros sagrados (termas), que podiam ser relíquias de santos famosos ou mesmo ensinamentos entesourados em pergaminhos; havendo neste caso, um único terton em cada geração de buscadores. É evidente que, na prática, o verdadeiro terton seria aquele Adepto que alcançasse uma conexão direta com a mente do Buda, realizando um movimento de preservar o dharma vivo através da outorga de novos elementos da revelação espiritual. Coisa esta de resto notável no seio do Budismo, através das sucessivas levas de profundos ensinamentos posteriores outorgados ao Buda, dando origem inclusive às Yanas, os Caminhos (ou “Voltas”) do Dharma, através dos séculos e dos milênios. A tradição tibetana dos tulkus (bodhisatwa, em sânscrito), ainda mais conhecida do que a anterior, também teria relações com estes fatos, sendo neste caso o Dalai Lama uma expressão desta realidade, simbolizando, como faz o Papa, a própria Unificação Vicária.

No esoterismo moderno, existe uma descrição algo semelhante às do tertons e do ketub, na natureza do Adepto como um “Inquiridor” principal, tal como apresenta a “Filosofia Esotérica” de Alice A. Bailey, quem foi uma moderna pitonisa inspirada pelo Mestre Tibetano (atuando assim, numa linha aproximada da “precursora” Helena P. Blavastsky). Citemos:
“Um dos Mestres nos diz que toda uma geração de inquiridores pode somente produzir um adepto. (...) O verdadeiro inquiridor é aquele cuja coragem é daquele raro tipo que capacita seu possuidor a permanecer ereto e a soar sua própria clara nota bem no meio do turbilhão do mundo. Ele é alguém que tem seu olho treinado para ver além das névoas e miasmas da terra até aquele centro de paz que preside todos os acontecimentos da terra e aquele ouvido treinado atento que (tendo recolhido um sussuro da Voz do Silêncio) se mantém sintonizado com aquela alta vibração e é assim surdo a todas as tentadoras vozes menores. Isto novamente traz solidão e produz aquele distanciamento que todas as almas menores evoluídas sentem quando na presença daqueles que estão caminhando adiante.”

De fato, a persistência e a determinação surgem com u’a marca maior do Inquiridor principal. E tanto mais, quanto não se tem muitas vezes uma orientação ao seu nível, cabendo seguir basicamente a própria intuição interior:
“Uma situação paradoxal surge do fato de se dizer ao discípulo para inquirir o Caminho e, no entanto, não haver ninguém para apontá-lo. Aqueles que sabem o Caminho podem não falar, sabendo que o Caminho é construído pelo aspirante como a aranha tece sua teia a partir do centro do seu próprio ser. Assim, somente florescem como adeptos em qualquer específica geração, aquelas almas que tenham ‘pisado o lagar da fúria de Deus sozinhas’ ou que (em outras palavras) tenham esgotado sozinhas seu karma e inteligentemente assumido a tarefa de palmilhar o Caminho.” (Bailey, Um Tratado Sobre Magia Branca)*

Esta solidão realmente existe, porém, também é possível organizar as Ordens e as Escolas para facilitar as vidas dos buscadores. Mesmo que, no caso do Adepto, chega inevitavelmente aquele ponto em que ninguém mais lhe poderá ensinar, acerca das coisas espirituais. Pelo contrário, através dele surge no mundo um professor espetacular. Para ter uma noção da síntese sócio-cultural que professam os Adeptos, remetemos o leitor à nossa obra “Theos – a Religião da Civilização”, e no tocante à nova missão dos Chohans, ver “Unificação Mundial - a nova Meta de Hierarquia.”
Esta breve sinopse acima apresentada, está longe de esgotar a riqueza e a amplitude deste assunto, deixando uma lacuna certa, sobretudo no tocante às tradições pré-colombianas. Enfim, todas estas vetustas Tradições e Ensinamentos têm sempre muito a instruir acerca do axis mundi, que se considera “espiritual” especialmente a partir da raça árya, porque os mestres não podem interferir diretamente nos assuntos humanos, embora possam e devam orientar o mundo, tal como um professor ensina uma matéria aos seus alunos. O concerto planetário de forças é por demais complexo para o ser humano se safar sozinho, até porque tal como existe a Loja Branca, também existe a Loja Negra, buscando esta escravizar a humanidade para os seus propósitos mesquinhos.

Ciclos adventícios

A manifestação da Hierarquia está regulada por ciclos em diversas escalas. Integrada ao contexto divino, tal coisa se insere nas etapas de organização do calendário racial, basicamente a sua implantação e a reforma ou adaptação na fase central. No século VI a.C., se viu tudo isto claramente realmente acontecer, e inclusive entre os gregos e hebreus, foi grande o número de destacados filósofos e profetas neste século e nos adjacentes. Muito provavelmente terá sucedido há 5 mil anos, quando teve início a raça árya e o atual ciclo civilizatório, centralizado no avatar Krishna. Os tempos atuais se enquadram neste mesmo esquema.
À parte estas intensas movimentações inicial e central, existe a tarefa da manutenção da luz espiritual no decurso das raças, das eras e das idades. O número do ciclo total dos tirtankaras e dos tertons é semelhante: 24 e 25 expoentes no seu total, respectivamente, encerrando o ciclo previsto pelos fundadores destas instituições, prevendo então uma renovação maior ao seu término. Colhemos esta outra indicação sobre os tertons em nossa obra “Tushita – o Reino da Felicidade”: “Segundo a tradição, isto ocorreria em períodos de 60 anos, de modo que está ligado ao ciclo do calendário sino-tibetano. O mon¬tante totaliza 1.500 anos, certamente associado ao ciclo sótico (1460 anos).”

Tal coisa até se aproxima de outras genealogias, porém divinas e não apenas sagradas, como é o caso dos 22 avatares de Vishnu, e mesmo dos 24 anciãos coroados que cercam o Cristo na hierofania do Apocalipse.

O cálculo tradicional de uma geração costuma ser de 50 anos (hebreus) ou 52 anos (maias-nahuas), e na China se usa o ciclo de 60 anos. Neste caso, 25x50 = 1250 anos, que corresponde a uma Idade do Mundo no registro oriental das Eras solares de 5 mil anos -e também às Idades divinas de Joaquim di Fiori, muito populares na Renascença, a partir do valor 1260 enfatizado pelo Apocalipse de São João. Já no padrão oriental 25x60 = 1500 anos, temos o importante ciclo sótico, de ampla renovação das sociedades, marcando a organização do Egito, o ciclo da civilização dos hebreus, a fundação do Cristianismo e depois a Renascença, com a Descoberta das Américas.
Existe outra linhagem mística no Islã, citada em nossa obra Trikosmos:

“A seita xiita dos imanitas acredita na autoridade dos Doze Imanes da família de Ali (genro e primo do profeta Maomé) como sucessores legítimos do Profeta, sendo que o 12o é o secreto Imam Mahdi. ‘(...) acreditam que Muhammad al-Mahdi encontra-se escondido e que regressará no fim do mundo. Este Imã oculto é capaz de enviar mensagens aos fiéis. Os crentes divergem quanto ao que irá acontecer ao último Imã quando regressar (apesar de algumas seitas reservarem esse título para Isa -nome islâmico de Jesus). Acredita-se normalmente que o último Imã será acompanhado pelo profeta Jesus e que irá revelar a mensagem do Islã à humanidade.’ (http://pt.wikipedia.org/wiki/Xiismo)”

A divisão decimal e duodenária (ou de 12) também é comum em muitas esferas, com destaque para os Doze Apóstolos do Cristo (refletindo na imagem da Távola Redonda de Camelot) e os Dez Avatares principais de Vishnu. Empregando, contudo, a mesma base-de-cálculo oriental, temos 12x60 = 720 anos, que é um ciclo sub-racial, e o período mínimo para o qual deve ser organizada uma Escola Iniciática ligada à Hierarquia.

Assim, a idéia da Assembléia Agarthina também se faz presente nas tradições, ao mesmo tempo em que existe a eleição de um escolhido, um representante formal, ou senão um “discípulo amado” para efeitos mais espirituais. Supõe-se que a idéia de uma Ordem sólida esteja em pauta desde o começo, mas são muitos os entraves para se chegar a isto, sendo de todo modo necessário definir alguma hierarquia interna, mesmo entre os “pares”, quiçá mais para efeitos de Missão.

A evolução do Apostolado universal

É notável que todas as linhagens sagradas e divinas, se encontram hoje encerrando. A queda do sagrado bastião tibetano em 1959, quando o Dalai Lama abandona o Trono do Leão Branco e acontecem as profecias do Dalai anterior, foi uma forma de anunciar este fato ao mundo –embora naquele mesmo ano, também tenha começado a movimentação de renovação e de translado do dharma para o Ocidente. Mesmo os Puranas anunciam a chegada do último Avatar de Vishnu, chamado Kalki, sugerindo o encerramento de todo um ciclo cósmico. O Budismo prevê a vinda de Maitreya, os cristãos a volta do Cristo, e assim por diante. E a iconografia tradicional reúne a natureza de todos estes personagens, sob muitos aspectos.

Falando porém da Hierarquia, que é o nosso verdadeiro tema, até aqui temos tratado da Unificação Vicária, ou do apostolado Universal, especialmente nos termos na figura do Mestre-de-quintessência, de fato ou simbolicamente. Vimos que, antes da raça árya, não existia esta Hierarquia, quando então a Loja Branca “se virava” como podia, através de uma Unificação Vicária de graus ainda “elementais” ou “humanos” (naturalmente, a própria humanidade era ainda bem mais primitiva).

Ora, a raça árya está agora terminando, no ano de 2012 segundo o calendário atlante mexicano. Com isto, todos os reinos avançarão mais um degrau, e a Loja “ascenderá” passando a contar regularmente com um Pontífice Chohan (significa “Senhor”, em tibetano, Ishwari em sânscrito) ou um Mestre-de-Sextessência na sua cabeça, com sua característica cósmica de unificação de todas as energias planetárias.

Vejamos, pois, uma síntese das ações da Loja Branca em cada raça-raiz, desde antes da sua efetiva manifestação na raça atlante conforme Bailey, mas já no seu aparecimento lá na remota Lemúria, quando o conceito da divindade universal, alicerce original e supremo do Governo Oculto, começou a ganhar o mundo trazendo a promessa da salvação e determinando a iniciação grupal:

1. Loja de Shambala (Lemuriana) = Gagpa (3ª Iniciação): unificação dos gêneros => o Clã, a dádiva da Salvação.
2. Loja de Ibez (Atlante) = Arhat (4ª Iniciação): unificação das classes sociais => a Nação, a dádiva da Religião.
3. Loja de Agartha (Ariana) = Asekha (5ª Iniciação): unificação das nações => o Império, a dádiva da Civilização.
4. Loja de Albion (Americana) = Chohan (6ª Iniciação): unificação dos continentes => o Mundo, a dádiva da Unificação.

Assim progressivamente a Loja Branca vem estendendo a sua influência unificadora sobre a humanidade, através das sucessivas raças-raízes, graças ao fato dela haver se organizado previamente através dos trabalhos pioneiros dos iniciados (xamãs, etc.), estendendo este dom à humanidade e obtendo a verdadeira iniciação coletiva na época Lemuriana, permitindo assim à humanidade participar de num plano de redenção e de iluminação.

Atualmente todo este quadro chega à sua derradeira etapa de organização, preparando as coisas para a consumação da evolução humana -e também da Hierarquia, se assim se pode dizer.
A nova raça-raiz é a quarta humanidade iniciada, trazendo a completação das estruturas sociais humanas. Com isto, a cúpula da Sinarquia que durante a raça árya tinha apenas três representantes sociais, adquire um quarto, que é também como o Quarto rei mago que oferece as suas dádivas ao Cristo.

A Humanidade finalmente poderá postular a sua iluminação plena, ocultista e científica, alcançando destarte a grande e suprema meta humana, que é a redenção da sua alma e a conquista da imortalidade da consciência.

A Hierarquia, por sua vez, na medida em que ascende igualmente, libera outros cargos nas suas bases. Com isto, deixa de ser um imperativo que haja apenas um Asekha na Terra inteira. De fato, supostamente eles serão no número dos Continentes da Terra (sete, portanto), ainda que possam estar reunidos num só local central, que serão as Américas, a sede da nova Shambala.
O eixo espiritual liga a terra e o céu. No centro da Terra está o Asekha, dali ascende o seu eixo central que se conecta no alto com o Chohan. Serão então sete eixos reunidos no alto, pelo poder de unificação dos Sete Raios que detém o Senhor das energias cósmicas.

Deste modo, a partir de 2012, a configuração planetária se altera “radicalmente”, preparando espiritualmente a Terra para os dramáticos acontecimentos de transição racial que se seguirão –e sob uma nova ampla leva de Rishis com o seu Manu. A grande Provação da humanidade está chegando, verdadeira prova de fogo que definirá entre os que seguirão evoluindo e os outros que se deterão por aqui mesmo.

Os Novos Arquétipos já estão todos pulsantes, eles são como vestimentas à disposição das almas valorosas, dispostas a realizar a sua parte na evolução do Todo. Um novo Chamamento é realizado para se refundar a Agartha eterna, o colar dos Mestres de Sabedoria deve ser reatado para o mundo voltar a ter um eixo seguro, e começar a vencer a crise lançada pela longa noite do Kali Yuga, a Idade Negra.

A visão do esplendor do Graal, aguarda os seus buscadores sinceros.
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* Ver texto completo em “O Inquiridor Único
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Da obra “A Coroa e a Tiara”, Luís A. W. Salvi
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